Tudo corre mal a um Real Madrid em queda livre
Quando o Real Madrid venceu o Barcelona, na décima jornada da LaLiga, 26 de outubro, os merengues alargaram para cinco pontos a vantagem na liderança. Um mês e meio depois, os madrilenos registam menos quatro pontos do que o guia da classificação, após terem perdido contra o Celta de Vigo num verdadeiro desastre, e Xabi Alonso a voltar a ser questionado.
Depois de seis jogos consecutivos fora de casa, o Real Madrid voltou ao Bernabéu para receber ao Celta de Vigo. Esperava-se que, após vitória em Bilbau (3-0), a meio da semana, a equipa de Xabi Alonso fosse capaz de repetir a boa exibição rubricada, mas o que se viu foi a má versão dos desafios anteriores.
Faltam soluções para poder entrar em defesas bem organizadas como aquela apresentada pelo Celta, não há verticalidade nas jogadas ofensivas e nota-se a ausência de ideias e de um criador de jogo no meio campo, um mal que se arrasta desde que Kroos decidiu colocar um ponto final na carreira.
A juntar a isto, Militão saiu do campo em enorme dificuldade a coxear, aos 24', devido a uma lesão que pode ser importante. Apesar de todos esses problemas, o Real exerceu um certo domínio e obrigou o guardião visitante Radu a um par de boas defesas. Arda Güler a ponto esteve de marcar, mas também o Celta, com lançamentos para as costas dos defesas da casa e a velocidade de Bryan Zaragoza, criou alguns problemas solucionados por Courtois. Chegou-se, pois, ao intervalo com o marcador em branco e tudo por decidir.
O Real entrou na segunda parte com vontade de conseguir o tento que o colocasse em vantagem no marcador. Houve golo aos 60', mas na baliza de Courtois. Numa bem elaborada jogada de ataque, Bryan Zaragoza assistiu Williot Swedberg que, de calcanhar, bateu guardião belga, num duche de água gelada que caiu sobre os adeptos madrilenos. Fizeram-se ouvir os primeiros assobios de reprovação pela má atuação dos merengues.
Xabi Alonso reagiu à difícil situação fazendo entrar Rodrygo que soma 31 jogos seguidos sem marcar um golo, um recorde que não faz diminuir, ainda assim, a confiança do técnico no avançado brasileiro. A opção não resultou e as coisas complicaram-se ainda mais com a expulsão de Fran Garcia, aos 64', que obrigou o Real, em desvantagem, a jogar mais de meia hora com um jogador a menos.
Desordenado, anárquico e com mais coração que cabeça, o Real, a toque de corneta, tentou repetir as recuperações épicas de outras noites mas, desta vez, não houve milagre e acabou surpreendentemente derrotado num desafio que se previa fácil mas acabou por ser um calvário. Uma profunda desilusão na pior exibição em casa de toda a temporada.
O tempo de compensação foi ainda mais desastroso. Carreras foi expulso,aos 90+1, e, com apenas nove jogadores, o Real consentiu o segundo golo de Williot Swedberg e do Celta, que conseguiu um triunfo histórico.
Pep Guardiola esfrega as mãos de contente, pois contra esta equipa o Manchester City tem tudo a seu favor para, na quarta-feira, sair vitorioso do Bernabéu.