Noite quase perfeita, leão insaciável e a porta grande: tudo o que disse Amorim
Rúben Amorim a dar indicações aos jogadores (GrafisLab)

Noite quase perfeita, leão insaciável e a porta grande: tudo o que disse Amorim

FUTEBOL12.04.202423:18

Treinador do Sporting continua a não embandeirar em arco; pede que apoio de Barcelos se repita em Famalicão

- O que significa esta vitória, num estádio repleto de adeptos a puxar pela equipa, em que o Sporting cedo conseguiu colocar-se em vantagem?

- Para mim o mesmo que para os jogadores, depois de termos sido afastados [da Taça de Portugal na época passada] neste estádio pelo Varzim, passado um ano estarmos a viver isto revela que o clube está muito saudável. Peço o  mesmo para Famalicão que pode ser importante para nós. Na primeira parte definimos bem, na segunda foi mais gestão, com tantas mexidas perdemos alguma qualidade, também mudámos algumas coisas para experimentar, arriscámos mais um bocadinho, precisamos que alguns jogadores joguem.

- A entrada à leão foi determinante? Viu a tarja dos adeptos? Vai continuar por cá?  

- Estarei cá para o Famalicão, para o Vitória e assim sucessivamente, nada mudou. O querer sempre mais deles é a minha obrigação, não me sinto com grande vantagem, sinto sempre aquele nervosismo de que nada está feito, estamos empatados no confronto direto, temos de marcar mais para salvaguardar termos mais golos, sinto que não podemos facilitar, a equipa tem de crescer, não podemos sofrer golos, estamos a fazer crescer essa diferença, não podemos facilitar.

- É um Sporting insaciável, será possível manter isso até final da época?

 - O jogo resolveu-se rápido e tudo se torna mais fácil, as bolas entraram, o que acho é que nem todos os jogos começam, assim, como foi o exemplo do Estrela da Amadora, é importante manter calma, qualidade da equipa e com semanas com tempo para preparar os jogos, vamos aos pormenores que durante muito tempo não tivemos tempo, já melhorámos na pressão, a receber com mais qualidade nas entrelinhas, isso é possível porque temos mais tempo para treinar.

- Quando um treinador termina um ciclo gosta de sair pela porta grande. Concorda?

- Não terminei o ciclo. Todos os treinadores têm o seu timing, estou a falar de forma genérica, tal como foi feita a pergunta [risos]. Sinto-me com vontade e, acima de tudo, não há porta grande, ainda estamos numa pequenina que foi a do ano passado, queremos ganhar e seguir em frente com o resto.

- O que se passou com Matheus Reis?

- Sentiu dor no último treino, foi avaliado, não estará apto para os próximos dois jogos, é uma baixa importante.

- Foi sempre deixando o jogo com o Famalicão em segundo plano. E agora?

- Andei sempre a dizer que não contávamos com este jogo, agora digo que nos pode dar passo importante para o que nos falta. Aquele campo é muito difícil, com jogadores fortes fisicamente, mas teremos tempo para falar sobre esse jogo. Essa gestão foi feita e os jogadores sentem que pode ser um jogo muito importante no campeonato.

- Qual é o papel do treinador no meio desta euforia?

- É tentar equilibrar as coisas, o treinador deve ser o primeiro a influenciar o grupo, nas derrotas ter que estar com energia extra para levantar o grupo não é fácil, agora todos vão estar contentes, depois tenho de ser exigente no treino, não é só o treinador, é também a estrutura, nestes momentos não damos nada por garantido. O papel de todos é equilibrar as coisas para continuarmos fortes.

- De alguma forma o Gil Vicente surpreendeu-o?

- Tínhamos uma ideia diferente, esperávamos o Félix e o Murilo de início, com mais velocidade na frente, mas veio uma equipa com mais toque de bola, o que nos permitiu ter mais cuidado com a profundidade do Depú, mas, depois, conseguimos pressionar mais alto.

- O que pretendeu com a troca de Geny Catamo e Esgaio na segunda parte?

- Fizemos a semana toda com o Geny na direita, e com a saída de Matheus Reis optámos apenas por mexer num corredor, para não dificultar a vida. Sabíamos que o Félix ia entrar, não sabíamos para que lado. Depois porque o Esgaio recebeu sempre as bolas aberto e a bola ia sempre para o pé esquerdo e o meio ficava sempre fechado. Tendo os pés certos, dava para carregar mais a bola. Depois quisemos mudar a pressão, porque o Fujimoto ia entrar e queríamos meter o Morita do outro lado. Aproveitámos a vantagem e deu liberdade para experimentar coisas.»

- Foi uma noite perfeita?

- Noites perfeitas nunca são, mas esteve lá perto. Usufruímos, preparámos o próximo jogo e ganhámos. Foi quase perfeita, sim.