Pinto da Costa, o maior fascista do futebol português?
Fico triste porque quando estamos próximos do 25 de Abril, que foi feito para termos muita liberdade, incluindo a de expressão, ao futebol ainda não chegou o 25 de Abril
Pinto da Costa, presidente do FC Porto, sobre processo disciplinar de que foi alvo após críticas à arbitragem no Estoril
Pinto da Costa, presidente do FC Porto, mostrou-se revoltado com a instauração de um processo disciplinar após denúncia do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, na sequência da revolta do dirigente, contra o árbitro António Nobre e o VAR Tiago Martins, após nova derrota do FC Porto contra o Estoril.
O presidente portista não foi meigo. Disse, entre outras coisas, que Tiago Martins já no passado fez o FC Porto perder um campeonato, num jogo com o Gil Vicente, e que o clube tem sido «vergonhosamente prejudicado». Mas na verdade, vendo bem as declarações, nunca coloca em causa a honestidade dos árbitros, apenas a competência. E, para mim, isso nunca deveria resultar em processo disciplinar (o que não quer dizer que venha a resultar em castigo; veremos...).
Em todo o caso, o regulamento disciplinar da Liga, feito pelos clubes, é que determina o que os dirigentes podem ou não dizer sobre os árbitros. Pinto da Costa diz que o 25 de Abril e a liberdade de expressão não chegaram ao futebol, mas se a responsabilidade é dos clubes, quem será o dirigente mais responsável nisso? Talvez o que é presidente há mais de quatro décadas de um dos maiores clubes portugueses? Não será, então, Pinto da Costa o maior fascista do pontapé na bola cá do burgo?
Se é tão defensor assim da liberdade de expressão, porque não acabar com os regulamentos internos que multam jogadores apenas por falarem, independentemente do que disserem – o que provavelmente é inconstitucional?...