A falta de imaginação, as bolas paradas e a brincadeira mal compreendida: tudo o que disse Amorim
Rúben Amorim, treinador do Sporting (GRAFISLAB)

Portimonense-Sporting, 1-2 A falta de imaginação, as bolas paradas e a brincadeira mal compreendida: tudo o que disse Amorim

NACIONAL18.10.202422:53

Treinador do Sporting fez a análise à vitória por 2-1 frente ao Portimonense

Após a vitória por 2-1 frente ao Portimonense na Taça de Portugal, Rúben Amorim, treinador do Sporting, assume que a equipa pecou nas bolas paradas, mas considera que, tirando alguma falta de imaginação, os leões estiveram bem na partida. O técnico também explicou a ausência de Marcus Edwards e explica que «algumas brincadeiras» foram levadas a sério...

Que análise faz ao jogo? Está satisfeito com o desempenho de Conrad Harder?

- Faltou-nos alguma agressividade perto da baliza, principalmente na primeira parte. Na segunda parte, podíamos ter feito o golo, não fizemos. Depois, numa bola parada, sofremos o golo do empate. Aindativemos a capacidade de dar a volta novamente ao resultado. Acaba por ser uma vitória justa, num jogo em que não precisávamos de sofrer tanto. O Conrad jogou muito bem como avançado, não tem ainda a potência do Viktor, é difícil. De realçar os dois golos. São dois grandes golos. Duas boas finalizações. Adaptou-se bem a jogar na esquerda. Algo cansado no fim, também esteve nas seleções e jogou, mas estou muito satisfeito com o rendimento dele.

Depois de um jogo mais desligado, como se muda o chip para a Liga das Campeões?

- Não considero que o jogo tenha sido desligado. Principalmente na primeira parte, tivemos boa reação quando perdíamos a bola. Não estivemos tão imaginativos, mas às vezes as características também não estão certas no posicionamento. Tentamos criar a maior harmonia possível. Faltam algumas coisas, devido também às características dos jogadores. Não diria desligado, há jogos mais difíceis, há jogos de Taça muito complicados, devíamos ter feito o segundo golo para assentar o jogo. O chip vai ser mudado como sempre, da mesma forma que fazia quando era goleadas atrás de goleadas. Tentava ver o que se podia melhorar. Conheço os meus jogadores, o Inácio ainda algo lento... nota-se que tem de melhorar do pé. Essas pequenas coisas também afetam um bocadinho o jogo. Mas ganhámos, seguimos em frente e agora é preparar. Foi muito boa a vitória no tempo que foi, porque condicionar-nos-ia para o jogo de terça-feira e seria mais complicado.

Já estava a fazer contas com o prolongamento para o próximo jogo? O Debast tem coisas diferentes, nunca tinha visto um central a marcar cantos na Liga Portuguesa...

- São características diferentes e quando procuramos características diferentes, perdem-se outras coisas. Acho que, toda a equipa, seja-se pequeno ou grande, podemos ser mais agressivos nas bolas paradas e é isso que estamos a procurar. São decisivas, desbloqueiam jogos e, mesmo sem grandes ocasiões, não me lembro de nenhuma jogada em que tivéssemos facilitado nas bolas defensivas, mas sofremos muito nas bolas paradas, também contra uma equipa muito alta. Acho que o Debast - o resto da equipa - tem de melhorar muito nas bolas paradas.

As opções foram condicionadas pelas seleções ou pelo jogo que se segue? Guardiola ainda não tomou decisão em relação ao futuro no Man. City, não teme que esta indecisão possa causar alguma pressão sobre si?

- Não, porque não tem nada a ver comigo. Tenho que ter cuidado a falar: fiz uma brincadeira com o Viana não entrar dentro do balneário e houve gente que levou aquilo a sério, por isso vou ter mais cuidado com aquilo que digo. Não é hora para brincar e há pessoas que não sabem brincar. Não vou ter comentário nenhum, isso não tem nada a ver comigo. O City não tem nada a ver comigo, tem a ver com o Viana e, portanto, vou seguir em frente. Quanto aos jogadores, vieram condicionados das seleções. O Morita, cada vez que vem da seleção, nem 72 horas tem de recuperação. Está oito horas à frente. A gestão disso, as viagens... o Maxi Araújo jogou à meia-noite de quarta-feira. Esses jogadores estavam cá, alguns desses jogadores, como já têm 72 horas de recuperação, podem ter de ir para o campo. O Jer [St. Juste], com medo do prolongamento, uma coisa é fazer 20 minutos, outra coisa é fazer 50, e, além disso, há jogadores que precisam de minutos para terem motivação para pertencer a um grupo. Fazemos essa gestão, acho que não arriscámos. Simplesmente, não fizemos o segundo golo, mas controlámos, recuperámos bem, não tivemos grande imaginação, os centrais do Portimonense cortaram n bolas de cruzamento e, quando não conseguiam cortar, faltava alguém para encostar. Portámo-nos bem, não estivemos muito inspirados, controlámos o jogo, tirando nas bolas paradas. Acho que não fomos bons nessas situações.

A ausência de Marcus Edwards

- O Marcus Edwards estava num bom momento, se calhar, dava-nos essa imaginação entre linhas. O Marcus levou uma pancada, eu achava que não era nada sério, acho que não vai demorar muito tempo, Deus queira que não, ele está num bom momento e não podemos perder as cargas de treino a toda a hora. Assim que saí da conferência, tive essa informação. Estamos a recuperá-lo e foi por isso que ele não jogou e fizemos uma ou outra adaptação.