Nico Gaitán projeta sucesso ao antigo colega no Benfica: «Acredito que fará uma grande época»

É pela voz de um (também) antigo craque que surgem os mais recentes elogios para César Peixoto, atual treinador do Gil Vicente: Nico Gaitán, astro argentino que se destacou, sobretudo, no Benfica, entre 2010 e 2016.

Por entre essa passagem pelos encarnados, o esquerdino cruzou-se com outro... canhoto. O seu nome? César Peixoto. Corria a época 2010/11 quando o sul-americano e o português partilharam balneário no emblema da Luz e desde muito cedo começaram a criar uma relação de proximidade. Tal como, de resto, Gaitán confidencia em declarações exclusivas a A BOLA.

«O papel do César foi muito importante para mim naquela que era a minha estreia no futebol europeu. Ainda para mais o nosso treinador era o míster Jorge Jesus, que, como toda a gente sabe, era extremamente exigente, e o César Peixoto ajudou-me muito na integração aos novos conceitos táticos», começou por dizer.

Na base desse entendimento inicial estiveram duas circunstâncias: a posição que ambos ocupavam no terreno de jogo e o facto de Peixoto dominar a língua espanhola, uma vez que tinha jogado em Barcelona, no Espanhol, na época 2006/07: «Exatamente. Cheguei ao Benfica em 2010 e,como ele falava espanhol, eu conseguia perceber tudo o que ele dizia. Daí ter tido um papel de enorme relevo na minha integração. Além disso, o César também jogava pelo corredor esquerdo, tal como eu, mas como ele era mais experiente ensinou-me muitos conceitos táticos, como por exemplo os posicionamentos sem bola, entre outros. Foi mais fácil para mim perceber as ideias e encaixar na ideia da equipa.»

A «boa relação» entre ambos, está fácil de ver, foi-se maturando com o tempo, de tal forma que, uma década depois, César Peixoto, já treinador, conseguiu convencer Gaitán a regressar ao futebol português - o argentino tinha estado no Penarol, do Uruguai - para jogar no Paços de Ferreira.

«Sim, foi através de um amigo comum e a oportunidade surgiu. Estava na Argentina, sem clube, falei com o César e ele convenceu-me. Cheguei a meio da época 2021/22, mas tive um problema físico que me impediu de jogar tanto quanto desejaria. Na época seguinte, porém, já estive muito bem fisicamente e acabei por fazer boas exibições, ajudando a equipa com golos e assistências [29 partidas, três tentos e três passes certeiros]», recorda o extremo.

Nico Gaitán ainda está no ativo — o ano passado vestiu a camisola do Sarmiento de Junín, da Argentina - e nesta conversa com o nosso jornal admitiu que está a ponderar sobre o seu futuro. Mas deixou uma garantia sobre o futuro de... César Peixoto: «Tem todas as condições para fazer um excelente trabalho no Gil Vicente. Precisa de tempo, como todos os treinadores, mas, se tiver todas as ferramentas de que necessita, fará uma grande época. Sabemos que no futebol o que conta mesmo é quando a bola entra, mas a verdade é que está num clube organizado e que lhe permitirá ter todo o destaque que merece.»

E qual a razão que leva Gaitán a projetar sucesso a Peixoto? A resposta advém de algo que absorveu no passado. «Ele percebia muito do jogo, de questões táticas. Com o tempo fui percebendo que tinha condições para poder vir a ser treinador. Depois disso, e com tudo o que já sabia, estudou para isso e hoje é um grande treinador e que tem tudo para ser cada vez melhor», finalizou o antigo colega e jogador de César Peixoto.

A César... o que é de César. Desta feita, a Peixoto o que vem de Gaitán. A BOLA desafiou o argentino a enviar uma mensagem pública ao amigo e o pedido foi imediatamente aceite.

Ou seja, quando César Peixoto ler estas linhas, vai ser surpreendido com palavras a si dirigidas. Eis os desejos de Gaitán:

«César, quero agradecer-te por tudo, não só dos tempos em que partilhámos o balneário, mas também quando foste meu treinador. Contigo voltei a sentir confiança nas minhas capacidades, depois de ter tido problemas físicos, e isso não se esquece. Desejo-te o melhor para esta época e para o futuro.»