Amorim: «Parece que damos dois passos em frente e depois um para trás»
Passou um mês e meio desde que Ruben Amorim chegou a Manchester para assumiur o comando técnico do United. Em entrevista à DAZN, o treinador português analisou os primeiros tempos à frente dos red devils e confessou as dificuldades sentidas: «Eu já sabia que iria ser muito difícil, mas obviamente é um mundo completamente diferente. Muitos altos e baixos. Às vezes, parece que damos dois passos em frente, depois damos um para trás e depois voltamos a dar dois para trás e damos três para a frente. E tem sido um pouco isso. Pouco tempo para treinar, mas isso nós também já sabíamos neste momento.»
«Queremos, também, passar tanta informação aos jogadores que temos de parar um bocadinho, não podemos trabalhar o jogo anterior, temos que preparar o próximo e, portanto, são desafios novos, mas aprende-se muito. E isso é verdade, até nas pequenas coisas, tanto nas bolas paradas, a forma como os jogadores, como os plantéis são construídos, também a pensar muito na bola parada, as táticas que se usam, os problemas que há, as vantagens que há. É algo que, num mês, nós conseguimos ter muita informação e eu acho que isso, como treinador, tem sido uma coisa muito boa, porque eu tenho aprendido bastante» começou por dizer.
«Nós estamos focados em ganhar jogos, porque nós temos de ganhar jogos. Principalmente aqui, a pressão é muito grande. Estamos num momento difícil, mas independentemente do contexto, toda a gente espera que se ganhe todos os jogos. Mas entre passar a informação e receber a informação, aquilo que os jogadores gostam de fazer ou não, aquilo que os jogadores estão preparados para fazer ou não, o que é que estavam habituados, pequenos detalhes na forma de jogar, tem sido um grande desafio e depois, em cima disso, ter que preparar os jogos com diferentes estratégias, que às vezes temos que ser tão simples, que sabemos que, se calhar, não é a melhor estratégia, mas é talvez a melhor que eles possam perceber e estar preparados para o jogo», referiu.
O técnico abordou, ainda, a quantidade de jogos e a forma como tenta gerir a condição física dos jogadores: «É difícil, porque estamos habituados a uma coisa e depois, quando chegamos a outro clube, ainda não há aquele trabalho de base e, portanto, as mudanças nem sempre ajudam. Mas é que os jogos são tão seguidos, que é muito difícil. Nós temos mesmo de fazer uma gestão. Houve jogadores que recuperaram de lesão e é impossível que eles façam dois jogos seguidos, porque senão vão partir e, depois se partirem, o outro vai ter uma subcarga.»
«Depois, é difícil encontrar um onze perfeito ou base quando ainda não conhecemos muito bem os jogadores e depois há a parte estratégica do jogo que nós tentamos incluir, as características certas, mas depois falta essa parte da base. Devíamos, se calhar, deixar uma base para se trabalhar e para se ter uma coesão diferente. Mas se vamos trabalhar uma base neste momento, vamos perder o resto dos jogadores e, portanto, é um equilíbrio muito difícil de se fazer, que nós estamos a tentar fazer e tentando ganhar jogos ao mesmo tempo», disse.