Gil Vicente-Sporting, 0-1 O «feeling», a irritação e o sonho do Jamor: tudo o que disse Rui Borges

NACIONAL28.02.202500:08

Leões derrotaram os gilistas por 1-0 e apuraram-se para as meias-finais da Taça de Portugal

Rui Borges, treinador do Sporting, em declarações na sala de imprensa do estádio Cidade Barcelos, após a vitória contra o Gil Vicente que valeu a passagem às meias-finais da Taça de Portugal:

[O que mudou da primeira para a segunda parte]: «Fiquei chateado com a primeira parte. Nem tanto pela incapacidade com bola, falhámos passes sem grande pressão do Gil Vicente. Devíamos agradecer ao Rui [Silva], que fez duas boas defesas, pelo 0-0 ao intervalo. Mais do que qualidade, tática ou técnica, era a atitude competitiva que estava a faltar. Estivemos muito abaixo do que é exigido para o clube que representamos. Foi a pior primeira parte desde que cheguei. Estava mesmo muito chateado ao intervalo. O chip mental mudou para a segunda parte. Foi a única coisa que disse. Devemos ter capacidade de exigência individual para o coletivo funcionar. Não estávamos a dignificar da melhor maneira o emblema que temos ao peito e o símbolo de campeão nacional. Podemos jogar mal, mas a atitude competitiva tem de estar presente. Na segunda parte fomos muito intensos e mais agressivos. O Gil nem se aproximava do nosso meio-campo. Marcámos o 1-0, podíamos ter feito o segundo golo. No único momento que o Gil tem em termos ofensivos marca um golo que depois foi anulado. A atitude tem de estar sempre presente e esteve nos últimos jogos independentemente de termos jogado bem ou menos bem. A atitude competitiva mudou na segunda parte.»

[Qual a importância da vitória nesta fase?]:

«A vitória é importante, dá confiança. Dá confiança aos miúdos e à malta que não tem tantos minutos. Com o passar do tempo vamos precisar de todos. E é importante o grupo ganhar confiança independentemente de quem está ou não. O discurso antes do jogo foi sobre a equipa ser capaz de ganhar com mais ou menos qualidade. Não temos muito treino, mas vínhamos com a estratégia bem delineada para o que o Gil apresentou no outro jogo com o mister Zé Pedro. Hoje apresentou outro processo de jogo e isso condicionou-nos. A equipa podia ter ficado meio perdida, mas rapidamente se ajustou. A atitude competitiva na segunda parte foi altíssima, fomos fortes nos duelos, intensos e pressionámos o portador da bola. A equipa esteve junta e mostrou uma atitude coletiva muito forte.»

[Sobre a estreia do Kauã]:

«O Kauã tem treinado connosco. É um miúdo que não tem tido muitos minutos na equipa B e que veio de uma lesão grave, mas agradou-me pela capacidade de ter bola e inteligência que mostrou. Entrou nervoso, é normal, fosse ele ou outro qualquer. Mas foi uma questão de feeling. O Edu [Felicíssimo] também entrou nas Aves para o meio-campo, mas na equipa B tem jogado mais a central. São ‘pancas’ dos treinadores, digamos. Fico feliz pelo miúdo. Ele também estava feliz por todo o calvário que viveu. Veio para Portugal à procura de um sonho, se calhar há seis meses estava na favela, não sei, e hoje estreou-se pela equipa principal do Sporting. Imagino a felicidade do miúdo e de quem gosta dele. É mérito pelo que faz diariamente.»

[Explicação para o Debast ter jogado como médio]: «Se colocássemos o Debast atrás, iríamos ter de meter outro miúdo no meio-campo e a equipa podia perder algum equilíbrio. O Brito também fez um grande jogo, esteve sempre ligado e tranquilo. Gostei mesmo muito e saiu por questões físicas. Foi por aí e pelo conforto. Quer o Matheus, quer o Esgaio já tinham feito a posição de central com o Amorim. A ideia foi adaptar o menos possível e dar o máximo de conforto à equipa tendo em conta as limitações que tínhamos.»

Afinal, o leão também sabe ser bom nas segundas partes (crónica)

27 fevereiro 2025, 23:37

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Desapareceu em Barcelos o fantasma das metades finais de pesadelo que atacou com FC Porto, Dortmund, V. Guimarães e Aves SAD. Viu-se, assim um Sporting veloz e dominante (e com Gyokeres) após o intervalo, num segundo tempo que garantiu as meias-finais da Taça

[Reencontrou o José Pedro Pinto com quem trabalhou em Braga]: «Foi há quase uma vida. Ele era preparador físico da equipa B do SC Braga e obrigava-nos a correr muito. Tinha uma alegria para correr. Falámos sobre isso. Fico feliz por ao fim de tanto tempo ter conseguido esta oportunidade. É alguém muito capaz e que está mais do que preparado até pelo percurso que fez. Fico feliz por vê-lo numa equipa da Liga

[É a segunda vez que chega a uma meia-final da Taça, é desta que vai ao Jamor]: «Tenho um carinho enorme por todos os clubes por onde passei e tenho muito orgulho no meu passado. O sonho de disputar a final da Taça está presente em todos e eu não fujo à regra. Está mais perto, mas ainda temos mais dois jogos difíceis para chegar à final que tanto desejamos.

[O calendário vai aliviar um bocadinho. O Sporting vai ser mais estável e regular com mais tempo de treino. É uma promessa que pode fazer aos adeptos]: «O Sporting é a equipa mais regular porque vai em primeiro. Prometo trabalho. Vou ter algum tempo para trabalhar de uma forma que gosto mais, mas não é em 15 dias que tudo vai mudar. Vamos ter duas semanas mais limpas até à paragem das seleções. A paragem vai ser importante, acho que o presidente já falou disso. Mas mais do que semanas limpas, é importante ter mais gente para trabalhar de forma que o grupo fique mais competitivo para na fase final estar mais capaz de dar resposta ao que será a exigência do fim de época.»