Seleção Bento Guerreiro, o benfiquista que sonha oferecer bacalhau a Ronaldo na Islândia (vídeo)

SELEÇÃO20.06.202317:50

Bento Guerreiro é um caso de sucesso. Como em muitos casos na Islândia. Arriscou sair de Quarteira, no Algarve, onde era pescador, para rumar a este país em busca de uma vida melhor. Já lá vão mais de 30 anos. Hoje é um dos proprietários de maior notoriedade de vários restaurantes em pleno centro de Reiquiavique. Oito no total: desde o famoso Apotek, uma antiga farmácia transformada numa verdadeira explosão de sabores portugueses e islandeses, passando por um mexicano, japonês, entre muitos outros. A A BOLA exibe algumas fotografias de famosos que já passaram por ali. Desde António Costa, Primeiro-Ministro português, passando por Tom Cruise, entre muitas outras figuras, Bento Guerreiro recebe-nos com uma simpatia invulgar.

Conta-nos com orgulho todos os passos dados. «Estou cá há 30 anos. Vim de Quarteira sem conhecer nada. Meti-me no ramo de restauração e neste momento já tenho oito restaurantes no centro de Reiquiavique. Agora já se vêm mais portugueses desde que abriram as linhas aéreas diretas. Mas nada substitui o sol algarvio, sem dúvida. E a qualidade de vida, sol e praia», começa por dizer, o empresário, de 48 anos, identificando os locais obrigatórios para quem está a pensar deslocar-se a este país nórdico. «Para quem vem de fora… o melhor para ver são os glaciares. É algo espetacular. Para ser mais rápido é o Golden Circle em que se dá a volta à ilha em 5 ou 6 horas. Uma estrada que faz um círculo. Vemos a natureza em estado puro, as montanhas…».

Nesta altura do ano nunca anoitece em Reiquiavique. «Estou cá há 30 anos mas ainda nos estamos a habituar. É difícil. A vida noturna é maior nesta altura do verão. As pessoas especialmente no fim de semana vão deitar-se de manhã. Desportos? Aqui só mesmo futebol, andebol e basquetebol», diz.

Para Bento Guerreiro, que não irá perder o jogo desta noite, só uma paixão maior: o Benfica: «Sou adepto, claro. Gosto de ver os jogos do Benfica na Luz, duas ou três vezes por ano vou lá. Sou sócio e tenho uma paixão enorme. Foi um justo campeão. Aqui não existem tantas polémicas. Em Portugal fala-se demasiado. Aqui o futebol não é um desporto tão grande. Até se discute mais o andebol. É mais calmo», conta, caraterizando o povo islandês: «É uma pessoa calma, muito educada, que nunca se exalta. Antes eram mais frias mas é algo que também está a mudar. E são muito nacionalistas. Vemos uma bandeira em cada canto. Todos querem fazer o melhor para o país e trabalham muito. Num país que é o mais seguro do mundo.»

Antes da bola começar a rolar, Bento Guerreiro deixou um desejo através de A BOLA. «Ronaldo? É um orgulho podermos receber neste país um dos melhores desportistas do planeta? O que lhe oferecia? No final do jogo pode vir comer aqui um bacalhau que ele por certo nunca comeu», diz em tom bem disposto.