Coroação do histórico capitão dos vila-condenses no momento do adeus aos relvados (Foto: Fernando Veludo/LUSA)
Coroação do histórico capitão dos vila-condenses no momento do adeus aos relvados (Foto: Fernando Veludo/LUSA)

Vítor Gomes com despedida justa e mesmo nada… Petit (crónica)

Histórico capitão dos rioavistas terminou a carreira 20 anos e mais de 500 jogos depois. Treinador dos vila-condenses de saída. Petrasso e Bermejo faturaram

Num jogo em que em causa estava muito mais a honra das duas equipas do que propriamente o interesse pelos pontos – basicamente a questão era aferir em que lugar ambos os clubes terminavam a presente edição da Liga, uma vez que nem Rio Ave nem Gil Vicente tinham ambições europeias nem preocupações com a descida de divisão -, o destaque maior acabou por ser, com toda a naturalidade, o minuto 54: nesse momento, Vítor Gomes despediu-se dos relvados.

O histórico capitão do Rio Ave (rendido, na circunstância, por Demir Tiknaz), colocou fim a uma carreira de 20 anos (olhando apenas ao percurso enquanto sénior) e na última maré teve direito à merecida onda gigante de homenagem. Colegas de equipa e adversários fizeram a (correspondente) guarda de honra ao capitão do emblema da caravela e os últimos passos do médio enquanto profissional de futebol foram dados com um aperto no coração. Com as lágrimas a caírem-lhe pelo rosto como a água se dispersa pelo oceano.

Nunca será fácil para um jogador tomar a decisão de concluir a atividade de uma vida. É o fim de um sonho de menino que se tornou realidade. Mas Vítor Gomes pode (e deve) orgulhar-se de todo este trajeto. Rio Ave, Cagliari (Itália), Videoton (Hungria), Moreirense, Balikesirspor (Turquia), Belenenses, Aves, Omonia (Chipre) e, claro, Rio Ave. Foi este o percurso do camisola 8, num total de 505 jogos e 24 golos. E com títulos: Taça de Portugal (em 2017/2018, pelo Aves), Liga de Chipre (em 2020/2021, pelo Omonia) e Liga 2 (em 2021/2022, pelo Rio Ave).

E porque no final do dia o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes, para a história fica o carinho que recebeu de todos os presentes no Estádio Capital do Móvel – tudo devidamente preparado pela formação vila-condense, com palmas, abraços e também o tradicional levantamento em ombros por parte dos companheiros, Mas com o epicentro, também em pleno relvado, na família, O melhor do mundo. Chapeau!

Perceberá o leitor que o relevo maior tenha sido dado a Vítor Gomes, mas a verdade é que o capitão participou… num jogo. Interessante, ainda que muito longe de ser espetacular.

Pancho Petrasso teve cabeça para inaugurar o marcador (38’), Sergio Bermejo empatou cinco minutos depois. O nó não mais se desfez, num jogo que também ficou marcado por ter sido o último de Petit ao leme do Rio Ave. E para Vítor Gomes, a inesquecível despedida foi tudo menos… Petit.

O melhor em campo: Vítor Gomes (8)
O destaque não foi propriamente por ter sido o melhor em campo. Justifica-se pela homenagem que A BOLA presta a um jogador que foi sempre exemplar durante a longa carreira… que ontem chegou ao fim. A nota que lhe atribuímos também não é ao acaso: afinal, o 8 foi o número que o médio utilizou maioritariamente nos mais de 500 jogos que realizou durante 20 anos. Parabéns, Vítor!

As notas dos jogadores do Rio Ave:

A figura: Jonathan Buatu (6)
Certinho no eixo da retaguarda, puxou a si o protagonismo mesmo em cima do intervalo quando, ao integrar-se num lance ofensivo, teve a arte para fazer uma extraordinária assistência de calcanhar (!) que colocou Sergio Bermejo na cara do golo. O espanhol não desperdiçou a oferta do internacional angolano e selou o empate no jogo de despedida da presente temporada.

As notas dos jogadores do Gil Vicente:

As reações dos treinadores

Petit (Rio Ave)

Hoje o dia é do Vítor [Gomes]. O jogo foi o que foi. O importante é realçar o caráter e o homem que o Vítor é. Dos melhores elementos de balneário que apanhei. Foi uma homenagem muito bonita e totalmente justa por aquilo que ele deu ao futebol português.

César Peixoto (Gil Vicente)

Parabéns ao Vítor Gomes pela carreira que fez. Foi uma festa bonita que o Rio Ave lhe fez e muito bem. Um jogador que fez uma carreira altamente conseguida. Sobre o jogo, foi equilibrado. Tivemos mais domínio, mas faltou agressividade na hora da finalização.

Sugestão de vídeo:

Notícia atualizada às 21h59