João Marques: «O mister vê o que fazemos nos treinos e todos contam para ele»
Estoril e Gil Vicente garantuiram a permanência graças ao empate do Portimonense
Foto: IMAGO

Entrevista João Marques: «O mister vê o que fazemos nos treinos e todos contam para ele»

NACIONAL28.12.202315:45

Em entrevista a A BOLA, o criativo do Estoril teceu rasgados elogios ao seu treinador, Vasco Seabra, e ao trabalho que os canarinhos têm realizado nos últimos meses

É na «alegria em campo» que o Estoril tem sustentado o seu futebol atrativo, nomeadamente desde a chegada de Vasco Seabra ao comando técnico. João Marques tem sido aposta para o lado esquerdo do ataque e, em conversa com A BOLA, não esconde a satisfação por representar uma das equipas da moda em Portugal.

O Estoril está neste momento a praticar um futebol muito atrativo e estará entre as equipas que melhor está a jogar em Portugal. Tem que ver com alegria dentro de campo?

Claro que sim, a alegria que pomos nos treinos e nos jogos vem de um grupo muito forte. Os jogadores jovens dão coisas muito boas ao jogo e os mais velhos têm muita experiência.

A equipa contabiliza duas vitórias contra o FC Porto e nesses dois jogos em concreto utilizou um total de 21 jogadores. Isso atesta a qualidade do plantel?

Sim. O nosso mister vê o que fazemos nos treinos e todos os jogadores contam para ele. Nós damos o nosso melhor para que cada um de nós seja opção e isso é também a prova de que ele tem confiança em nós e nós lhe damos confiança para sermos colocados em prova em qualquer jogo.

O Estoril mudou de esquema tático – começou a época a jogar em 4x3x3 e passou a jogar em 3x4x3. Essa mudança foi importante para criar esta boa sequência de resultados?

Na minha opinião, a mudança tática foi importante porque acho que nos deu uma coesão defensiva diferente de outros jogos que fizemos. Senti que estávamos mais confortáveis com essa mudança tática e até agora tem corrido bem.

O Estoril apenas perdeu quatro jogos com Vasco Seabra ao comando, em doze realizados. O que acha que mudou na equipa para que os resultados sejam tão positivos?

Com a chegada do mister Vasco, acho que nos deu um trabalho de forma tática, no campo do treino, um pouco diferente do que a que estávamos habituados a ter com o mister Álvaro. Acho que conseguimos corresponder ao que o mister nos dá nos treinos, até agora conseguimos cumprir.

Na fase inicial, o Estoril esteve entre as defesas mais permeáveis da Liga. Residiu aí o principal problema dessa altura?

Havia situações em que num determinado jogo sofríamos um golo no final e claro que a equipa, sofrendo esse golo e não obtendo a vitória e com um mau resultado, como um empate ou uma derrota, é sempre frustrante para os jogos que se seguem. Mas o ambiente sempre foi positivo dentro do plantel.

O Estoril já projetou jogadores como Matheus Nunes, Chiquinho, Miguel Crespo, André Franco ou, mais recentemente, Tiago Gouveia (estava cedido pelo Benfica). Olha para estes casos de sucesso e revê-se?

Não posso dizer que não, acho que o Estoril tem uma estrutura muito forte e uma das coisas positivas desta estrutura é que aposta muito nos jovens e isso tem-se visto ao longo dos últimos anos. É algo para o qual temos de fazer o nosso trabalho e se o fizermos de forma positiva acho que podemos ser recompensados.

Como é que um jovem como o João lida com as notícias de mercado?

Nós vivemo-lo de forma tranquila porque neste momento estamos no Estoril, é o clube que representamos e onde jogamos. Acho que temos de dar o melhor pela equipa que representamos e se um dia acontecer algo positivo para mim e para o clube, claro que isso será uma opção.

O João é natural do Barreiro e estreou-se como sénior pelo Vitória de Setúbal. Com os dois clubes na mesma divisão (Campeonato de Portugal) e série (Série D), qual apoia?

(risos) Não posso esconder que o clube que me criou e onde praticamente nasci foi o Barreirense. No entanto, a minha passagem pelo Vitória foi também muito positiva.

Os elogios de Roberto Martínez

Alvo de elogios do selecionador nacional, Roberto Martínez, João Marques não esconde enorme orgulho pelas palavras do técnico nacional. «Claro que me sinto orgulhoso. Primeiro, porque fui chamado à seleção pela primeira vez nos sub-21 e depois ter o treinador da Seleção A a falar sobre mim e sobre o Rodrigo [Gomes] foi muito bom. Além disso, é muito positivo saber que o selecionador está atento ao nosso trabalho», reconheceu, feliz.