Benfica: como se decidem as eleições
Os benfiquistas têm muito em que pensar nesta altura. Depois de mais uma época abaixo das expectativas, o mercado de transferências surgiu fulgurante para os lados da Luz e a equipa quase não teve descanso até voltar a jogar.
Até agora, o resultado é muito positivo: conquista da Supertaça e logo contra o rival Sporting, que dá sempre aquele ânimo extra, sobretudo depois do final da temporada passada; vitória segura contra o Nice, na primeira mão da 3.ª pré-eliminatória de qualificação para a Liga dos Campeões, que valerá mais dinheiro do que muitos jogadores; e reforços que chegam para acrescentar rapidamente, como Dedic, Barrenechea e Ivanovic (Richard Ríos, até pelas elevadas expectativas, precisa de mais tempo).
A amostra não é grande, é certo, e só o arranque da Liga poderá confirmar se há motivos ou não para otimismo. Mas, como disse antes, os benfiquistas têm muito em que pensar nesta altura... e até outubro. Com as eleições a aproximarem-se - e os candidatos a aparecerem cada vez mais -, cada resultado conta para algo mais do que títulos, prestígio ou balanços financeiros. Em campo estará sempre em disputa mais do que os pontos, porque se o Benfica ganhar Rui Costa terá vantagem e se o Benfica perder a oposição sairá beneficiada. É o que é.
A campanha ainda irá certamente aquecer: vamos ouvir muitas propostas e reivindicações de benfiquismo, muitos nomes para salvar o clube e várias críticas à atual direção ou a defesa desta. E as razões para o voto só pertencem a cada sócio e poderão mesmo ser diversas. Mas a pairar sobre todos irá estar sempre aquilo que a equipa principal masculina de futebol do Benfica fizer em campo.
Há pouco mais de um ano, houve eleições no FC Porto, obviamente num contexto diferente, até com um sistema eleitoral diferente (um sócio, um voto). Os azuis e brancos estavam afastados da luta pelo título e, ainda que não possa sustentar a minha opinião em nenhuma sondagem, creio que além das propostas, do que os adeptos queriam ou não para o futuro do clube, dos nomes em causa e das contas, os resultados desportivos imediatos de uma só equipa foram cruciais para o desfecho.
Não quero com isto desvalorizar o que o candidato-presidente do Benfica ou os candidatos da oposição terão ainda pela frente até outubro. Cada um usará os seus trunfos como puder, quando achar que terão mais efeito. Só acho que cada resultado contará mais do que tudo (e em dois meses uma Supertaça e a qualificação para a Champions até podem já não valer nada...).