João Rafael Koehler e as tarjas: «Há um responsável da Porto Estádio e é apoiante de Villas-Boas...»
João Rafael Koehler em entrevista a A BOLA. Foto GRAFISLAB

ENTREVISTA A BOLA João Rafael Koehler e as tarjas: «Há um responsável da Porto Estádio e é apoiante de Villas-Boas...»

FUTEBOL20.03.202413:30

Grande entrevista ao homem forte das finanças na candidatura de Pinto da Costa para um 16.º mandato à frente dos destinos do FC Porto

Os incidentes na AG do dia 13 novembro e a relação com os Super Dragões foram temas também abordados por João Koehler, assim como o roubo das tarjas das claques no museu do clube. O empresário faz uma revelação polémica sobre a segurança do Estádio.

— Muita coisa aconteceu nas últimas semanas. Os incidentes na AG extraordinária de 13 de novembro, a Operação Pretoriano, que envolve membros da claque Super Dragões e até dois funcionários do clube. Mesmo que Pinto da Costa diga que não dá facadas em amigos não seria aconselhável nas eleições manter uma certa distância da claque e do seu líder?

— Não dar facadas nos amigos só revela a grandeza e magnanimidade da pessoa em causa. Revejo-me nas palavras dele. A AG não correu bem. Existe hoje um clima de hostilização nas redes sociais, basta ir lá. Existe uma cartilha, uma guarda pretoriana. Basta alguém dizer alguém que apoia Pinto da Costa e surgem 20 indivíduos, bots criados que criticam e insultam, com comentários muito desagradáveis. Antes da AG houve coisas execráveis nas redes sociais, a pedirem às pessoas para filmar, para chamar a polícia, um clima horrendo. Dito isto, tenho de criticar este tipo de clima. Houve um clima no sentido de dividir os sócios. Não teria feito aquela AG, porque entendia que não tínhamos de rever estatutos tão perto das eleições. Existe um administrador do FC Porto, responsável pela FC Porto Estádio, que a organizou muito mal. Julgo que até é próximo de Villas-Boas, apoiante dele. Foi tudo mau. Relativamente às claques e ao Fernando Madureira, os Super Dragões são uma claque legalizada. Não vamos agora ilegalizar uma coisa que é legal, que existe. Há práticas que temos que condenar, com certeza. Antes de a AG ter decorrido, estava a lista do senhor André Villas-Boas, e ele próprio, em contacto para ter o apoio da claque. Portanto, isto é tudo muito bonito de mandar a boca quando as coisas correm mal, mas a verdade é que eles também fazem parte da história e do património do FC Porto. Tudo o que está mal e que tem que ser corrigido tem que ser corrigido, e tem que ser corrigido com mão de ferro.

— Num clube aberto o roubo de duas tarjas das claques do museu, dia 4 de março, não devia ter sido comunicado, evitando-se os incidentes que se verificaram antes do jogo contra o Vizela?

— Julgo que o nosso presidente vai falar sobre isso, e mais uma vez, eu não faço parte da direção, eu não tenho a ver com esse imbróglio. Quero dizer-lhe de uma forma muito clara. Quem é o responsável pela segurança do Estádio?

— Há um ato eleitoral marcado lá…

— O responsável pela segurança do estádio é a Porto Estádio. E há um responsável da Porto Estádio, apoiante de André Villas-Boas. Vou falar como sócio: alguém acredita que num museu que tem taças em ouro, taças em platina, taças em prata, alguém se dá ao trabalho de entrar lá dentro para roubar umas tarjas? E depois aparecem na Croácia? Isto cabe na cabeça de alguém? É coisa que não faz sentido, na minha opinião.