Vasco Seabra inconformado com o atual momento do Arouca (Foto Estela Silva/LUSA)
Vasco Seabra inconformado com o atual momento do Arouca (Foto Estela Silva/LUSA)

Vasco Seabra confirma «conversa» com estrutura do Arouca... sem «votos de confiança»

Técnico disse que «reuniões após jogos são coisas naturais»; encontro com presidente e diretor-geral para perceber o que «fazer no sentido de melhorar»; não se falou sobre o seu futuro no comando técnico

O Arouca atravessa momento delicado na temporada, com cinco derrotas consecutivas (quatro para a Liga e a eliminação da Taça de Portugal aos pés do Fafe), e a goleada (0-4) averbada em Braga na jornada anterior motivou reunião entre Vasco Seabra e a estrutura do Arouca, nomeadamente com o presidente Carlos Pinho e o diretor-geral Joel Pinho.

«Ter reuniões para reflexão após os jogos são coisas naturais. Nunca vejo as coisas com um sentimento que é de vida ou de morte. Dou o melhor de mim todos os dias, entrego-me inteiramente à minha profissão e à causa do Arouca. Aquilo que existiu foi uma conversa muito franca entre mim, o diretor geral [Joel Pinho] e o presidente [Carlos Pinho], em que os três quisemos perceber o que é que poderíamos fazer no sentido de melhorar. Foi a única questão que esteve presente na nossa conversa. Não se falou de votos de confiança nem de nada do género. Apenas a convicção para sairmos da situação e fazermos um campeonato capaz. Refletimos sempre sobre as coisas que temos feito, mesmo nos bons momentos da equipa», esclareceu Vasco Seabra, este sábado, na projeção da deslocação deste domingo à Amadora.

Estamos feridos no orgulho, mas não na vontade. Já provamos a nós mesmos que somos capazes de competir com equipas grandes e com equipas menos grandes

Com nove pontos conquistados, mas apenas a dois do adversário deste domingo, o técnico dos arouquense mantém o otimismo quando à capacidade de reverter já nesta 13.ª jornada da Liga a onda de resultados negativos.

«Estamos feridos no orgulho, mas não na vontade. Já provamos a nós mesmos que somos capazes de competir com equipas grandes e com equipas menos grandes. Temos que olhar para nós com a convicção de reação, mexer connosco mesmos porque temos confiança naquilo que fazemos e no caminho a seguir. É com maturidade competitiva que vamos encarar o jogo, sabendo que temos um adversário difícil que vai exigir de nós jogar na raça. Agora é um momento de oportunidade para podermos ganhar. Estamos próximos de muita gente na tabela, mas não estamos felizes com o lugar e os resultados da classificação e é esta realidade que nos leva para a responsabilidade de darmos o melhor de nós», projetou Vasco Seabra, apontando ainda para o perfil de um Estrela da Amadora que persegue o mesmo objetivo da manutenção.

«É um adversário que mudou de treinador, está a implementar ideias novas e tem muitas alternativas dentro do próprio jogo. Por exemplo, em Alvalade utilizou diferentes formas de pressionar e de atacar, de jogo para jogo varia também com muita facilidade, é uma equipa que é um bocadinho camaleónica e vamos ter que perceber o que está a acontecer no jogo, num campo que é de alto nível de exigência», vincou.

Vasco Seabra abordou, ainda, a série de erros individuais que têm atrapalhado o desempenho da equipa e respondeu com a força do colectivo para conduzir os lobos a território seguro.

«Quando um jogador comete um erro ninguém fica mais triste do que ele próprio. Nós temos que lhes mostrar que eles são capazes de fazer muitos jogos sem cometerem erros. Acredito que a nossa fase vai mudar. Ela não muda só com um clique, um estalar de dedos, ela muda com muita convicção, dedicação e serenidade, emocionalmente a equipa sentir que seguimos juntos e que confiamos uns nos outros. Será dessa forma que daremos a sapatada nos maus resultados, será esse o caminho para as vitórias e a felicidade. Sabemos que há coisas que nós temos que melhorar em termos de organização defensiva e ofensiva, mas também sabemos que há coisas que são falhas nossas, que partem do treinador, sempre com responsabilidade máxima. Vamos conseguir inverter a nossa situação, tal como o fizemos na época passada», confiou, apontando ainda a capacidade de superação do central José Fontán, que conta com três cartões vermelhos em 12 jornadas.

«Nunca tinha tido três expulsões na carreira toda como profissional. É um momento negativo muito particular dele, mas não é o perfil de jogador de ficar no chão a chorar sobre leite derramado. É um dos capitães e tem uma personalidade fantástica. Os primeiros dois, três dias foram duros para ele, continuou a competir em treino e a ser muito sério e, graças à capacidade de superação que tem, terminou a semana com uma energia muito grande», atestou o técnico dos lobos, que, além do defesa espanhol, está privado do contributo do lateral Tiago Esgaio, castigado após completar série de cinco amarelos, e do médio Mateo Flores, lesionado.