Leões falharam na gestão dos cartões amarelos e agora têm situação de Hjulmand para resolver. Já o Benfica não facilitou com Carreras, Florentino e Di María. Este é o 'Livre sem barreira', espaço de opinião de Hugo do Carmo
Falta mais de uma semana para o dérbi da Luz, onde provavelmente vai decidir-se o campeonato, e há até ainda uma jornada pelo meio, mas todas as contas já apontam para o Benfica-Sporting de 10 de maio. E na minha opinião os leões já o começam a perder, isto apesar de liderarem a Liga.
Parece paradoxal, até porque o Sporting tem a vantagem de ter o ganho o dérbi da primeira volta, o que lhe dá, diria, meio ponto de avanço, já que o primeiro critério de desempate é o confronto direto e dada a vitória no jogo de Alvalade é o Benfica que está obrigado a vencer de forma a ultrapassar o rival. Mas dizia que os leões já partem atrás dada a falta de planeamento na gestão dos cartões amarelos. Mais: considero que o Benfica está a vencer o dérbi por 3-1.
Desde o dia 15 de fevereiro, decorria a 22.ª jornada, que eu, e acredito que a maioria dos portugueses, ficou com a convicção que o campeonato seria decidido no dérbi da Luz. Então, o Sporting empatou (2-2) em casa com o Arouca e viu reduzida a vantagem, que chegou a ser de seis pontos, para apenas dois. Confirmou-se.
Nenhum dos dois grandes de Lisboa conseguiu descolar — leia-se ter vantagem superior a três pontos —, e até estão mesmo em igualdade pontual, que, acredito, vai manter-se por mais uma jornada. Ou seja, há dois meses e meio que este cenário era previsível e a estrutura leonina não o acautelou. Não sei se por opção ou por falta de planeamento.
Esta é uma situação que não é nova para os lados de Alvalade. Já vem desde os primeiros tempos de Ruben Amorim e ninguém se esquece do caso Palhinha, que se tornou tão famoso como anedótico – em vésperas de defrontar o… Benfica, o médio foi punido com um jogo de suspensão, mas apresentou uma providência cautelar que acabou deferida pelo Tribunal, o que lhe permitiu jogar o dérbi; curiosamente, saído do banco na última meia hora. O então treinador dos leões defendia (não sei se ainda defende) que os jogadores não deveriam provocar a exibição de cartões amarelos para limpar o cadastro, o que fez com que alguns muito influentes perdessem jogos importantes.
Percebo a opção, que, penso, tem na génese colocar o grupo acima de qualquer individualidade, mas não concordo com ela. Há jogadores fundamentais e até o próprio grupo os considera e defende como tal.
Vem tudo isto a propósito da utilização ou não de Hjulmand na partida com o Gil Vicente. O dinamarquês é um dos tais jogadores fundamentais e não por acaso o capitão dos leões e está em risco de suspensão, depois de ter visto na jornada transata, com o Boavista, o oitavo cartão amarelo na Liga.
Penso que Rui Borges está indeciso entre utilizar ou não o médio na receção aos galos, pois há a possibilidade de o perder para a final da Luz. Uma situação que deveria ter sido acautelada e não foi.
Bem melhor esteve o Benfica, com Bruno Lage indiferente à crítica. O treinador dos encarnados não hesitou e deu instruções claras para Di María e Florentino provocarem o amarelo em Guimarães, o que os levou a cumprirem castigo com o Aves SAD e agora estarem limpos para a reta final, tal como o fez, uma semana depois, com Carreras, arriscando não ter o influente lateral-esquerdo na deslocação ao Estoril mas com a garantia que está disponível para o jogo de todas as decisões.
Já o Sporting só deu instruções a Diomande para provocar o castigo, ficando com Hjulmand e também Matheus Reis à bica para o dérbi.
Neste capítulo, 3-1 para o Benfica.
Voltando a Rui Borges, o treinador dos leões tem ainda outro dilema para resolver, já que se utilizar o médio está a arriscar perdê-lo para o dérbi, o que é uma possibilidade forte, dada a posição que ocupa e o estilo musculado do dinamarquês, e se não o utilizar, de forma a guardá-lo para a Luz, simultaneamente está admitir um erro, pois se era para não jogar com o Gil Vicente mais valia ter forçado a expulsão diante do Boavista, de forma não só a apresentar-se diante do Benfica, como também a limpar o cadastro, já que há também a possibilidade de Hjulmand ver mais um cartão amarelo no dérbi, o que seria o nono no campeonato — na primeira sequência de amarelos, o castigo é aplicado ao 5.º e na segunda ao 4.º —, o que o afastaria da última jornada, a receção ao V. Guimarães, que pode ser decisiva. Situação que vale, obviamente, para Matheus Reis.
Capitão do Sporting está à bica após ter sido admoestado com oitavo amarelo da época na Bessa. Se jogar defrontar o Gil Vicente há risco de falhar o dérbi. A BOLA pediu ajuda a Delfim e Augusto Inácio para uma tomada de decisão
Já o Benfica tem Carreras, Florentino e Di María prontinhos para o dérbi e para a deslocação a… Braga. Trabalhos de casa bem feitos na Luz.
Porque é que vermelhos trem este espaço para fazer estes comentários tendenciosos. “Sporting começa o derby a perder”, Já sabes algo que mais ninguém sabe????