O penálti mítico que ficou com o nome de quem teve a coragem de o marcar
Corria o ano de 1976. No quinto Campeonato da Europa, disputado na Jugoslávia, a Checoslováquia - que havia eliminado Portugal ainda na fase de qualificação - chegava à final. Pela frente, estava a poderosíssima República Federal da Alemanha.
Campeã do Mundo em título, a Alemanha Ocidental apresentou-se no Estádio Estrela Vermelha, em Belgrado, com as suas estrelas. Destacava-se, na baliza, Sepp Maier, um dos grandes guarda-redes da história do futebol europeu. À sua frente, o capitão Franz Beckenbauer e, no ataque, Dieter Muller, que tinha entrado na meia-final frente à anfitriã para fazer um hat-trick e levar a RFA à partida decisiva. A Checoslováquia chegava à final depois de bater a União Soviética e os Países Baixos, com uma figura cujo nome chama a atenção de qualquer pessoa no quotidiano do futebol: Antonín Panenka.
Os checoslovacos chegaram ao minuto 25 a vencer por 2-0, graças a golos de Svehlik e Dobias, três minutos antes de Muller reduzir. Ao minuto 89, Holzenbein empatou, levando a partida a prolongamento. Sem golos no tempo extra, o jogo foi a penáltis. Masný, Nehoda, Ondrus e Jurkemik foram chamados a converter para a Checoslováquia e não falharam, tal como Bonhof, Flohe e Bongartz do lado alemão. Ao quarto penálti da RFA, Uli Hoeness assumiu a cobrança e atirou sobre a barra. Na cobrança decisiva, o número 7, Antonín Panenka, assumiu o frente a frente com Sepp Maier.
Há que recordar que o jogador do Bohemians, de Praga, tinha falhado duas grandes penalidades de forma consecutiva antes de assumir o remate que valia a glória. Para resolver o problema, decidiu criar uma forma nova de o fazer. Uma forma que ficou para a história.
#OnThisDay 1976: Panenka scored an outrageous penalty to win Czechoslovakia the European Championship, writing his name in football history pic.twitter.com/tqO3InARLp
— Classic Football Shirts (@classicshirts) June 20, 2017
«Sou um artista e este penálti é um reflexo da minha personalidade. Queria dar aos adeptos algo novo para ver, criar alguma coisa para os pôr a falar.» Foi esta a explicação dada por Panenka, após este penálti que ficou conhecido, a partir daí, por penálti à Panenka. Ao longo dos anos, muitos jogadores tentaram, nos maiores e mais pequenos palcos, replicar este feito, alguns com sucesso, outros nem tanto. Portugal não está, para o bem e para o mal, imune ao impacto desta forma de marcar.
Hélder Postiga não teve medo da pressão
Perante um repleto Estádio da Luz, Portugal perdia com Inglaterra nos quartos de final do Euro 2004 quando, ao minuto 83, oito minutos depois de ter entrado, Hélder Postiga cabeceou para empatar. Após 120 minutos e 2-2 no marcador, foi tempo de ir ao desempate por grandes penalidades.
Ao sexto penálti, falhar significa ir embora. Com apenas 21 anos, Hélder Postiga não só assumiu a responsabilidade como fez... isto.
🎉 Parabéns Hélder Postiga 🎂
— UEFA.com em português (@UEFAcom_pt) August 2, 2019
Recorde este penalty emocionante por Portugal num jogo eléctrico do EURO 2004 😬😱🥳
Foi o momento mais marcante dessa partida?#EURO2020 @selecaoportugal pic.twitter.com/DPY9RCIpEH
Um momento espetacular que foi, provavelmente, ofuscado por aquilo que Ricardo viria a fazer minutos depois: o guarda-redes tirou as luvas, defendeu o penálti de Vassell e, logo a seguir, levou Portugal às meias-finais do Euro.
Sergio Ramos redimiu-se para chegar à glória
Para contar a história deste penálti, há que recuar uns meses, até 25 de abril de 2012. Nas meias-finais da Liga dos Campeões, Real Madrid e Bayern tiveram de recorrer aos penáltis para decidir o finalista. Sergio Ramos bateu o quarto penálti, decisivo para manter vivas as esperanças madrilenas, mas atirou muito por cima. Schweinsteiger, logo a seguir, carimbou o passaporte bávaro para a final.
Throwback to this Sergio Ramos penalty miss vs Bayern Munich pic.twitter.com/cI2I9RL3Ln
— Football Sweets ⚽🍭 (@FootballlSweets) April 12, 2019
O duelo entre Portugal e Espanha não teve qualquer golo em 120 minutos, sendo, portanto, necessário recorrer aos penáltis. Do lado espanhol, Sergio Ramos teve papel fundamental a selar o destino português. Apesar do peso do desperdício na Liga dos Campeões, o defesa não tremeu, com uma cobrança à Panenka para trair Rui Patrício. Bruno Alves viria a falhar o penálti seguinte e Fàbregas arrumou com as contas. Na final, a Espanha sagrou-se campeã da Europa, ao bater Itália por 4-0.
Sergio Ramos venía de mandar un penalti a las nubes en el R. Madrid-Bayern. España se jugaba entrar en la final de la Eurocopa 2012, e hizo esto…
— Juanda Palacios (@JuandaRM7) March 21, 2024
“¡TOMA HUEVOS!” pic.twitter.com/eB3UXSCBN7