Os destaques do Benfica: o incêndio começou na defesa e reduziu todo o coletivo a cinzas
Rafa foi protagonista do único remate perigoso do Benfica no clássico (GRAFISLAB)

Os destaques do Benfica: o incêndio começou na defesa e reduziu todo o coletivo a cinzas

NACIONAL03.03.202423:52

Salvou-se João Neves, uma alma enorme deixada ao abandono por uma estratégia absolutamente errada de Roger Schmidt; Rafa ainda ameaçou Diogo Costa, no único remate perigoso do Benfica

A figura do Benfica: João Neves (5)

Falhou tudo na estratégia de Roger Schmidt, até a forma cruel como deixou o jogador com mais alma da equipa refém da lassidão de futebolistas como Kokçu ou João Mário. Claro que Neves não podia sair sem feridas desta batalha tão desequilibrada, quando, ainda por cima, nas suas costas estava uma casa a arder. Nos momentos de maior pressão do FC Porto foi dos poucos, porventura o único, a dar o corpo ao manifesto, a procurar roubar bolas e entregá-las em condições de injetar um ataque. Teve critério num coletivo caótico, teve critério ate o vermelho de Otamendi o deixar ainda mais isolado na sua ingrata missão de atenuar os estragos.

Trubin (4) — Salvador dos encarnados em muitas jornadas, desta vez sofreu cinco golos e não ficou isento de responsabilidades na derrocada da equipa, apesar das facadas que levou da defesa. Saiu mal no primeiro golo, deixando a porta aberta para o disparo de Galeno, teve duas boas intervenções a remate de Francisco Conceição e depois num canto direto, mas foi mal batido no tento de Pepê, onde tinha obrigação de fechar o primeiro poste.

Aursnes (4)—  Até tu, Aursnes? Uma primeira boa ação, a soltar a bola para o remate fulminante de Rafa, mas depois foi arrastado pela fúria portista. No 2-0 deixou Evanilson servir Galeno para o bis, e no 3-0, aqui já desamparado, frente ao mesmo protagonista, deixou o cruzamento sair fácil para o pontapé de Wendell.

António Silva(4) — Passividade. É a palavra-chave da exibição defensiva (e global) do Benfica. Podia ter feito mais para condicionar Galeno no 2-0, teve ainda um conjunto de cortes interessantes, mas o resto da noite foi de facas longas para o central, incapaz de colocar ordem na defesa.

Otamendi (3)— Não é jogador para acusar atmosferas hostis, mas no Dragão pareceu estar num carrossel descontrolado. Não atacou o cruzamento de Francisco Conceição no 2-0 e depois foi perdendo coordenadas defensivas, com duplo amarelo (faltas sobre Galeno e Pepê) a conduzi-lo à rua aos 61’.

Morato (3) — Não era difícil prever que a velocidade de Francisco Conceição, e o bom momento de forma do portista, o iriam atirar para noite de trabalhos forçados. Não ganhou um único duelo à sua referência de marcação, foi de um passividade incrível no cruzamento que deu origem ao primeiro golo portista e incapaz de igualar a batalha ainda viu amarelo aos 32’. Ficou nos balneários ao intervalo.

Kokçu (4)— Completamente deslocado num jogo em que era preciso impor algum músculo para ganhar as bolas no meio-campo de forma a atenuar o ascendente do FC Porto na zona de criação. Andou ali, de pantufas, uma vezes recuando para a sua área, outras a ver jogar o adversário, com a chama apagada.

Di María (4) —  Um rasgo do argentino, quando, num livre lateralizado isolou Tengstedt para ver o avançado desperdiçar de forma incrível  golo (13’). Com o FC Porto dominador, a controlar todos os passos e a tê-lo constantemente debaixo de olho, ainda participou no lance em que Rafa forçou Diogo Costa a grande defesa, mas a queda de produção foi brutal, deixando, defensivamente, Aursnes desprotegido no 3-0.

Rafa (5)— Excelente o remate na zona da meia lua a convocar Diogo Costa para uma grande defesa (34’). Prevaleceu, contudo, a estratégia do FC Porto, que o secou de tal forma que nunca mais teve liberdade para criar desequilíbrios no ataque. Após a expulsão de Otamendi, foi rendido por Tomás Araújo.

João Mário (3) — É notável ter conseguido ficar os 90 minutos em campo. Não atravessa um bom momento de forma, nem sequer aparenta ter a confiança em dia, e o grau de dificuldade do jogo no Dragão tornou clara a imagem de gritante debilidade do médio.

Tengstedt (3)— Numa das duas melhores situações que o Benfica teve para chegar com perigo à área portista, falhou redondamente as medidas da baliza de Diogo Costa, deslumbrando-se com o passe açucarado de Di María num livre que apanhou a defesa portista a dormir. O remate passou de promissor a disparatado, tão longe a bola saiu do alvo.

Florentino (4) — Entrada a frio no jogo, com contributo no terceiro golo do FC Porto – inadvertidamente desviou com a perna o remate de Wendell, tornando impossível qualquer reação de Trubin. Esse golo, e depois a expulsão de Otamendi, representou o descalabro do Benfica, do qual, obviamente, não escapou.

Álvaro Carreras (3)— Impõe-se a questão: porquê Morato, um central com claras limitações de velocidade, no lado esquerdo da defesa? O quarto golo do FC Porto é uma resposta implacável. Mal posicionado, reagiu muito tarde à fuga de Pepê. O quinto golo portista, então, condena-o, definitivamente, ao banco…

Arthur Cabral  (4) — Uma referência mais forte de área que teria sido importante se o Benfica não tivesse sido sacudido pelo melhor futebol do adversário. A expulsão de Otamendi só agravou o cenário. 

Neres (4)— Ainda trouxe algum ‘samba’ ao futebol dos encarnados, mas, lá está, com o FC Porto tão forte e o Benfica com um a menos não fez milagres.

Tomás Araújo (4)  — Entrou quando estava 3-0 e com a equipa reduzida a 10 unidades, viu o FC Porto marcar mais dois golos – no último foi surpreendido pelo salto de Namaso