Estrela-FC Porto: a crónica
Sérgio Conceição já tinha admitido que o seu FC Porto ainda estava a jogar pouco. Era uma constatação honesta e que, no fundo, justificava o facto pouco comum de a sua equipa ter começado o campeonato com resultados no fio da navalha. Antes da viagem à Reboleira, o FC Porto tinha vencido três jogos por 2-1 e empatado outro a um golo. Agora, depois de uma exibição medíocre e cheia de sobressaltos, voltava às vitórias, mas por outra margem mínima: 1-0.
O resultado tangencial, a somar a outros, pode ser preocupante, mas a exibição é alarmante, sobretudo em vésperas de entrar no palco maior da Champions.
Curiosamente, e talvez porque percebesse a dificuldade de resolver o problema estrutural da equipa, Sérgio Conceição surpreendeu tudo e todos com uma verdadeira revolução. Apresentou a novidade de três centrais (Pepe, Marcano e David Carmo), usou nas alas Gonçalo Borges e Galeno, optou, e bem, pela estreia de Alan Varela, juntou-lhe, no meio campo, a novidade de André Franco e Ivan Jaime e, na frente, deixou Taremi e Toni Martinez no banco, escolhendo Evanilson e Navarro. Maior razia, em relação ao onze habitual, seria difícil de admitir.
Não se sabe se a ousadia do treinador do FC Porto iria resultar. Logo aos 3 minutos Marcano lesionou-se e isso obrigou ao regresso ao modelo habitual de quatro defesas, com a entrada de Wendell para a lateral esquerda. E, pior, não mais de dez minutos depois, a lesão de Evanilson obrigou, bem mais cedo do que o previsto, à entrada de Taremi.
O FC Porto teve, pois, um iníco atribulado por circunstâncias que não podia controlar, mas a verdade é que a equipa nunca encontrou maneira de dominar o jogo, correu demasiados riscos de não o ganhar e a verdade é que, no minuto noventa, teve a sorte de ver Varela, em cima da linha de golo, emendar o erro de Diogo Costa e, assim, salvar a equipa daquele perigoso naufrágio da Reboleira.
Como se percebe, o Estrela esteve perto de conseguir um resultado glorificador para a sua história. Faltou-lhe, mais do que sorte, engenho e arte nos momentos cruciais. Mesmo assim, teve um indiscutível mérito de assustar o FC Porto, obrigá-lo, por vezes, a defender em jeito de salve-se quem puder. E já não foi pouco