Samuel Soares e Trubin, dois gigantes da baliza encarnada (Imago)
Samuel Soares e Trubin, dois gigantes da baliza encarnada (Imago)

Erros de Trubin deixam Benfica de 'baliza aberta'

Ucraniano não atravessa bom momento e relança discussão sobre o guarda-redes. José Mourinho criticou ação no golo do Sporting, adeptos pressionam, treinador tem a palavra

Anatoliy Trubin, guarda-redes internacional ucraniano do Benfica, 24 anos, atravessa novo momento difícil de águia ao peito e relança, inadvertidamente, a discussão sobre a baliza do Benfica, que foi tema quente em determinada fase da era Bruno Lage.

A temporada do gigante de quase dois metros está a ser marcada por altos e baixos e o dérbi com o Sporting expôs uma vez mais Trubin, que ouviu críticas de Mourinho, treinador dos encarnados, mas também dos adeptos benfiquistas, que não deixaram passar dois momentos do lance.

Mourinho, recorde-se, fez referência às ordens que tinha dado durante a semana de trabalho para que aquele tipo de passe não acontecesse — Trubin entregou a bola a Barrenechea, quando o argentino estava bastante próximo de si, sob a marcação de Hjulmand e de costas para o adversário, mesmo em zona frontal à baliza —, mas os benfiquistas, assim como a generalidade da crítica, também não deixaram passar a forma como o guarda-redes se fez à bola rematada por Pedro Gonçalves. Apesar de o sportinguista estar em vantagem clara, a bola saiu devagar e não muito distante de Trubin, que ainda lhe tocou, parecendo lento na abordagem.

O ucraniano é conhecido por fazer defesas espetaculares, esteve muito bem logo no início do dérbi a evitar um golo madrugador do Sporting, com bela defesa com o pé, mas os altos e baixos têm tido custos para a equipa e também para a reputação do jogador.

Na seleção da Ucrânia, por exemplo, foi considerado vilão em outubro, quando foi mal batido num golo da Islândia em jogo respeitante à qualificação para o Mundial, em novembro foi considerado herói frente à mesma Islândia, após defesa incrível praticamente em cima da linha de baliza e com reflexos só ao nível dos melhores.

No Benfica, Trubin tem sido também assim. Na era Bruno Lage teve momentos particularmente difíceis, sobretudo no início de 2025, levando o então treinador do Benfica a protegê-lo, retirando-o da baliza e lançando Samuel Soares, mesmo em jogos de Liga.

Depois, o ucraniano voltou à titularidade nas provas principais, mas voltou a falhar em grande com o Chelsea, no Mundial de Clubes, em julho (o 2-1 para os ingleses, no prolongamento, nasceu de erro tremendo), e o início de época das águias ficou marcado pela alternância entre os jogadores. Lage deixou, por exemplo, Trubin no banco nos jogos com Tondela e Alverca, para a Liga, das jornadas 3 e 4, fazendo avançar Samuel Soares.

Com Mourinho, o gigante ganhou novo fôlego, ficando apenas as taças para Samuel Soares, mas agora a baliza parece estar novamente aberta, ou, pelo menos, a discussão em torno dela. Lage nunca deixou cair Trubin, José Mourinho tão pouco, mas a pressão é enorme e o Benfica prepara-se para enfrentar enorme desafio em casa — Nápoles, quarta-feira, para a fase de liga da UEFA Champions League — e a Luz estará, certamente, em regime de tolerância zero. Sem margem para (ver) errar.