Rafael Reis venceu prólogo da Volta a Portugal 2025

Volta a Portugal: Rafael Reis não 'cede' prólogo a ninguém

1, 2, 3, 4... 7. O palmelense da Anicolor não cede prólogo a ninguém há cinco edições consecutivas da prova e em sete das últimas dez. Na Maia, voltou a vestir a camisola amarela

Rafael Reis cumpre a tradição e venceu o prólogo da Volta a Portugal, esta quarta-feira, na Maia. O corredor da equipa Anicolor coleciona triunfos nestes curtos contrarrelógios individuais de abertura da principal competição de ciclismo do calendário nacional, e já vai em sete, os cincos últimos consecutivos.

O palmelense, de 33 anos, foi o último corredor a cumprir os 3,4 quilómetros do percurso urbano e fê-los em 3.51 minutos, a uma média de quase 53 km/h, batendo por três segundos o tempo que o seu compatriota Iúri Leitão (Caja Rural) acabara de registar, e com a vitória é o primeiro detentor da camisola amarela da prova. 

«Não há segredo. Acho que está dentro de mim», afirmou Rafael Reis, satisfeito com mais a conquista de mais um prólogo na Volta. «Desde juvenil que me especializei em prólogos e as vitórias saem-me», admitiu o homem rápido da equipa de Águeda, que desde 2022 tem no seu corredor a garantia de começar a prova com a liderança da geral individual. «Estou muito orgulhoso por ter cumprido um objetivo pessoal e também da equipa», adiantou Rafael Reis, vencedor pela segunda vez esta temporada, após êxito recente no Grandde Prémio de Torres Vedras - Troféu Joaquim Agostinho, igualmente no prólogo.  

«Já disse algumas vezes, mas volto a repetir, que esta equipa [Anicolor] contratou-me mesmo para isto, para poder vencer os prólogos que existirem na Volta a Portugal e noutras corridas. É a minha quinta [vitória em prólogos] consecutiva e a sétima na Volta à Portugal. Por isso, é a minha sétima camisola amarela e é mais uma vez com ela vestida que começarei a primeira etapa», frisou o vice-campeão nacional de contrarrelógio em 2025, que somou ainda a 10.ª vitória em etapas na Volta a Portugal, que impediu Iúri Leitão de se estrear em êxitos na corrida.

Iúri Leitão queria partir de amarelo na terra-natal

Iúri Leitão foi o penúltimo a pedalar nas ruas da Maia e fê-lo com força suficiente para assumindo a liderança provisória e sonhar com a camisola amarela. O vianense acabara de desapossar da cadeira quente do prólogo o jovem belga de 20 anos, Jens Verbrugghe (Israel Premier Tech Academy), que nela ainda mal se instalara.  

Iúri Leitão (Caja Rural) - foto Tiago Petinga/LUSA

«Não posso dizer que fiquei triste, mas ficar tão perto, especialmente sendo o penúltimo a chegar e fazendo o melhor tempo… Claro que tive ali uma esperança de que pudesse vestir a amarela e que amanhã [quinta-feira] pudesse sair de Viana [a sua terra-natal] com a camisola amarela. Mas sabia que o favorito vinha a seguir», reconheceu , campeão olímpico de madison.  

«O Rafael Reis, nos prólogos, é praticamente imbatível. Então, ficar tão perto dele é sempre especial e fico muito feliz. Embora não fique 100% satisfeito, como é óbvio, porque acho que não há nenhum ciclista que parta para fazer segundo ou terceiro», reconheceu o segundo da geral, que nem um minuto teve para sonhar, tal como tinha acontecido a Verbrugghe antes da sua chegada. O jovem da equipa de desenvolvimento da ProTeam israelita desceu à terceira posição depois de Rafael Reis ter terminado a sua prova, com mais 4 segundos do que o vencedor e mais um do que o velocista da Caja Rural.

Rafael Reis terá muitas dificuldades em defender a camisola amarela na primeira etapa, hoje, entre Viana do Castelo e o Santuário do Sameiro, em Braga, onde a meta coincide com uma contagem de montanha de segunda categoria. De resto, a subida, de 6,6 quilómetros de extensão, ascender-se-á duas vezes, nos derradeiros 25 km do percurso que totaliza 162,3 km e inclui ainda mais duas contagens de terceira categoria.

Artem Nych inicia bem a defesa do 'título'

Artem Nych iniciou bem a corrida à revalidação da vitória na Volta de 2024 e foi o melhor dos corredores que competem para a classificação geral no prólogo, na quinta posição, a sets segundos do vencedor, o seu companheiro de equipa, Rafael Reis.

Artem Nych (Anicolor-Tien21) - Foto Tiago Petinga/LUSA

O russo da Anicolor posicionou-se entre entre os portugueses Daniel Dias (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e Miguel Salgueiro (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), todos com o mesmo tempo, e ganhou dez segundos a Gonçalo Leaça (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), 16 a António Carvalho (Feirense-Beeceler) e já 18 a Jesús Peña (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense) e 19 a Jonathan Caicedo (Petrolike). O francês Alexis Guérin, seu colega na Anicolor, e reconhecido candidato à vitória na Volta foi o que menos tempo cedeu ao russo (seis segundos). 

Artem Nych exteriorizou satisfação, ainda que meio contida, pelo seu desempenho e resultado favoráveis. «Senti-me muito bem, dei o meu melhor. Este exercício é muito curto para mim. Estou contente com a minha prova».