Casa Pia não espera Benfica desgastado: «Acredito que manterá o onze»
Gonçalo Santos não acredita que a águia sinta cansaço após a eliminatória europeia ante o Rangers e acredita num adversário na máxima força; mostrou ter a lição bem estudada e ambiciona vencer o seu primeiro contra um 'grande' enquanto treinador
O Casa Pia receberá, este domingo, um Benfica de regresso às vitórias, motivado pelo apuramento para os quartos de final da Liga Europa após ter triunfado (1-0) em Glasgow perante o Rangers. Nada que, no entender do treinador dos gansos, Gonçalo Santos, interfira com a preparação da sua equipa para o desafio nem nas possibilidades de sucesso que está terá perante um emblema de maior dimensão.
«Quando se joga com um grande, não há boas alturas nem alturas ideais. São equipas com valores acima da média e sempre muito bem trabalhadas», assumiu o treinador, que não espera encontrar uma águia desgastada pelo esforço que despendeu durante a semana na partida europeia.
«Sinceramente, não. Hoje em dia, as chamadas equipas grandes têm plantéis extensos e com muita qualidade, equipas B muito bem compostas por jovens da formação e também de muita qualidade e sempre que precisem podem recorrer a elas. Também fui jogador, tive a sorte de jogar Liga dos Campeões, Liga Europa e a felicidade de jogar à quarta e depois no sábado ou no domingo e não notava diferença nenhuma», referiu, remontando à sua experiência como futebolista profissional.
Gonçalo Santos não prevê cansaço no adversário e, por conseguinte, poucos motivos para que este imponha rotação no seu plantel, pelo que faz a sua aposta para o onze que o Benfica poderá apresentar em Rio Maior, palco da partida. «Sinceramente não acredito em cansaço nos jogadores que jogaram na quinta-feira e acredito muito que o Benfica mantenha o onze», fez saber o técnico casapiano, que em seguida comprovou ter a lição bem estudada e selecionou o ponto mais forte do seu opositor.
«O Benfica é uma equipa que assume o jogo como todas as equipas grandes, pela qualidade individual dos seus jogadores, mas contrariamente ao que normalmente acontece no Benfica, na minha opinião o momento mais forte deles é a transição ofensiva. Quando estão em bloco médio-baixo e ganham a bola, são muito fortes nesse momento, deixam muitos jogadores no terço ofensivo para a transição - fizeram agora golo na Liga Europa num canto defensivo, em que aproveitaram a transição», recordou.
O técnico do emblema de Pina Manique estudou, ao pormenor, as diversas variantes que a águia pode apresentar, procurando antecipar qualquer cenário que esta possa vir a colocar. «Têm jogadores muito rápidos. O Benfica muitas vezes altera, não de estrutura, mas mediante os jogadores que coloca pode jogar num 4x4x2 com dois avançados móveis, pode jogar com um mais fixo e outro móvel, podem ir sempre alterando quando joga o Kokçu como falso número 10 e defende sempre em 4x4x2», analisou ainda.
A receção ao Benfica reservará o primeiro confronto com um grande na carreira de Gonçalo Santos, que nunca venceu os encarnados enquanto futebolista e procurará fazê-lo ao comando de um Casa Pia que não vence o seu vizinho – entre o Estádio Pina Manique e o Estádio da Luz distam menos de quatro quilómetros - há mais de 86 anos. «Seria um marco histórico muito importante para nós, enquanto grupo é uma motivação extra e quando se consegue ganhar a equipas grandes a confiança aumenta de uma maneira exponencial», reconheceu.
«Seria também muito importante para o começo da minha carreira enquanto treinador no futebol profissional e seria sempre um marco histórico, no meu primeiro jogo contra o Benfica eu conseguir ganhar», admitiu o jovem treinador, que parte para o seu quinto jogo como treinador principal do Casa Pia, após ter transitado das funções de adjunto e substituído Pedro Moreira, que deixou o cargo por mútuo acordo há pouco mais de um mês.