Benfica dispensa treinador campeão
Provavelmente ainda mais inesperado do que a contratação, há um ano, quando deixou de ser diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação de todas as disciplinas para se mudar para a Luz, José Machado foi dispensado de treinador de natação do Benfica, com o clube a não desejar renovar o vínculo depois de no último defeso ter mostrado o desejo na sua direção para além do ciclo olímpico até Los Angeles 2028. Notícia que apanhou de surpresa muitos dos nadadores, que se encontram em férias e souberam da novidade através de uma mensagem de agradecimento do agora ex-técnico.
Machado, de 60 anos, dividia a função de técnico principal com Miguel Frischknecht, também ele chamado pelas águias para orientar a poderosa e versátil equipa, que conta com os olímpicos Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento e Diana Durães, mas estando estes a treinar no CAR Jamor, sob a orientação de Samie Elias.
Havia sido chamado pelos encarnados para substituir Ricardo Santos e esta temporada levou a equipa masculina à concretização do tri no Nacional de clubes. Oitavo título do seu historial nos homens, que o deixa a um de igualar o total do Sporting, mas o primeiro tri de forma consecutiva. Êxito que no sector feminino não foi alcançado, uma vez que a equipa feminina, campeã em 2023/24, não conseguiu evitar que o Sporting recuperasse o ceptro.
A dispensa ainda é mais surpreendente depois de, há duas semanas, José Machado ter liderado o Benfica no Nacional individual realizado em Coimbra, onde os encarnados foram os mais medalhados (29 pódios) e com mais títulos nos seniores (11+7+11) e nos juniores apenas se quedaram atrás dos 15 obtidos pelos Sp. Braga (7+7+1), ao somarem 11 pódios (5+5+1).
No Open de Portugal, realizado em abril, no Jamor, o Benfica havia sido igualmente a equipa com mais medalhas conquistadas: 34 (10+11+13), mas ficara atrás dos leões (26) no ranking por um título de campeão (11+11+4).
Rui Borges dispensado do Fluvial Portuense
Mais a norte, quem também está de saída, neste caso do Fluvial Portuense, é Rui Borges. Olímpico nos Jogos de Seoul-1988 e o nadador em Portugal com mais títulos de sempre, 207 num total de 286 medalhas. Borges, de 58 anos, foi dispensado da histórica colectividade da cidade do Porto, onde se encontrava desde 2012/13, depois de ter estado à frente do Leixões.
Entre os vários êxitos e títulos conseguido como técnico do Fluvial, destaque para os apuramentos olímpicos de Vânia Neves (Rio-2016) e Angélica André (Tóquio-2020), ambas em águas abertas, e Henrique Mascarenhas (Paris-2024), este na natação pura e por Angola.
Rui Pinto, antigo nadador e treinador de escalões de formação é o substituto encontrado para Rui Borges.
De regresso ao sul, mais propriamente à Cova da Piedade/Almada, a SFUAP encontrou um técnico para suceder a Ricardo Santos, que depois de sair do Benfica permaneceu apenas uma temporada no clube em que havia competido e sido internacional, mas que, agora, passará a ter a orientação técnica de Hélder Pacheco, vindo do Desperta Recorde (ex-Cova da Piedade).