Galo canta no fim na estreia de César Peixoto (crónica)
Chico Banza disputa a bola com um adversário no Estrela da Amadora-Gil Vicente (FOTO: ANTÓNIO COTRIM/LUSA)

Estrela da Amadora-Gil Vicente Galo canta no fim na estreia de César Peixoto (crónica)

NACIONAL07.03.202522:30

No primeiro jogo do novo treinador, gilistas evitaram nova derrota (a sétima seguida) com um golo de Santi García a seis minutos do final. Jovane estreou-se a marcar pelo emblema tricolor, mas não foi suficiente

Na estreia de César Peixoto, o Gil Vicente colocou fim a uma série de seis derrotas seguidas e arrancou um ponto nos minutos finais do jogo com o Estrela da Amadora. Na Reboleira, o galo cantou no fim.

A versão gilista nos pós Bruno Pinheiro e José Pedro Pinto não rompeu totalmente com o passado. Nos primeiros minutos, viu-se uma equipa a querer ter bola e disposta a assumir a iniciativa de jogo. Sem que tal se traduzisse em ocasiões de golo claras.

O Estrela recompôs-se após a boa entrada do adversário e paulatinamente tomou conta da partida. Andrew travou um cabeceamento de Ferro e a primeira ameaça de Alan Ruiz, mas nada pôde fazer pouco depois quando o argentino rematou ao poste. Foram, de resto, segundos de impotência para o brasileiro que viu Travassos acertar no mesmo poste na recarga.

O Gil Vicente suspirava e, quiçá, suplicava pelo intervalo. O resultado era penalizador para o Estrela da Amadora que fez, no mínimo, por sair na frente no fim da primeira parte.

Nem sempre o futebol é justo. Mas desta feita, recompensou o emblema tricolor e a ousadia de José Faria. O treinador ofereceu maior poder de fogo à equipa e lançou na partida Jovane e Rodrigo Pinho. E oito minutos depois de ter entrado, o extremo cabo-verdiano marcou de livre direito (com felicidade) e traduziu a superioridade do Estrela no marcador.

Começava a pairar no ar a hipótese de o Gil Vicente chegar ao pior registo de derrotas consecutivas (sete) como aconteceu em 1974/75 e 1996/97. Era, portanto, necessário ir buscar forças ao fundo da alma, esquecer o passado recente e encontrar coragem. Félix Correia passou para o corredor direito com a entrada de Tidjany Touré e desequilibrou como não havia feito em 74 minutos.

Depois de duas tentativas do jovem francês travadas por Pantalon (que rendeu o lesionado Ferro) e Travassos, o Galo cantou, por fim. Um desvio infeliz de Rodrigo Pinho deixou a bola nos pés de Santi García que não falhou e igualou o jogo a seis minutos dos 90.

Nos instantes finais foi mais importante não perder do que ganhar. Ainda assim, os estrelistas estiveram mais perto da baliza contrária, mas sem criarem uma ocasião de golo. O empate acaba por penalizar o Estrela da Amadora que criou oportunidades suficientes para vencer enquanto o Gil Vicente ganha alento no início de uma nova era. Assim sendo, as equipas seguem de mãos dadas na tabela classificativa.

Melhor em campo: Santi García (7)

O espanhol ofereceu pontos ao Gil Vicente pela segunda vez esta temporada e colocou fim à série negra da equipa. O médio destacou-se nos primeiros minutos, mostrou boa capacidade para ligar o jogo ofensivo, ganhou duelos. Tentou ser, no fundo, o organizador que a equipa precisava. Santi García coroou a boa exibição com o golo que ditou o empate final.

A figura do Estrela da Amadora: Diogo Travassos (7)

Indiscutivelmente, o jogador mais consistente do Estrela na partida. Com liberdade para atacar, o lateral mostrou-se nas ações ofensivas, apareceu várias vezes na área e esteve perto de marcar na primeira parte– acertou no poste. Defensivamente, Travassos não deu uma nesga de espaço a Félix Correia, extremo que apenas conseguiu brilhar quando mudou de flanco.

As reações dos treinadores

Luís Silva (adjunto do Estrela da Amadora): «Fica um amargo de boca. Queríamos ganhar, mas não tivemos as mesmas condições que o Gil para preparar o jogo. A Liga marcou o jogo para sexta-feira, jogámos domingo, tivemos uma viagem pelo meio durante a semana e alguns problemas físicos que se notaram quando era preciso mais energia.»

César Peixoto (treinador do Gil Vicente): «Era importante não perder. Destaco a atitude e a alma que a equipa teve. A perder, foi atrás do resultado, fez o empate e ainda poderia ter feito o segundo golo. Não foi o que queríamos, mas numa semana não é fácil encaixar tudo. Fica a atitude e a vontade de quebrar este ciclo.»

As notas dos jogadores

Estrela da Amadora: João Costa (6), Ferro (6), Miguel Lopes (6), Rúben Lima (5), Diogo Travassos (7), Keliano (6), Paulo Moreira (5), Montóia (5), Alan Ruiz (6), Chico Banza (5), Fábio Ronaldo (5), Rodrigo Pinho (5), Kikas (5), Jovane Cabral (6), Pantalon (6) e Semeu Commey (-).

Gil Vicente: Andrew (6), Mutombo (5), Rúben Fernandes (6), Josué Sá (4) e Sandro Cruz (5); Santi (7), Mohamed Bamba (6), João Marques (5), Fujimoto (5), Félix Correia (6), Aguirre (4), João Teixeira (5), Jordi Mboula (4), Tidjany Touré (6) e Pablo (5).

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