Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Alexandre Costa faz de Martín Anselmi e Paulo Robles faz de Rui Borges
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O que eu faria para ganhar ao Sporting

NACIONAL07.02.202509:15

Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt, Alexandre Costa e Paulo Robles. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Aqui, Alexandre Costa faz de Martín Anselmi

Construir identidade como desafio supremo

Construir uma identidade de jogo é, talvez, o desafio supremo de um treinador. Este ganha dificuldade acrescida quando a época vai a meio: não só é preciso reconfigurar processos de treino e de jogo, adaptar as soluções existentes no plantel, como ainda é preciso fazê-lo treinando poucas vezes, e não tendo espaço para errar a cada jogo.

Não está sozinho o FC Porto neste desiderato, uma vez que os seus rivais passaram por parecido nesta época. O principal desafio de Martín Anselmi, mais do que os referidos antes, será o de transformar um plantel preparado para o 4x3x3 de Vítor Bruno num 3x4x3 que assumiu desde o dia zero, em Belgrado. Como se não bastasse, perdeu duas referências do plantel neste mercado. Galeno poderia actuar como médio ofensivo ou até como lateral e Nico foi, talvez a par de Samu, o melhor jogador do FC Porto na primeira metade da época.

Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Alexandre Costa faz de Martín Anselmi e Paulo Robles faz de Rui Borges
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As dúvidas no onze titular começam logo no eixo da defesa, sector que, através de erros infantis, entregou um ponto aos vila-condenses na última jornada. Otávio e Nehuén Pérez redimiram-se com um golo cada, mas cometeram erros inaceitáveis e deixaram dúvidas sobre a viabilidade da sua utilização nesta forma de jogar. Poderão crescer, claro, até porque as alternativas são poucas. Otávio é o único central canhoto do plantel (Marcano não conta), o que será útil numa linha de três, e tem características físicas únicas. Está, contudo, fora devido a suspensão. Nehuén Pérez é uma aposta que chegou para liderar o setor, mas é inegável que a equipa perdeu qualidade na saída de bola por comparação com a utilização de Eustáquio na mesma posição no jogo frente ao Maccabi. Outra possibilidade é ainda a integração de Zé Pedro, quer seja a jogar por fora, quer seja no centro. Não é o melhor central do FC Porto, mas parece menos propenso ao erro que os restantes.

É claro que a equipa ataca melhor com Eustáquio, ganha qualidade na construção e emerge a possibilidade de uma sub-dinâmica, em que o central se posiciona para receber nas costas da primeira pressão. Contudo, a saída de Nico pode forçar Eustáquio a subir para jogar ao lado de Alan Varela, a menos que Anselmi opte por Vasco Sousa. Tomás Pérez terá também chegado para jogar nestes lugares, mas não sabemos em que condição física se encontra. Este setor é decisivo para o FC Porto, quer seja na saída de bola (em que muito errou a equipa no último jogo), quer seja na forma como, em organização defensiva, os centrais serão forçados a saltar na pressão entre linhas, para impedir a superioridade numérica do Sporting por dentro.

Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Alexandre Costa faz de Martín Anselmi e Paulo Robles faz de Rui Borges
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Não há motivos razoáveis para Moura e João Mário não repetirem a titularidade. João Mário mais por dentro e Moura mais à largura, criaram desequilíbrios e contribuíram para uma exibição que, ofensivamente, foi mais competente do que em Belgrado. Mora foi o melhor frente ao Rio Ave e, actuando como um terceiro médio, complementa bem as incursões de Moura à largura. Gonçalo Borges continua sem convencer e pode dar lugar a Pepê frente ao Sporting. Alan Varela e Eustáquio (ou caso seja utilizado a central, Vasco Sousa) deverão repetir a titularidade. Samu será o titular na frente de ataque.

O FC Porto joga em casa e tem de ganhar. Uma derrota cavará um fosso sem retorno. Como tal, é expectável que a abordagem corajosa de Anselmi, com referências individuais numa pressão a campo inteiro, e a envolvência de muitos jogadores em zonas de finalização, seja para continuar. Contudo, como será caso o Sporting consiga bater essa primeira pressão? Como já vimos, falta tempo e trabalho ao FC Porto, e ser lento ou pouco eficaz a pressionar abrirá espaços. A possível entrada de Eustáquio trará qualidade na construção e mais soluções na chegada ao último terço, mas pode criar novos problemas na coordenação da linha defensiva. Diga-se que o FC Porto deixou pontos em Vila do Conde por erros ofensivos, com bola, embora tenham sido protagonizados por defesas. A equipa com Eustáquio como central será, inevitavelmente, mais permeável sem bola, ainda para mais quando se perspectiva o regresso de Gyokeres.

O Sporting de Rui Borges tem sentido dificuldades sempre que o adversário sobe de nível (Bolonha, RB Leipzig e V. Guimarães) e a equipa parece esgotada pelas sucessivas lesões. A lesão de Catamo juntou-se a um rol do qual se perspetiva, para este jogo, a saída de Morita e de Gyokeres. Em sentido contrário, um empate não será terrível para os leões, que mesmo que vejam o Benfica aproximar-se, circunscrevem a corrida a dois candidatos. Isso e a quebra física dos leões pode justificar uma abordagem mais especulativa da equipa leonina, que pode aproveitar a pressa da equipa portista para ser mais incisiva com bola, procurando o ataque à profundidade de Gyokeres ou de Harder. Assumindo a entrada forte da equipa do FC Porto, obrigada a correr atrás na classificação, a qualidade individual dos jogadores do Sporting poderá desmontar a pouco rotinada pressão portista, criando espaços para Quenda e Gyokeres explorarem.

Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Alexandre Costa faz de Martín Anselmi e Paulo Robles faz de Rui Borges
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Por outro lado, também o jogo entre linhas leonino, exponenciado por Trincão e Queda (caso jogue pela direita), pode ser problema para uma tripla de centrais que ainda não se conhece a si própria. Se o meio-campo está em inferioridade numérica, quem salta na pressão? Com um dos centrais a saltar no jogo entre linhas adversário, como se organizará a linha de cinco?

Tem sido também notório que a equipa do Sporting, muito em função das inúmeras ausências, está fisicamente esgotada. Isto pode oferecer uma explicação para as dificuldades que a equipa tem tido em jogos de nível superior, mas pode tornar-se num problema, mais não seja pela dificuldade em gerir a fadiga ao longo do jogo. Rui Borges pode ir trocando jogadores, mas as segundas linhas serão, inevitavelmente, piores opções.

Em dia de clássico no Dragão, A BOLA lançou o desafio a dois dos comentadores habituais em A BOLA TV e em abola.pt. Cada um veste a pele de treinador de um dos rivais e explica o que faria para vencer o adversário desta sexta-feira. Alexandre Costa faz de Martín Anselmi e Paulo Robles faz de Rui Borges
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Por fim, é curioso verificar que depois de anos a ver o 3x4x3 de Amorim e o 4x3x3 de Conceição digladiarem-se, veremos uma inversão de sistemas. Borges tem a vantagem do tempo e da classificação, Anselmi conta com o arrojo de ideias e com a pressa de vencer. Será, certamente, uma grande batalha.

Quem é favorito para o clássico?