Festa do Benfica no Dragão com a vitória por 4-1

Bem-vindo, FC Porto, ao Hotel Califórnia

'Estádio do Bolhão' é o espaço de opinião semanal do jornalista Pascoal Sousa

Não estou a ver como a decisão de André Villas-Boas de prolongar o estágio do grupo chamado ao clássico com o Benfica tenha caído bem nos adeptos portistas. Nem bem, nem mal. Parece-me que a maioria nem ligou.

O que a generalidade dos portistas queria era não ter vivenciado os 1-4 aplicados no Dragão pelo rival, num duelo com um desequilíbrio notável, em que o Benfica, com uma estratégia bem montada e jogadores muito mais capazes, ainda viu duas bolas baterem nos ferros. As 24 horas que os jogadores se sentiram numa espécie de Hotel Califórnia (Podes fazer o check-out quando quiseres/Mas nunca poderás partir) vão criar a reação que o presidente nunca assistiu, esta época, nas conversas que com eles teve?

Numa altura em que a entrada direta na Liga Europa está dependente do regresso ao 3.º lugar e presa pelo sucesso de Sporting e Benfica na Taça de Portugal (e respeitinho pelo Rio Ave, que não está eliminado ainda, e também pode, embora num cenário remoto, chegar à Liga Europa), o FC Porto vive nesse impasse de ter de lutar contra a rebeldia do SC Braga e o desejo, já esfumado, de estar em discussão acesa pela Champions e pelo título com os rivais de Lisboa.

Voltamos aos versos do Hotel Califórnia e aos Eagles: «Alguns dançam para lembrar/Alguns dançam para esquecer.» São um pouco assim os plantéis nos maus momentos. Alguns jogadores do FC Porto quererão levar o clássico para o campo para dar uma resposta forte contra o Casa Pia. Outros vão, simplesmente, esquecer, como esqueceram os 4-1 da Luz, e não há corretivo que mude isso.

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