SCP: ‘assim, é comigo’! 

OPINIÃO24.01.201900:37

SPORTING desforrou-se da derrota em Braga à 5.ª ronda do campeonato. E repetiu o êxito de há um ano, também no sim ou sopas em pontapés de grande penalidade, então face ao FC Porto (de igual forma ganharia a final com V. Setúbal). Enquanto Braga chora derretido sonho de erguer troféu em sua casa, Sporting exulta: assim é com ele!  
Fortes emoções, ontem, quase só no desempate - e mesmo aí, em parte por muito mérito dos guarda-redes Renan e Marafona, demasiados falhanços. Meia-final atirando para desenxabida, muito longe da qualidade, e até da frenética intensidade, saboreada na véspera. Ontem, nos 90 minutos, não consigo afirmar qual deles foi melhor/um pouco acima de sofrível… Quiçá o Sporting, tangencialmente. Também graças a protetora estrelinha na cabeçada de Raul Silva que esbarrou na barra. Não fiquei convencido na alegada falta que anulou golo bracarense. Mais me pareceu ter havido penálti sobre Coates…  
Benfica-FC Porto foi final antecipada? Veremos. Tem a palavra o Sporting. Creio que tendo de falar de forma muito mais convincente do que falou ontem.          

ESTUPENDO espetáculo na 1.ª meia-final: FC Porto igual a si próprio (poderoso) e Benfica em escalada de convicção. Desde logo porque ambos, não encolhendo ganas de vencer, decidiram que atacar é o melhor caminho. Desfecho 3-1 aparenta desequilíbrio que não houve (3.º golo portista quase no final, explorando, muitíssimo bem, adversário todo atirado para a frente).


Talvez o FC Porto (tem sido claríssimo n.º 1) não esperasse tanta audácia benfiquista, pregando-lhe múltiplos sustos. Mas o futebol portista confirmou ser o mais sólido, o mais acutilante, o mais… eficaz. Porquê? Porque - tecla por mim n vezes batida… - o seu plantel, muitíssimo bem conduzido por Sérgio Conceição, é bem superior, permitindo excelente mescla de virtuosismo técnico (Brahimi, Óliver, Otávio, Corona) com imponente estrutura atlética, leia-se estatura, peso, poder de choque, resistência em velocidade prolongada (Felipe, Militão - agora também Pepe! -, Telles, Danilo, Herrera, Soares, Marega - agora também Fernando Andrade…). E, mesmo estando Danilo, fortíssimo médio todo o terreno, sob lesão (como Fejsa e Jonas), lá prosseguiu, em grande!, a dupla mais decisiva no FC Porto campeão (peço desculpa a Telles e Brahimi…): Marega, carro de assalto que massacra/arrasa defesas e tem golo nos pés e na cabeça - com a versatilidade de o fazer pela direita ou pela zona central -, e Herrera, outro todo o terreno que varre e domina o meio campo em qualquer função - n.º 8, n.º 6, ou mesmo falso 2.º ponta de lança, como já foi (incrível: amiúde alvo de duras críticas de adeptos!; só que múltiplos treinadores por ele vão passando e nem um deixou de considerá-lo… pilar).


Ver na defesa do Benfica o mesmo que vale Militão-Felipe-Pepe-Telles é lirismo. Admitir que Samaris-Gabriel (e Samaris esteve acima do previsível após longuíssima ausência) podem, na refrega do meio campo, ultrapassar Herrera-Óliver (Óliver: outro jogão) é enorme otimismo. Pensar que Seferovic se equivale a Marega, e que entrar Castillo é igual a entrar o goleador Soares (precioso lançamento para o recém-chegado Fernando fazer 3-1), é delírio! E não há em Portugal outro Brahimi. Pormaior: na eficácia vs. seu défice está, por regra, diferença de… categoria individual. Bruno Lage, como Rui Vitória, faz o que pode. E, em tão pouco tempo, está conseguindo crescimento da equipa. A sua alteração de fundo (4x4x2) inclui necessidade de os extremos muito fletirem para dentro, equilibrando a dupla de médios centrais, mais defensivos. Nesta meia-final, em tudo por tudo pelo 2-2, trocou Gabriel por Gedson e lançou Castillo ao lado de Seferovic (4x3x1x2, com Félix pelo meio, próximo dos ponta de lança). Sérgio Conceição respondeu com mais um médio central, mudando 4x4x2 em 4x3x3; aí amarrou o ímpeto benfiquista - e veloz/retilíneo/possante contra-ataque foi ponto final.  


Quanto a mim, 2-2 houve… em erros (graves) de arbitragem. 1-0: penálti não assinalado a Rúben Dias. 1-1: golo portista precedido de claríssima falta (Óliver). Dois falhanços de Xistra e… o VAR, Veríssimo, tinha ido beber café?! 2-1: golo mal anulado, pois Rafa estava em linha - na dúvida, benefício a quem ataca (erro de auxiliar, não corrigido pelo VAR). 2-2: Xistra poupou Seferovic a 2.º amarelo = expulsão. Pelo meio, no golo de Rafa, Veríssimo deveria estar regressando do café quando imaginou mão ou braço de Seferovic (Xistra foi ver o que todos vimos: bola evidentemente no peito). O árbitro esteve mal. O VAR esteve péssimo!