Declarações de Bruno Lage à DAZN, desvalorizando discussão com Kokçu

«Jogador fez o que fez e o treinador é que tinha de ser o bem-educado?»

António Simões defende que tem de existir uma posição do presidente do Benfica ao que aconteceu no Mundial de Clubes

 Bruno Lage optou por substituir Orkun Kokçu, lançando Renato Sanches ao minutos 62 do jogo com o Auckland City no Mundial de Clubes. A decisão não agradou ao médio turco, que saiu contrariado e sem cumprimentar o treinador português. Instantes depois, Renato Sanches marcou o terceiro golo do Benfica, levando Bruno Lage a dirigir-se a Kokçu com palavras que preferiu resguardar, tapando a boca com a mão. O gesto acabou por intensificar ainda mais o desagrado do internacional turco, que aparece nas imagens a tentar abandonar o banco de suplentes, sendo travado pelo compatriota Kerem Akturkoglu, que o convenceu a manter-se no lugar.  

A BOLA falou com António Simões sobre este episódio que está a marcar a presença das águias na competição que decorre nos EUA e o antigo jogador do Benfica não tem dúvidas que a atitude do treinador não pode ser criticada: «O mal estava feito. O treinador tinha de reagir depois do que aconteceu. O jogador fez o que fez e o treinador é que tinha de ser o bem-educado? Por amor de Deus! O Bruno Lage enervou-se com o que aconteceu, obviamente. O jogador embaraçou o treinador e ele não pode ficar calado. O que não se diria se o treinador não tivesse dito nada...» 

Simões considera que se Lage não reagisse iriam apontar-lhe falta de liderança e por isso aparecer nas imagens a reagir à atitude do médio turco só pode ser positivo. Assim como considera benéfico o treinador ter optado por não comentar a polémica após do jogo: «Na conferência de Imprensa fez bem em não alimentar o tema, mas espero que o presidente Rui Costa tenha chamado o jogador à atenção. Não sei se o fez, mas se não o fez deveria ter feito. Chamar o jogador e, com o treinador ao lado, ter uma conversa com ele e dar força à autoridade do treinador.» 

O antigo jogador das águias reforça que após o incidente no Mundial de Clubes é tempo de o Benfica reagir internamente: «O único remédio é uma conversa em privado, direta e objetiva. Não é com ameaças. É dizer que não admite isto. E quem gere o Benfica tem de dar essa legitimidade ao treinador. Neste momento não tem de se suspender, tem de se conversar seriamente e reforçar que não se admite atos de indisciplina. Há um regulamento disciplinar do clube, espero. No meu tempo havia... Quem tem de impor a conduta disciplinar é o presidente, legitimando que quem manda é o treinador. Espero mesmo que essa conversa tenha existido.»