Volta a Portugal tem novo diretor

Ezequiel Mosquera é o novo diretor da Volta a Portugal e da Volta ao Algarve. Para já, a parceria entre a Federação Portuguesa de Ciclismo e a empresa do galego vigorará na próxima época.

Numa conferência de imprensa realizada na sede da federação, em Lisboa, Cândido Barbosa revelou uma nova parceria estratégica entre a FPC e a empresa internacional Emesports, liderada por Ezequiel Mosquera, para organizar a 52.ª Volta ao Algarve, a 87.ª Volta a Portugal e também a 43.ª Volta ao Alentejo.

Com este acordo - válido para a época de 2026 e com possibilidade de prolongamento - o vice-campeão da Vuelta 2010 passa a assumir o cargo de diretor técnico das três provas mais prestigiadas do ciclismo nacional.

A 10 de novembro, a FPC tinha anunciado a cessação «com efeitos imediatos» do contrato de concessão da Volta a Portugal à Podium Events, antecipando em um ano o término por alegado «incumprimento» da empresa.

A decisão, que abrange igualmente a Volta ao Alentejo e a Volta a Portugal do Futuro, foi justificada com «a defesa do interesse público, do conjunto do ciclismo português e da própria Volta a Portugal».

Agora, segundo explica o organismo liderado por Cândido Barbosa, decidiu-se «numa lógica de sinergia organizativa e de facilidade de negociação com as equipas», sobretudo internacionais, «integrar também a Volta ao Algarve na nova parceria, assegurando uma abordagem conjunta, coerente e mais eficaz do ponto de vista operacional e desportivo», lê-se no comunicado.

Fora deste acordo fica a Volta a Portugal do Futuro, que passará a ser organizada exclusivamente pela FPC.

Na nota enviada às redações, a federação sublinha o «perfil sólido, inovador e alinhado com as exigências das competições internacionais e com a visão estratégica da FPC para o futuro das provas portuguesas» da Emesports, que ficará responsável, «entre outras responsabilidades, [pela] direção técnica das três competições».

«A definição detalhada da repartição de tarefas encontra-se atualmente em fase de acerto», acrescenta o comunicado.

«Este é um momento essencial para o futuro das nossas grandes provas. Perante o incumprimento reiterado do anterior organizador da Volta a Portugal, não podíamos continuar a adiar decisões. Tínhamos a responsabilidade de agir com determinação e rapidez, encontrando uma solução sólida e credível», afirmou Cândido Barbosa.

Aos 50 anos, e atualmente diretor d’O Gran Camiño, Mosquera mantém uma relação próxima com Portugal, onde começou a carreira profissional em 1999, na formação de Paredes.

O galego competiu no pelotão português até 2004, regressando depois ao seu país, ficando o seu percurso especialmente marcado pelos lugares de destaque na Volta a Espanha, incluindo o segundo posto na edição de 2010, que não é reconhecido pela União Ciclista Internacional (UCI) devido a envolvimento em caso de dopagem. De resto, Mosquera terminou a sua cerreira de ciclista profissional no final de 2010.

«Acreditamos profundamente que a Volta a Portugal é património nacional e que tem condições para reforçar a sua projeção internacional. Queremos contribuir para uma prova mais moderna, mais competitiva e mais aberta ao mundo, valorizando o que ela representa para Portugal», prometeu o antigo ciclista.

A nomeação de Mosquera encerra também um ciclo de duas décadas de Joaquim Gomes como diretor da Volta a Portugal.

Siga o perfil de A BOLA no Google