Pedro Gonçalves vai rematar para o golo do Sporting depois de receber passe de Hjulmand — Foto: Sérgio Miguel Santos
Pedro Gonçalves vai rematar para o golo do Sporting depois de receber passe de Hjulmand — Foto: Sérgio Miguel Santos

Um Sporting com um pote de ouro, outro Sporting sem pote e sem ouro (as notas do Sporting)

Pedro Gonçalves — elegante, sereno, frio, indiferente a qualquer contexto desfavorável — ainda só dá para uma hora, mas já deu muito aos leões. Gonçalo Inácio viveu num mundo de tranquilidade, Maxi Araújo e Luis Suaréz noutro de agitação e excitação
Pedro Gonçalves (nota 8)
Ainda só dá para uma hora — foi substituído por João Simões —, depois de ter recuperado de lesão muscular de coxa direita, mas uma hora é muito tempo. Por vezes parece desinteressar-se e estar a jogar só para ele, num mundo à parte, indiferente a qualquer contexto desfavorável, perdeu algumas bolas, nem sempre acompanhou Dedic ou pressionou a saída de bola do Benfica. Mas cada vez que a bola lhe chega aos pés, alguma coisa boa poderá acontecer para o Sporting, há sempre ali um pote de ouro. Elegante, sereno e frio quando foi preciso marcar — recebeu a bola de Hjulmand, olhou para Trubin e fez um passe para golo carregado de classe (12'). Já tinha ameaçado num lance individual aos 3'. Foi substituído aos 60' já com pouco mais para dar. Fez o que lhe competia.

Rui Silva (7) — Não seria possível cortar centro tenso e rasteiro de Dedic para golo de Sudakov e, na primeira parte foi quase um espectador. Agarrou três centros e tocou duas ou três vezes a bola na saída para o ataque. Mais trabalho na segunda parte, mas nada de especial — agarrou sem dificuldade três remates.

Fresneda (6) — Foi sombra de Sudakov, andou atrás do ucraniano para todo o lado, obrigando-o a precipitar-se e falhar alguns passes. No lance do golo de Sudakov, apoiou os centrais (foi não raras vezes o terceiro homem no centro) e foi Catamo que falhou no corte. Bastante mais defensivo e cauteloso na segunda parte.

Diomande (5) — Aos 17’ saiu a jogar e criou superioridade para Maxi finalizar com perigo. Mas depois, e nem sempre muito pressionado, sentiu dificuldade e meteu quatro passes seguidos no adversário, ainda na primeira parte, sem consequências graves. Não foi muito posto à prova nem pressionado.

Gonçalo Inácio (7) — Mais sereno que o companheiro do centro da defesa, serviu várias vezes os homens da frente com passes longos. Aos 43’, voou para grande corte a remate de Leandro Barreiro e evitou segundo golo do Benfica. Pavlidis andou poucas vezes perto dele.

Maxi Araújo (6) — Tem dois lances em que esteve perto de marcar — aos 18’ rematou cruzado com perigo, aos 26’ roubou a bola a Aursnes, arrancou a toda a velocidade e disparou forte à entrada da área. Com sangue quente viu cartão amarelo por falta sobre Ríos — foi competente a defender na maior parte das vezes mas deixou escapar Dedic no lance do golo do Benfica. Na segunda parte, ofereceu menos soluções ofensivas.

Hjulmand (6) — Foi roubar a bola a Enzo Barrenechea — fez, por isso, por ganhar uma prendinha de Natal — para oferecê-la a Pedro Gonçalves no lance do golo. Conhece tudo do jogo — posicionamento para pressionar na altura certa, corte de linhas de passes, controlo da velocidade do jogo e até falar com o árbitro no momento adequado. Na segunda parte, defendeu mais atrás e a equipa acompanhou-o e recuou. Foi perdendo forças e isso viu-se especialmente no segundo tempo.

Morita (5) — Com Ríos muitas vezes pela frente, procurou entregar sempre a bola bem e, no momento defensivo, também foi importante. Viu amarelo por falta sobre Ríos. Equipa precisava mais dele. Saiu aos 61’.

Catamo (4) — Equipa tentou criar condições para que pudesse estar frente a frente com Dahl. Uma vez conseguiu deixar para trás o sueco, mas só valeu canto. Mais um cruzamento tenso para Suárez na segunda parte. Maior pecado — a falha no golo do Benfica, com Sudakov a marcar nas barbas do moçambicano.

Trincão (5) — Passou pelo jogo sem criar impacto muito positivo. Deu-se ao jogo, ainda teve passe de mestre para isolar Luis Suárez aos 45+1’, ainda fez um cabrito sobre Enzo Barrenechea, mas o Sporting precisava mais da magia dele.

Luis Suárez (7) — Entregou-se à luta, mais contra António Silva que contra Otamendi, aos 4’ estava a roubar a bola a Aursnes e a rematar com perigo na pequena área, para grande intervenção de Trubin, com a perna direita. Ofereceu o corpo às cargas adversárias para ser sempre uma referência de apoio. Aos 45+1’, após passe de Trincão, tirou António Silva da frente com classe, mas depois rematou no pé de Otamendi, que surgiu em salvação.

João Simões (5) — Foi para o lugar de Morita (81’), mas sentiu mais dificuldades em perceber onde se posicionar, uma vez até foi atraído para a esquerda e deixou algum espaço para Ríos rematar com perigo. Depois, com bola, muito certinho, mas apenas suficiente.

Quenda (3) — Entrou aos 61’ e muito mal— perdeu seis vezes a bola, sobretudo de costas para a baliza do Benfica. Aos 85’ arrancada promissora pela esquerda acabou com corte de António Silva. Mais de meia hora perdida. Se estava para ser titular, não o justificou depois de entrar.

Alisson (4) — Entrou aos 85’, aos 87’ falhou, perigosamente, um corte sobre Dedic. Só apareceu mais quando o Benfica ficou com 10. Aos 90+6’ cruzamento tenso para a área. Leões precisavam mais disso.

Ioannidis (5) — Substituiu Luis Suárez e passou o jogo sob a sombra de António Silva, sem capacidade, porém, de deixar marcar muito positiva.