Belotti (Benfica) protege a bola de Matheus Reis (Sporting) antes do polémico pisão
Belotti (Benfica) protege a bola de Matheus Reis (Sporting) antes do polémico pisão (Foto: Imago)

«É vermelho»: a confusão com o VAR no lance de Matheus Reis e Belotti

«Todos os árbitros foram unânimes em considerar a ação do jogador Matheus Reis [...] uma conduta violenta», lê-se no acórdão

O lance de Matheus Reis com Andrea Belotti na final de Taça de Portugal entre Sporting e Benfica levou a um castigo de cinco jogos do futebolista leonino, e o que se passou na sala do VAR nesse momento é essencial para perceber a punição ao jogador dos leões. Isto porque no acórdão a que A BOLA teve acesso lê-se que «todos os árbitros foram unânimes em considerar a ação do jogador Matheus Reis [...] uma conduta violenta».

Porém, é preciso perceber a sequência de eventos que levou a que o árbitro do encontro, Luís Godinho, não tivesse conhecimento da situação.

O VAR do jogo era Tiago Martins e tinha como assistentes na sala Vasco Santos e Sérgio Jesus. O trio começou por analisar o lance e inicialmente admite que a jogada «foi sem querer».

Lê-se no acórdão que o VAR «num primeiro momento, após a ocorrência do lance e depois de o observar novamente, disse “siga” e julgou que “foi sem querer”, mas logo depois pediu para o rever sob outro ângulo».

É nessa altura que Tiago Martins, o VAR, concluiu: «"Isto é vermelho, isto é vermelho, eu vou chamar”.»

O documento prossegue com a descrição: «Seguiu-se um debate na VOR sobre se a conduta relevante aconteceu antes ou depois de o árbitro interromper e reiniciar o jogo, bem como sobre a admissibilidade da intervenção do VAR em função disso. E o VAR insistiu, aliás, na sua posição, dizendo “eu vou chamar, mete lá as imagens, isto é uma conduta violenta, é conduta violenta na mesma, [...] a bola não está lá na cabeça, pisão na cabeça”.»

No entanto, a intervenção dos assistentes na sala levou a que Tiago Martins não avisasse Luís Godinho. «Todavia e após hesitações dos AVAR sobre se ainda seria legítimo informar o árbitro principal por, entretanto, o jogo ter sido interrompido e reiniciado –, [o VAR] acabou por encerrar a apreciação do lance dizendo: “ok, tudo bem, vá, siga”».

O erro foi assumido pelos intervenientes.

O Sporting viria a conquistar a Taça de Portugal frente ao rival Benfica, no Jamor, ao virar o resultado para 3-1 no prolongamento.

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