O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo um jogo tem?

Notícia Patrocinada: Star Fans UCL O tempo perguntou ao tempo, quanto tempo um jogo tem?

DIVERSOS29.04.202412:33

Liga dos Campeões avança para a primeira mão das meias-finais

Não é só pela ilusão criada pela variação de ritmo, nem tão pouco pela capacidade de nos fazer pensar na sua relatividade, o tempo num jogo de futebol abre espaço para uma dimensão especial. Põe-nos em constante relação com futuro e passado. Quer no estádio, quer na tv, vivemos colados ao que está a acontecer e à expectativa do que há-de vir. No estádio a cabeça funciona como um médio, vai rodando antecipando jogadas, os olhos variam entre relvado e relógio. Quanto tempo falta? Quanto tempo temos?

Os jogos que apuraram Real Madrid, Bayern, Dortmund e PSG para as meias-finais da Liga dos Campeões são bons exemplos disso. Foram uma espécie de portais do tempo para enredar adeptos. Em linguagem musical diz-se que o tempo é pulsação intrínseca em qualquer música. Com a devida distância, esta parece ser também a relação do Real Madrid com a Liga dos Campeões. Os merengues estão lá sempre, mesmo quando a sua presença na competição não parece óbvia ou marcada por uma batida pulsante. Podem brincar com o ritmo, tentar tornar omisso o maior detentor de troféus da liga milionária, mas ele resiste. O Real Madrid continua a pulsar Champions.

O Manchester City variou o ritmo de jogo, mas nem isso lhe valeu frente à consistência defensiva do Real Madrid. A equipa de Ancelotti, não se fez rogada, não se sentiu diminuída por dar primazia às tarefas defensivas e agarrou-se à competição como quem se agarra a um bem precioso. Agora a “dança” é outra. A Alemanha serve de palco para a primeira mão das meias-finais com Bayern – Real Madrid a inaugurar as festividades. Será o 9º encontro das duas equipas em fases finais. Com tudo a zeros para mais uma “final” a duas mãos, espera-se que o coletivo de Ancelotti procure protagonismo, que queira a liderar a dança, marcar o ritmo frente a um Bayern encurralado, cujo único caminho possível para a felicidade esta época é a permanência na competição milionária. Só uma presença em Wembley poderá diminuir o embaraço que foi esta temporada para Tuchel.

O elenco que compõe as equipas faz antever mais uma noite de excelência. Do lado dos alemães há Kane, melhor marcador inglês na Liga dos Campeões, Manuel Neuer o guarda-redes com mais jogos na competição sem sofrer golos e Thomas Müller no top 10 dos jogadores com mais minutos Champions. Do outro lado também há históricos como Toni Kroos e Modric, irreverência e talento refinado com muita margem de crescimento como Bellingham, Vinicius Jr, Rodrygo.

A concentração de talento Champions não termina aqui, há que reeditar um encontro desta edição: Dortmund – PSG. As duas equipas cruzaram-se no grupo F que, para surpresa de muitos, acabou liderado pela equipa alemã. O favoritismo parece estar todo do lado do talentoso grupo francês que é a única equipa em prova que nunca ganhou o troféu. Embora o talento individual tenha um peso especial nesta competição, sobretudo nesta fase, só os mais desatentos poderão achar que PSG terá tarefa fácil em Dortmund. A equipa liderada por Edin Terzic teve alguns deslizes na competição, como a primeira parte desastrosa em Madrid frente ao Atlético, mas tem feito uma campanha prodigiosa. Dos cinco jogos em casa desta edição, o Dortmund ainda não perdeu um. Por isso, a constelação francesa terá de apurar estratégia para conseguir ultrapassar a muralha alemã e tentar contrariar o resultado da frase de grupos.

Não sei como se medirá o tempo nesta primeira mão das meias-finais, o que posso dizer é que para ti, Liga dos Campeões, tenho todo o tempo do mundo.