Morreu o responsável de um dos maiores escândalos de doping
O norte-americano Victor Conte, ex-diretor do laboratório Balco, envolvido num dos maiores escândalos de doping do desporto mundial, morreu ontem, com 75 anos, vitima de cancro no pâncreas.
Em 2005, foi condenado a quatro meses de prisão por estar envolvido na rede de doping organizada pelo laboratório Balco, um escândalo que manchou os nomes de Marion Jones, Dwain Chambers e várias figuras da Major League Baseball.
Victor Conte, who sold undetectable steroids to elite athletes in baseball and track, has died at 75 https://t.co/MgwKVc5wO0 pic.twitter.com/l82JfmMdYm
— The Independent (@Independent) November 4, 2025
A velocista Marion Jones, uma das maiores estrelas dos Jogos Olímpicos Sydney2000, acabou por admitir o uso de substâncias dopantes e ter mentido às autoridades federais, o que a condenou a seis meses de prisão, em 2008, e à perda das três medalhas de ouro conquistadas na Austrália.
Victor Conte tornou-se conhecido no início dos anos 2000, quando o seu laboratório, o Bay Area Laboratory Co-Operative (Balco), foi acusado de fornecer esteroides anabolizantes e outras substâncias dopantes a dezenas de atletas, incluindo campeões olímpicos e estrelas do basebol, entre os quais o jogador de Barry Bonds, recordista de home-runs nos Estados Unidos.
Conte continuou a falar publicamente sobre o uso de substâncias proibidas no desporto e numa entrevista à Gazzetta dello Sport, afirmou que, «antes do escândalo Balco, 80% dos atletas recorriam a esteroides» e que guardava «nomes, moradas e protocolos».
Victor Conte has died at age 75, his family announced on social media. Conte revealed in June that he was diagnosed with pancreatic cancer and was undergoing chemotherapy treatment.
— Ring Magazine (@ringmagazine) November 3, 2025
Many elite fighters have credited Conte with developing advanced recovery and conditioning… pic.twitter.com/wOnw7OWMbj
Mais tarde, gerou polémica quando lançou suspeitas sobre o jamaicano Usain Bolt e o ex-ciclista Lance Armstrong.
«Disseram-me que estavam a aplicar, na Jamaica, o mesmo protocolo que o [laboratório] Balco forneceu, em 2001, a outros atletas das Caraíbas. Não tenho provas, mas mantenho muitas dúvidas sobre o sucesso de Bolt», afirmou, na altura, Conte.