Rui Borges falou também do regresso de Daniel Bragança e da percentagem de hipóteses dos leões surpreenderem o Bayern
Rui Borges falou também do regresso de Daniel Bragança e da percentagem de hipóteses dos leões surpreenderem o Bayern - Foto: IMAGO

As ausências, o poderio do Bayern e percentagens: tudo o que disse Rui Borges

Treinador do Sporting não escondeu o óbvio: o gigante bávaro á favorito. Ainda assim, afirmou que não quer 'apenas' um empate e que os leões vão entrar na Allianz Arena para levarem os três pontos... apesar das ausências de peso

O Bayern tem o melhor ataque da Europa, que tipo de desafio é que isto representa? Como vai gerir as ausências? 

A dificuldade é imensa. Vamos jogar contra a melhor equipa na Europa. Deve ser das melhores equipas, não só desta época, mas dos últimos 10 anos. Para além de terem uma parte individual que é fortíssima, têm uma parte coletiva que foge um bocadinho da caixa. Vamos ter um grau de dificuldade enorme. Jogamos contra uma grande equipa, contra grandes jogadores, contra um grande treinador. Enquanto equipa, vamos fazer o nosso melhor para tentar disputar o jogo, para tentar ganhar, porque é esse sempre o nosso objetivo. Mesmo dentro das dificuldades todas que vamos encontrar, também vai haver momentos que vamos arranjar formas de nos sobrepormos ao adversário. Em relação às baixas, aqui não há gestão de ausências, é combatê-las com outros jogadores. Começamos com 11 jogadores, tal como o adversário e não vamos fugir à nossa ideia de jogo. Obrigatoriamente que, em alguns momentos, o adversário nos levará a estar em alguns momentos num bloco mais baixo. Mas o futebol é isso e nós temos que ter essa capacidade para respeitar quem está do outro lado e não fugir àquilo que nós somos enquanto equipa e desafiarmos a nós próprios a ser melhores. São estes jogos que nos tornam melhores. 

O que é que se passou com o Pedro Gonçalves, Trincão e Quenda? Não havia condições para nenhum estar aqui no lote de convocados? 

Quem não está, não estava em condições. O Trincão está inapto. O Pote no treino sentiu um desconforto e ficou inapto para o jogo e possivelmente para o próximo. E o Quenda também por alguns jogos. Inácio, Geny e Vagiannidis estão em dúvida. O Inácio e o Geny por traumatismos que tiveram no jogo como Benfica, o Vagiannidis por um pequeno traumatismo que aconteceu há dois dias no treino. Estão os três na comitiva, mas estão em dúvida. 

As ausências deitam-lhe um pouco abaixo as expectativas? 

Não. o jogo é contra 11. No ano passadom fomos campeões, empatámos com o Dortmund com sete jogadores da equipa B. Vamos jogar com 11 e isso não me preocupa nada. São jogadores importantes, não fugimos a isso. O Quenda está no seu melhor registo em termos de números, o Trincão e o Pote vão estar nas melhores épocas individuais deles. Mas não podemos fazer nada, faz parte do futebol, infelizmente são coisas que nós não conseguimos controlar, porque a maioria é tudo traumático. O futebol está muito evoluído, não se trata de poder jogar ou não poder jogar. É um ser humano que nós temos que tentar ao máximo minimizar os problemas. Agora, queria ter toda a gente? Queria. Mas não lamento, vamos entrar com 11. Vamos ser competitivos com os jogadores que temos. Eles estão sempre à espera de uma oportunidade e está aqui um bom exemplo disso. O Simões não começou a época assim tão bem quanto isso, esperou pela oportunidade dele e cada vez que é chamado tem feito muito bons jogos.  

Pode confirmar que o Quenda só volta em 2026? As baixas aumentam a urgência do Sporting ir ao mercado? Tendo em conta a ausência de extremos, pondera avançar Maxi Araújo?

Eu vou arranjar sempre soluções. Há jogadores que podem fazer essa posição de extremo e não vou falar do mercado. Em relação ao Quenda, o máximo que eu posso dizer é estará ausente alguns jogos. 

O que pode dizer sobre a recuperação do Daniel Bragança e se já há alguma data para o regresso à competição? Ioannidis terá restrição de minutos? 

O Ioannidis esteve parado. Já enalteci o grande profissionalismo dele e o querer. É um grande exemplo para todos, a resiliência dele, o querer ajudar e é esses que eu quero sempre. Até à morte. Agora, esteve parado, voltou rápido, perdeu alguma forma. É natural que não esteja preparado para muitos minutos. Não está na sua melhor forma, derivado à paragem. Em relação ao Daniel, fico muito feliz, ficamos todos por vê-lo voltar ao relvado. Viajou connosco, o que é importante também. Mas vai demorar algum tempo ainda para adquirir a sua melhor forma, a sua confiança também para poder dar contributo à equipa. Acredito que seja uma contratação de janeiro.

Com tantas ausências, que percentagem é que o Sporting tem de vencer aqui em Munique? Palavras de José Mourinho sobre Hjulmand?

Mourinho é um capítulo fechado, é passado, não vou estar a falar do jogo do Benfica ou do que o mister falou. Vocês já responderam por mim, com as estatísticas, por isso não preciso de falar muito, nem preciso de fazer nenhuma defesa. Tudo aquilo que ele tem demonstrado desde que está no Sporting, mostra bem o grande capitão e o grande jogador que é. Sobre a percentagem, claramente não somos favoritos. Já não o éramos com a equipa toda, até pela capacidade que tem mostrado o Bayern . Só têm uma derrota, não perderam em casa ainda, a última derrota que têm em casa foi nos quartos de final com o Inter. Vamos ter muitas dificuldades e estaria a ser hipócrita se estivesse aqui a dizer que era 50-50. Estão mais fortes, estão muito fortes. Vamos tentar ser o melhor possível. Temos que estar focados e rigorosos, não só no momento defensivo, mas também no momento ofensivo. 

Ficava contente com um empate amanhã? 

Não, quero ganhar. Quero sempre ganhar. E o meu passado, o termos sido campeões com muitos miúdos, mostra bem aquilo que é a ambição do treinador, o que eu acredito no grupo, porque um grupo não se faz de 11 jogadores, faz-se de 25, 26, 27 jogadores. E eu demonstro bem isso, acredito em todos e eles têm dado resposta. É porque acreditam também na palavra do treinador. Quero ganhar sempre. Independentemente de quem jogue, das dificuldades que vamos ter, eu quero ganhar. Posso não conseguir, mas não há ninguém ganhe sempre. 

Em um ano, que diferenças nota na equipa e no Rui Borges? 

O Sporting está diferente, a ideia de jogo é diferente. Está mais à imagem da equipa técnica. Nós temos uma ideia, e dentro dela, temos de ir construindo coisas, dentro das individualidades do grupo. E é nisso que temos crescido, não só na nas competições europeias, mas também nas competições internas. Em relação a mim, mudou muito. Não só o Rui Borges, mas também a equipa técnica. O crescimento tem sido muito muito bom e muito grande. A nossa carreira tem sido gradual e aconteceu tudo muito rápido e é sinal de competência e de trabalho, que é isso que nos define. Depois, a aprendizagem é diária e será sempre, mesmo daqui a 10 anos vou estar a aprender alguma coisa diferente. O desafio da Champions também é diferente. Começámos na Conference, na época passada, onde conseguimos igualar ou bater o recorde de vitórias de um treinador português. Mas aqui diferencia um pouco o grau da dificuldade e acho que esta época temos demonstrado esse crescimento enquanto equipa técnica nestes grandes desafios.