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O filme estreia em Portugal no dia 20 de fevereiro (NOS)
«O Atentado de 5 de setembro»: o dia em que jornalistas de desporto cobriram ataque terrorista
O mais recente filme sobre os Jogos Olímpicos de Munique de 1972, com estreia marcada para 20 de fevereiro, foca-se no papel do jornalismo na cobertura de um ataque à comitiva israelita que ultrapassou as fronteiras do desporto
Munique, 1972. A Alemanha recebia os Jogos Olímpicos de Verão, empenhada em limpar a imagem de ostracismo e terror deixada em décadas anteriores, nomeadamente a Segunda Guerra Mundial. A intenção de apresentar uma sociedade germânica feliz e conectada com todas as culturas refletiu-se na identidade visual da competição, nas infraestruturas construídas e na ausência de polícia armada nos recintos desportivos, incluindo a Aldeia Olímpica, para transmitir uma sensação de segurança.
Os intitulados 'jogos felizes' beneficiaram de uma transmissão televisiva inovadora, capaz de estar em direto para todo o mundo, fosse a cores ou a preto e branco. Esse mundo distante da televisão movida a bobinas e oráculos construídos à mão é retratado meticulosamente no filme O Atentado de 5 de Setembro, que estreia nas salas portuguesas no dia 20 de fevereiro.
mais recente filme sobre os Jogos Olímpicos de Munique de 1972, com estreia marcada para 20 de fevereiro, foca-se no papel do jornalismo na cobertura de um ataque à comitiva israelita que ultrapassou as fronteiras do desporto
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A película foca-se no acompanhamento jornalístico de um dia aparentemente sem grandes duelos nas modalidades olímpicas, mas que, rapidamente, se tornou um desafio hercúleo que ultrapassou as fronteiras desportivas. Na madrugada do dia 5 de setembro, terroristas palestinianos do grupo radical Black September entraram na Aldeia Olímpica disfarçados de atletas e sequestraram 11 atletas e treinadores israelitas.
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Habituados a cobrir voleibol ou atletismo, os jornalistas da estação americana ABC que estavam em Munique aguentaram a pressão das chefias para delegar a história a colegas especializados e assumiram a cobertura em direto de uma situação de reféns que se arrastou quase durante um dia inteiro. Durante uma hora e meia de filme, o papel dos media no desenrolar do ataque terrorista é escrutinado, enfatizando a quantidade de decisões que precisavam de ser tomadas em segundos.
A frase «Podemos mostrar alguém a levar um tiro?», proferida num dos momentos de maior tensão, reflete as dúvidas éticas e morais interiores vividas pelo jovem produtor Geoffrey Mason, interpretado pelo ator John Magaro (Past Lives), que comandou toda a transmissão mundial televisiva de um dos momentos mais sombrios da história do desporto.
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Entre traduções por walkie-talkies, informações falsas e emoções à flor da pele, sobressai o dilema entre o que é do interesse do público e o que não deve ser transmitido para proteger um bem maior. Embalado por um cenário que nos transporta para o início dos anos 70, O Atentado de 5 de setembro é um retrato fiel do papel social inerente a qualquer cobertura jornalística que, por vezes, junta aleatoriamente diversas áreas da sociedade e que não termina da forma esperada.
O fim trágico deste ataque motivou a suspensão dos Jogos Olímpicos de 1972 que, ainda assim, foram retomados após um dia de luto. Quase cinquenta anos depois, na cerimónia de abertura da edição 2020, realizada em Tóquio, foi, pela primeira vez, celebrado um minuto de silêncio em memória das vítimas do ataque de Munique.
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