Consciência tranquila, confiança no título, futuro por esclarecer: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL16.05.202515:59

Treinador promete Benfica a acreditar na conquista do campeonato. Mas voltou a jogar à defesa quanto ao que acontecerá se isso não suceder

— Que SC Braga espera no último jogo do campeonato? 
— Adversário muito competente. O SC Braga tem feito uma segunda volta muito boa, já disse várias vezes que só um treinador como Carlos Carvalhal e respetiva equipa técnica é que se podiam reinventar após o mercado janeiro que tiveram. Vai ser um desafio muito difícil. No entanto, tenho muita confiança na nossa forma de jogar e na motivação de entrar para este jogo com a possibilidade de sermos campeões. Estamos muito confiantes que podemos vencer e ser campeões, mas conscientes de que não dependemos apenas de nós.

— Esta época o Benfica teve vários lemas esta temporada — equipa, tropa, família, un día a la vez. Qual será o lema para esta jornada em que não depende de si para ser campeão? 
— Termos concentração e motivação para aquilo que controlamos, que é vencer o jogo com o SC Braga. É isso que nos interessa. Temos de fazer a nossa parte, jogar bem e vencer num campo difícil. 

Aursnes pode jogar no Jamor? 
— Foi um ligeiro toque, não está disponível para este jogo e acreditamos muito, por várias razões, mas a principal pela forma como recupera, que possa estar disponível para o jogo da Taça. 

— Vai dar aos jogadores informações sobre o que se estará a passar em Alvalade? Porquê? 
— A informação mais importante é a que passámos ao longo da semana. Continuar a trabalhar e entender muito bem o nosso adversário, o que temos de fazer, em termos de organização ofensiva e defensiva. E, depois, nos 90 minutos estarmos concentrados no que controlamos: o jogo. Por isso, nada adianta mudar no estado de espírito dos jogadores a não ser a motivação e concentração de vencer o jogo e conquistar os três pontos.

— Quando foi apresentado disse que voltou ao Benfica porque a sua história não poderia terminar como da primeira vez. Não teme que a sua história volte a ficar marcada da mesma forma? 
— Quando falei da história como terminou a minha primeira vez, não me estava a referir apenas a títulos, mas sim à capacidade de trabalho e àquilo que fizemos. Independentemente de termos mais títulos no final da época, acredito que a minha história é diferente. Principalmente aqui dentro. As pessoas sabem o treinador que têm, a equipa técnica que somos e a competência que temos, sabem e verificam lá fora o trabalho que fizemos. Isso deixa-me de consciência tranquila. Mas ainda vou mais longe, tenho total noção do que conta e vale vencer um campeonato, quer para dentro quer para os nossos adeptos. 

— Fez alguma promessa se for campeão? 
— Não não fiz promessa alguma. A minha promessa é sempre de trabalho. 

— Vai responder à questão sobre o futuro em Braga? 
— Extamente. Está combinado. 

— Como está a equipa depois do empate com o Sporting? O que correu mal para o Benfica ter perdido a oportunidade de chegar à última jornada com mais possibilidades de conquistar o título? 
— Se for a Braga amanhã, falamos sobre isso. Não é altura para fazer qualquer tipo de balanço. Chegámos a esta situação e temos essa possibilidade, nos últimos dois jogos mantemos a possibilidade de sermos campeões. Qualquer balanço será feito na devida altura. Com o Sporting a equipa sentiu que poderia ter vencido, ultrapassámos isso e durante a semana o pensamento de todos foi estarmos concentrados e motivados para vencer o último jogo. 

— Quer contar com Di María para o Mundial de Clubes? O que pode dizer sobre o futuro dele? 
—  Posso adiantar que o Benfica conta com o jogador para o Mundial de Clubes

— Acabou de dizer que as pessoas dentro e fora do Benfica têm conhecimento do seu trabalho, também já disse que não será melhor ou pior treinador se conquistar o título e que este trabalho que fez noutros clubes seria razoável e que no Benfica é insuficiente. Como avalia o seu trabalho? 
— Amanhã faço essa avaliação. Porque ainda temos muita coisa para fazer. Não me levem a mal. Cada vez melhor vou percebendo o vosso trabalho, mas também têm de perceber o meu. Qualquer resposta ou a forma como fazem a pergunta... Há dois títulos em discussão, não estão atribuídos. Vamos esperar que os títulos sejam atribuídos. Terei todo o gosto de estar aqui, quando for oportuno, e fazer um balanço. 

— Se não vencer este título, o futuro do presidente do Benfica pode estar nas suas mãos? 
— O mais importante é as pessoas avaliarem o trabalho que se tem feito. Vejo para mim o que vejo para qualquer situação: não é com mais ou menos títulos que a competência da pessoa muda. 

Amdouni está disponível para jogar com o SC Braga
— Está fora. 

— É a quarta vez que vai defrontar o SC Braga esta época. Como é que duas equipas que se conhecem bem ainda se conseguem surpreender? Isso poderá passar por alguma nuance no meio-campo tendo em conta a ausência de Aursnes
— Conhecemo-nos bem e conhecemos a evolução das equipas ao longo da época.  Temos competência e capacidade de jogar em vários sistemas e dinâmicas. O SC Braga também tem essa capacidade. Jogava num sistema da primeira vez que o enfrentámos no campeonato, depois mudou o sistema, nos três jogos houve muitas batalhas estratégicas, não só no meio-campo, mas na forma de pressionar das equipas. É prepararmos o jogo da melhor maneira, escolher ou identificar detalhes, que independentemente do sistema tático ou da estratégia, para tirar partido deles. Isso está muito bem identificado e acredito que também esteja do outro lado. Até vou mais longe para falarmos do jogo. A grande capacidade do treinador é convencermos os nossos jogadores a jogar de acordo com as nossas ideias. Também é muito importante entenderem as características dos jogadores e não os deixar desconfortáveis na sua ideia. Temos de saber combinar isso, temo-lo feito bem e é isso que pretendemos mais uma vez para amanhã.

— A última vez que houve mudança entre primeiro e segundo classificado da penúltima para a última jornada foi em 1954/1955 e acabou com Benfica campeão. O Belenenses empatou com o Sporting e o Benfica sagrou-se campeão. Pegou nestes dados para motivar a equipa?  
—  Conheço muito bem a história do Benfica e só me apetece repetir o que disse. Temos de estar é com muita confiança e que vamos vencer o jogo de amanhã. Isso é que é o mais importante. Ao longo da história há vários exemplos de finais de época que levaram uma ou outra equipa a vencer o campeonato. Até posso recordar, não sei exatamente em que época, penso que em 1971/1972 [1977/1978, Benfica acabou atrás do FC Porto, ndr], Jaime Graça falava muito dessa época, em que o Benfica não perdeu um jogo e terminou em segundo lugar. Até ao final, vamos acreditar que poderemos ser campeões até haver possibilidade. Temos de fazer a nossa parte, vencer o jogo em Braga, mas estamos conscientes de que não dependemos de nós. 

Carreras é apontado na imprensa espanhola como possível reforço do Real Madrid. Está pronto para chegar a um clube como o Real Madrid
— Está pronto é para jogar amanhã.