Benfica: «Richard Ríos é um motor de alta cilindrada!»
Paulo Gomes, português de 50 anos, atualmente sem clube, mas que treinou o Botafogo de São Paulo em 2024 (é o técnico em vida que mais jogos tem na história do clube, 43), defrontou três vezes o Palmeiras, no Paulistão e na Copa do Brasil. Bateu de frente com Richard Ríos, médio colombiano contratado pelo Benfica.
Em conversa com A BOLA, fica a sensação, pela avaliação que faz, de que as águias acertaram em cheio.
«É fácil falar dele. É um motor de alta cilindrada. Daquele tipo de jogadores que controlam o jogo com e sem bola», diz, sem hesitar Paulo Gomes, lembrando a «evolução fantástica» que Richard Ríos teve desde que chegou ao Palmeiras, vindo do Guarani.
Ríos é, na opinião do treinador natural de Vila Nova de Gaia, «um box-to-box, muito influente nos duelos físicos a meio-campo, mas que gosta de chegar à frente e com um remate muito, muito forte».
Paulo Gomes acredita que o Benfica contratou o colombiano no momento certo: «Está num patamar de maturidade tática, após três anos a trabalhar com Abel Ferreira [treinador português do Palmeiras]. Sabe agora melhor o que fazer com e sem bola e é muito agressivo na reação à perda de bola. É um médio completo.»
Paulo Gomes praticamente só vê qualidades no jogador, que, analisa, «tem muita capacidade para neutralizar» o jogo do adversário, mas também constrói e tem «bom passe na vertical».
«O Benfica fez uma compra muito interessante e acredito que vai encaixar bem na ideia de jogo de Bruno Lage», antecipa o técnico, recordando o «completo» que é Ríos: «Combina a capacidade física com a produção criativa. Não digo que é um criativo, mas tem capacidade técnica e golo.»
Sendo um médio de condução e que se avança bem, «passa e infiltra-se, umas das ideias marcantes das equipas de Abel», lembra, Paulo Gomes, que acredita que Ríos «poderá vir a ser utilizado na posição 8».
Quando à adaptação, não será problema, diz o técnico. «Abel tem treino e modelo muito exigentes, tem a adaptação ao futebol europeu. Conhece do Palmeiras a pressão de ter de ganhar sempre e jogar com os estádios cheios. Faltará adaptar-se fora do campo», acrescenta.
«Acredito que, dependendo como corra a época do ponto de vista coletivo, Ríos possa não ficar muito tempo no Benfica», observa, validando, novamente, a aposta das águias.
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