«Nunca esquecerei a subida ao Marquês para colocar-lhe um cachecol do Sporting»
Iordanov em 2000, quando era erguido numa grua para colocar o cachecol, do Sporting na estátua do Marquês de Pombal (A BOLA)

Entrevista A BOLA «Nunca esquecerei a subida ao Marquês para colocar-lhe um cachecol do Sporting»

NACIONAL10.06.202411:31

Iordanov conversou, desde a Bulgária, com A BOLA e, em longa entrevista, relembrou os momentos mais marcantes de uma década a representar o Sporting. Saudades, sobretudo, dos festejos da conquista do Campeonato Nacional de 2000

- A fotografia que aparece no seu WhatsApp é a estátua do Marquês de Pombal com o cachecol do Sporting. Podia ser uma foto do Mundial-1994 ou dos golos ao Marítimo na final da Taça de 1995, mas é do Marquês de Pombal com o cachecol do Sporting. A subida à estátua, em 2000, foi o seu momento mais marcante de uma década no Sporting?

- Ui, que momento esse! Sim, é muito marcante e por isso é que tenho essa fotografia no meu WhatsApp. Por muitos anos que viva, nunca esquecerei esse dia e a sensação de subir numa grua e colocar um cachecol do Sporting na cabeça da estátua.

-Lembra-se de quem teve essa ideia?

- Sinceramente, não tenho a certeza. Sei que alguém falou nessa possibilidade e depois decidimos subir mesmo ao Marquês de Pombal para colocar o cachecol.

A estátua do Marquês de Pombal, em Lisboa, com o cachecol colocado em 2000 por Iordanov (A BOLA)

- Teve medo?

- Não. Depois de tudo o que me acontecera na vida, não podia ter medo de subir numa grua para colocar um símbolo do Sporting na estátua do Marquês.

- Sente saudades desse momento?

- Não sou homem de viver muito no passado, mas, claro, se pudesse reviver essa noite, nunca diria que não.

- Como estava a Praça do Marquês de Pombal?

- Cheia de gente, cheia de sportinguistas, cheia de gente muito alegre por, 18 anos depois, ver o Sporting novamente campeão.

- Se pudesse reviver um momento no Sporting, qual seria: cachecol na estátua, golos na final da taça de 1995 ou festejos do campeonato de 2000?

- São todos inesquecíveis, mas, se não tivéssemos vencido o campeonato de 2000, nunca poderia ter subido ao Marquês de Pombal. Aliás, fui o primeiro e julgo que último a fazê-lo.

- Esse momento aconteceu horas depois da vitória em casa do Salgueiros, que consumou o Sporting como campeão nacional 1999/2000. Que memórias tem desse jogo e desse dia?

- Eu não estava na equipa, fiquei na bancada a ver o jogo. Estava muito nervoso porque tínhamos de ganhar e só marcámos no início da segunda parte [André Cruz aos 47]’. Entretanto, a equipa adversária [FC Porto] que lutava connosco pelo primeiro lugar estava a jogar no campo do Gil Vicente e eu também deitava um olho, pela televisão, a esse jogo. Porém, importante mesmo era o jogo do Sporting, pois, se ganhámos, independentemente do resultado do FC Porto, a gente ganhava o campeonato. Vencemos 4-0 e ganhámos o campeonato. A festa a seguir foi maravilhosa, maravilhosa. A viagem para Lisboa, a ida ao Estádio José Alvalade, aqueles momentos no Marquês de Pombal. Inesquecível!

- Que memórias tem dessa equipa muito diversificada? Tinha o dinamarquês Schmeichel, o argentino Acosta e o búlgaro Iordanov e ainda muitas outras nacionalidades.

- Tínhamos um grupo fabuloso. Dentro e fora do campo éramos uma família, o que nos ajudou bastante a ganhar o campeonato.

- Terá sido a época em que você menos jogou, certo? Aproximava-se o final da carreira ou ainda eram resquícios dos problemas físicos que tinha tido?

- Era tudo junto. Tinham acontecido várias coisas na minha vida fora do futebol, o que me condicionou bastante. Mas lutei sempre muito porque, quando cheguei ao Sporting, disse que queria ser campeão e que faria tudo para ser campeão. E fui. Não baixei os braços e nunca desisti até ganhar o campeonato.

- Recuemos duas décadas e passemos a 1980. Como é que era a vida de um menino de 12 anos em Samokov, a sua cidade-natal?

- Passava o tempo a jogar futebol, a fazer luta livre, a fazer esqui, a fazer um pouco de todos os desportos. Gostava muito de desporto e isso ajudou-me bastante. Ainda hoje, se pudesse, ia jogar futebol [risos]. Tive uma infância muito feliz, digamos assim.

- A Bulgária é conhecida por ter bons atletas em diversas modalidades dos Jogos Olímpicos, como halterofilismo e luta livre, por exemplo. Você tinha jeito para mais alguma delas?

- Luta livre e esqui também.

- Ser bom em luta livre é bom para quem é avançado…

- [risos] Sim, sim, mas eu era muito magro e só no inverno, porque nevava bastante na minha terra, é que praticava luta livre. Não se podia jogar futebol e praticava luta livre e esqui. Depois quando a neve desaparecia, começava o futebol e jogava até não poder mais. O meu primeiro amor sempre foi o futebol.

- Infância feliz. Com ou sem dificuldades económicas?

- Os meus pais, Deus tenha a sua alma, eram pessoas normais, trabalhadoras. Nunca sentimos, eu e a minha irmã, falta de alguma coisa, fosse de amor, fosse de apoio dos nossos familiares. Por isso digo que era uma criança feliz. Tinha o amor dos meus pais e brincava à vontade. Nada posso dizer sobre o passado.

- Com que idade percebeu que poderia ser bom jogador de futebol?

- É muito difícil dizer que uma pessoa de 15, 16, 17 anos vai ser bom jogador de futebol. Além disso, passei dois anos na tropa sem jogar futebol, porque era obrigatório aqui na Bulgária. Aos 18 anos, fui dois para a tropa e não joguei futebol. Até à União Soviética fui…

- Como assim?

- Sim, sim, sim. Fomos lá fazer um exercício militar e estive um mês na União Soviética.

- O seu primeiro clube foi o Rilski Sportliv Samokov?

- Sim. É a equipa da minha terra. Antes e depois da tropa, estive lá. Joguei oito meses e depois fui para o Lokomotiv Gorna e à Seleção.

- Tem memórias do Mundial-1982, por exemplo?

- Sim, muitas. Olha, houve um jogador nesse Mundial de Espanha que eu queria imitar…

- Maradona? Rossi? Zico?

- Não. Bryan Robson. Mas não aquele que viria a ser meu treinador, o senhor Robson. Esse era o Bobby Robson. Eu gostava do Robson do Manchester United e ficou como meu ídolo. Tinha 13 ou 14 anos e comecei a juntar fotografias e pósteres e tudo o que me pudesse ligar aquele jogador.

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«Gyokeres terminava as jogadas que a equipa construía»

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Bryan Robson durante o Mundial-1982, em Espanha (IMAGO)

- Que via nele, já que o inglês era médio de ataque e não avançado puro?

- Sim, sim, sim. Aquela força com que ele jogava, aquela garra que ele tinha em campo, a forma como corria atrás da bola e atrás do adversário, a forma como queria sempre ganhar. Talvez tenha sido isso o que me levou a gostar dele. Ficou como meu ídolo.

- Portanto, havia Maradona, havia Rossi, havia Sócrates, havia Zico, mas gostava mais do inglês, é isso?

- Não é do inglês, nem de Inglaterra, era mesmo gostava daquele jogador. Do Bryan Robson. Gostava dele porque ele lutava desde o primeiro até o último minuto.

- E puxou por alguma seleção naquele Mundial?

- Não, não, não. Via os jogos todos, mas ainda era muito novo para perceber e puxar por uma ou outra equipa.

- Normalmente, os miúdos daquela idade têm sempre equipas no estrangeiro de que gostam muito. De que equipas gostava em Inglaterra, Itália ou Espanha, por exemplo?

- Na Europa, era do Manchester United, porque jogava lá o Bryan Robson. E por isso, olha, fiquei fã do Manchester United. Porém, sempre fui profissional e queria era que ganhasse a equipa onde eu jogasse.

- Georgi Asparuhov é apontado como sendo o melhor jogador búlgaro de sempre. É mesmo assim?

- Sim, sim, sim. Era ponta de lança e faleceu num acidente de carro em 1971. O meu pai gostava muito dele. Além de ser um grande jogador, era um senhor, dizia o meu pai. Nunca ouvi uma pessoa falar mal dele.

Georgi Asparuhov, o craque búlgaro (IMAGO)

- Voltando a si. Quando é que saltou para a primeira divisão búlgara?

- Por volta de 1988 ou 1989, acho.

- No Lokomotiv Gorna?

- Sim. Logo como avançado e já marcava alguns golos. Depois, em 1989, comecei a jogar na primeira divisão.

- E quem eram os melhores jogadores búlgaros dessa altura? Já havia Stoichkov, por exemplo?

- Sim, já havia Stoichkov, Kostadinov, Penev, Ivanov, Balakov… A maior parte dos jogadores búlgaros presentes no Mundial 1994, por exemplo, eram um ou dois anos mais velhos do que eu.

- Marcou muitos golos na primeira divisão búlgara?

-No primeiro ano, não, foi um bocado difícil para mim, dado que passei a viver fora da minha casa. Porém, no segundo ano correu bem melhor e fui goleador da Bulgária.

- Da primeira divisão?

- Sim, da primeira divisão. Marquei 21 golos.

-Regressando ao Sporting. Quando ouviu falar pela primeira vez no Sporting e na possibilidade de ir para o Sporting?

- Um dia, de forma inesperada, dizem-me: tens de viajar para Portugal, que o Sporting quer-te contratar. Tinha mais um ano de contrato e nada dependia de mim, era apenas entre os clubes.

- Naquela altura não havia internet. Como é que foi descobrir coisas sobre o Sporting?

- Olha, não havia internet, mas o Sporting tinha um jogador búlgaro que jogara lá…

- Falou com Balakov, que já estava no Sporting?

- Não. Estou a falar do Kostov [médio]. Em 1982, o Kostov foi o primeiro búlgaro no Sporting. Por isso na Bulgária sabia-se desde 1982 o que era o Sporting Clube de Portugal.

O estilo de Vanio Kostov (A BOLA)

- Mas chegou a falar com Balakov antes de viajar para Lisboa?

- Não, porque ele chegou em dezembro e eu logo em junho.

- E quando chegou já sabia o que era o Sporting ou veio um bocadinho às escuras?

- Um bocadinho às escuras, mas, sabes, quando cheguei comecei logo a gostar do Sporting, mas nunca pensei que iria construir esta ligação com o clube.

- Foi o dinheiro que o trouxe até Portugal? Era uma diferença muito grande entre o que ganhava na Bulgária e passou a ganhar em Portugal?

- Sim, era uma diferença grande. Mas nunca olhei para o dinheiro. Talvez as pessoas possam não acreditar em mim e no que vou dizer, mas é a verdade. Primeiro queria jogar sempre. O dinheiro vinha depois.

- Chegou a Lisboa em 1991, logo com sensivelmente 23 anos. Veio sozinho?

- Sim, sozinho. Não estava casado naquela altura. Depois, quando me casei, ela veio ter comigo.

- Há uma ideia, no sul da Europa, de que as pessoas do leste europeu têm uma grande facilidade em falar outras línguas. Foi fácil para si falar português?

- Não foi, mas também não foi muito difícil. Quando uma pessoa quer fazer alguma coisa, alcançá-lo torna-se mais fácil.

- E teve algum receio de sair de uma cidade pequenina da Bulgária para uma cidade muito maior como Lisboa?

- Sempre há receio, mas o receio não era mudar de cidade ou de país. O meu primeiro medo era saber se conseguiria mostrar em Portugal o que estava a fazer na Bulgária. Se poderia ser útil à equipa para onde ia.

- Quando se fala na sua chegada a Lisboa para o Sporting, é sempre relembrado ter sido apresentado durante um meeting de atletismo, no Estádio Alvalade, em que estava a saltar o Serguei Bubka. Que memória tem dessa apresentação?

- A gravata, a gravata. Fui apresentado com uma gravata branca! O Bubka estava a tentar bater o recorde do Mundo do salto com vara e, na altura, o meeting parou para eu ser apresentado. Foi bonito e eu, como andava eufórico, nem me lembro bem por onde passava e por onde andava.

Serguei Bubka, recordista do Mundo do salto com vara, no meeting de Alvalade em 1991, no meio do qual Iordanov foi apresentado (A BOLA)

- Lembra-se do número da camisola com que começou a jogar no Sporting? No Mundial de 94 tinha o 13, no Europeu de 1996 o 15 e no Mundial 1998 o 5…

- Sinceramente, não me lembro. Gostava do 7 e do 9, mas, olha, o número não joga.

- Chegou a falar-se numa espécie de superstição com os números 7 do Sporting, pois muitos tiveram problemas, como Sá Pinto ou você, por exemplo. Ouviu falar nisso?

- Sim, ouvi. Qualquer jogador de qualquer nacionalidade pode ter problemas. A diferença é que aconteceu várias vezes com o número 7 e as pessoas começaram a falar que o 7 estava amaldiçoado, mas não acredito muito nessas coisas.

Sá Pinto e Iordanov (A BOLA)

- E lembra-se do seu primeiro jogo pelo Sporting?

- Lembro-me, sim. Foi num torneio em Paris. Concentrámo-nos a 3 de julho e, dois ou três dias depois, fomos para França disputar um torneio. Jogámos com o Marselha [0-1] e com Paris Saint-Germain. Perdemos 2-1, mas começámos a ganhar e o golo foi meu [18’]

- E o primeiro jogo oficial?

- Foi com o Famalicão no Estádio José Alvalade [25 de agosto de 1991]. Ganhámos 3-0 e eu marquei, salvo erro, o terceiro golo. E saí lesionado. Mas, olha, não estava com o número 7 [risos]...

- Houve também alguns golos marcantes ao Benfica. Algum mais especial?

-Digo com todo o respeito: marcar ao Benfica ou marcar a outra equipa qualquer era igual para mim. Queria era marcar. Respeito todas as equipas e gostava de ganhar a todas. E se possível marcar. Porém, se não marcasse eu e marcasse um companheiro, desde que o Sporting ganhasse, tudo bem na mesma.

Iordanov com Veloso num Benfica-Sporting (IMAGO)

-O Sporting foi campeão consigo em 2000, mas muita gente diz que o Sporting de 1994 e de 1995, é que eram equipas maravilhosas. Qual era melhor: a de 1994, a de 1995 ou a de 2000?

- Não gosto de comparar, porque em 1994 tínhamos alguns jogadores e em 2000 eram outros completamente diferentes. Não gosto de fazer comparações com equipas antigas, pois não seria justo dizer que a equipa A era melhor que a B. A verdade é que, em 94 e em 95, tivemos uma equipa maravilhosa e não conseguimos ganhar o campeonato. E 2000 tivemos uma equipa maravilhosa que ganhou o campeonato.

- Há alguma explicação para, com esses grandes plantéis, não terem sido campeões em 1994 e 1995?

- Os outros foram mais fortes e o Sporting tinha debilidades. Não quero voltar para trás. O que passou, passou. É verdade que pode ter havido outros fatores que influenciaram para não termos ganhado o campeonato, mas em primeiro lugar temos de olhar para nós. Se tivéssemos marcado mais golos, não haveria outra influência para não ganharmos o campeonato, não é? Os jogadores do Sporting, naquela altura, eram muito bons, mas não ganhámos o campeonato.

- Última pergunta e provavelmente a mais difícil de todas: consegue lembrar-se do 11 do Sporting na final da Taça de Portugal de 1995?

- Ai, ai, agora tramaste-me. Espera aí. É complicado, pois já passaram quase 30 anos, mas vou tentar. Pelo menos vou tentar. Sei quem me assistiu nos dois golos, isso sei…

O onze do Sporting na final da Taça de Portugal de 1995 (A BOLA)

- Balakov?

- Não: Carlos Xavier. Agora estou a pensar no 11 e estou a lembrar-me de tanta coisa. O ambiente quando entrámos em campo. O ambiente e a festa, aquele mar verde e branco, uma coisa inesquecível. O primeiro golo de cabeça e o segundo após um ressalto, julgo que ganho pelo Sá Pinto.

- E o 11?

- Hm, vou tentar. Oceano. Carlos Xavier. Balakov. Vujacic. Figo. Espera aí [pensa] O guarda-redes era o Lemajic. Não?! Era o Costinha?! Defesa-direito era o… espera aí. Não, não, não. Era o... ai, ai, ai. Na esquerda era o Vujacic, sim, da Sérvia. Aliás, de Montenegro. Ah, já me lembro. À direita era o Nélson.

-Falta um avançado.

- Avançado era eu. Outro? Hm…

-Esquerdino da Nigéria.

-Ah: Amunike. Olha, o Amunike, se ler esta entrevista, que me desculpe.

Iordanov com Amunike (A BOLA)

- E desculpas também para o Marco Aurélio e para o Naybet…

- Desculpem, desculpem…

- A terminar, alguma mensagem para Portugal e para os sportinguistas?

- Um grande abraço para Portugal inteiro e que os sportinguistas continuem a apoiar o Sporting porque o Sporting merece. Sinto falta de vocês, sportinguistas. E vou dizer mais alguma coisa. Ser do Sporting não é para qualquer um, é um privilégio e é só para pessoas verdadeiras. Obrigado a todas as pessoas do Sporting que me ajudaram nos momentos mais difíceis da minha vida. Como poderia não gostar do Sporting?

- Com tanto amor pelo Sporting, um dia destes ainda vai voltar a subir a uma grua para colocar outro cachecol na cabeça do Marquês de Pombal…

- Olha, não sei se podemos ir subir até lá, não faço a mínima ideia, mas acho que não pode. Mas se puder, nunca se sabe…

- Obrigado pela entrevista.

-Olha, depois manda-me a entrevista pelo WhatsApp, ok?

- Ok.

- Posso acrescentar mais uma coisa?

- Claro.

-O amor pelo Sporting é um amor que não se explica, sente-se e não há outro igual. Não podemos comparar esse amor com o amor pela mulher ou pelos filhos. Não há outro igual e não é qualquer um que pode ser do Sporting. Não sou do Sporting que ganha sempre, sou do Sporting que ganha e que perde. Um quinto da minha vida passei-o no Sporting.

Iordanov com a camisola de campeão nacional de 1999/2000 (A BOLA)

- Ok, Iorda.

- Olha, desculpa se me baralhei, por vezes, um pouco, mas nunca dei uma entrevista por vídeo que estivesse a ser gravada. É muito mais complicado quando está-se a gravar a entrevista.