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Vítor Gomes com despedida justa e mesmo nada… Petit (crónica)
Num jogo em que em causa estava muito mais a honra das duas equipas do que propriamente o interesse pelos pontos – basicamente a questão era aferir em que lugar ambos os clubes terminavam a presente edição da Liga, uma vez que nem Rio Ave nem Gil Vicente tinham ambições europeias nem preocupações com a descida de divisão -, o destaque maior acabou por ser, com toda a naturalidade, o minuto 54: nesse momento, Vítor Gomes despediu-se dos relvados.
O histórico capitão do Rio Ave (rendido, na circunstância, por Demir Tiknaz), colocou fim a uma carreira de 20 anos (olhando apenas ao percurso enquanto sénior) e na última maré teve direito à merecida onda gigante de homenagem. Colegas de equipa e adversários fizeram a (correspondente) guarda de honra ao capitão do emblema da caravela e os últimos passos do médio enquanto profissional de futebol foram dados com um aperto no coração. Com as lágrimas a caírem-lhe pelo rosto como a água se dispersa pelo oceano.
Nunca será fácil para um jogador tomar a decisão de concluir a atividade de uma vida. É o fim de um sonho de menino que se tornou realidade. Mas Vítor Gomes pode (e deve) orgulhar-se de todo este trajeto. Rio Ave, Cagliari (Itália), Videoton (Hungria), Moreirense, Balikesirspor (Turquia), Belenenses, Aves, Omonia (Chipre) e, claro, Rio Ave. Foi este o percurso do camisola 8, num total de 505 jogos e 24 golos. E com títulos: Taça de Portugal (em 2017/2018, pelo Aves), Liga de Chipre (em 2020/2021, pelo Omonia) e Liga 2 (em 2021/2022, pelo Rio Ave).
E porque no final do dia o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes, para a história fica o carinho que recebeu de todos os presentes no Estádio Capital do Móvel – tudo devidamente preparado pela formação vila-condense, com palmas, abraços e também o tradicional levantamento em ombros por parte dos companheiros, Mas com o epicentro, também em pleno relvado, na família, O melhor do mundo. Chapeau!
Perceberá o leitor que o relevo maior tenha sido dado a Vítor Gomes, mas a verdade é que o capitão participou… num jogo. Interessante, ainda que muito longe de ser espetacular.
Pancho Petrasso teve cabeça para inaugurar o marcador (38’), Sergio Bermejo empatou cinco minutos depois. O nó não mais se desfez, num jogo que também ficou marcado por ter sido o último de Petit ao leme do Rio Ave. E para Vítor Gomes, a inesquecível despedida foi tudo menos… Petit.
As notas dos jogadores do Rio Ave:
Cezary Miszta (6), João Tomé (6), Andreas Ntoi (6), Pancho Petrasso (6), João Pedro (5), Vítor Gomes (8), Martim Neto (6), André Luiz (5), Bakoulas (5), Tiago Morais (5), Clayton (6), Demir Tiknaz (5), João Novais (5), Tobías Medina (5), Matheus Teixeira (5) e Jonathan Panzo (5).
As notas dos jogadores do Gil Vicente:
Brian Araújo (5), Zé Carlos (6), Marvin Elimbi (5), Jonathan Buatu (6), Jonathan Mutombo (6), Mohamed Bamba (6), Facundo Cáseres (6), Félix Correia (6), Sergio Bermejo (6), João Marques (6), Pablo (5), Diogo Costa (5), Jorge Aguirre (5), Santi Garcia (5), João Teixeira (-) e Rodrigo Rodrigues (-).
As reações dos treinadores
Petit (Rio Ave)
Hoje o dia é do Vítor [Gomes]. O jogo foi o que foi. O importante é realçar o caráter e o homem que o Vítor é. Dos melhores elementos de balneário que apanhei. Foi uma homenagem muito bonita e totalmente justa por aquilo que ele deu ao futebol português.
César Peixoto (Gil Vicente)
Parabéns ao Vítor Gomes pela carreira que fez. Foi uma festa bonita que o Rio Ave lhe fez e muito bem. Um jogador que fez uma carreira altamente conseguida. Sobre o jogo, foi equilibrado. Tivemos mais domínio, mas faltou agressividade na hora da finalização.
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Notícia atualizada às 21h59