Golos, desperdícios e emoção de princípio a fim: Man. United e Liverpool empatam
Bruno Fernandes e Darwin Núñez disputam a bola (IMAGO)

Golos, desperdícios e emoção de princípio a fim: Man. United e Liverpool empatam

Jogo fica marcado pelos grandes golos de Bruno Fernandes e Kobbie Mainoo, numa partida que o Liverpool podia ter vencido tranquilamente

O jogo grande da jornada 32 da Premier League não gorou as expectativas: em jogo pleno de emoção, Manchester United e Liverpool empataram 2-2.

Falar deste clássico é falar de um jogo com duas partes distintas. Ainda que esta seja uma expressão redundante, a verdade é que o descanso serviu de divisória para duas exibições distintas.

A partida abriu logo com o golo do United. Só que... não contou, porque Garnacho estava fora de jogo. No seguimento desse lance, Szoboszlai remata para grande defesa de Onana. Estava, assim, lançado o mote para esta partida: ataque, ataque e ataque.

Esta era mensagem, pelo menos, do Liverpool. Ainda que o Man. United tenha, nos primeiros quinze minutos, somado algumas iniciativas ofensivas, certo é que os reds dominaram completamente no plano ofensivo. As perdas de bola dos red devils eram evidentes e Darwin, Szoboszlai, Salah e Luis Díaz iam tentando, sem sucesso, abrir o marcador.

Foi na sequência de um canto que isso mudou, graças a golo do colombiano ex-FC Porto, assistido pelo uruguaio que passou pelo Benfica. Um remate acrobático de Luis Díaz dava justiça ao marcador, ainda que o desperdício não terminasse. Continuava bastante presente a dificuldade do Man. United em ter a posse da bola e em momento de transição defensiva, mas a equipa de Jurgen Klopp mantinha-se perdulária, mesmo em situações de vantagem numérica. Finda a primeira parte, o Liverpool tinha 15 remates, o Manchester United... não tinha nenhum.

Foram precisos cinco minutos na segunda parte para isso mudar. E de que forma! Foi Bruno Fernandes que, de forma magnífica, rematou do meio-campo para empatar a partida. Momento de viragem na equipa da casa, que obrigou, em poucos minutos, Kelleher a intervir por duas vezes, quando na primeira parte não havia sido solicitado.

Estava presente, no entanto, o pânico que os anfitriões sentiam sem bola, mas o Liverpool continuava a desperdiçar as chances que tinha para conseguir voltar à vantagem. E como quem não marca, sofre, foi isso que aconteceu.

Kobbie Mainoo tem apenas 18 anos, mas o seu talento é imensurável. Isso ficou, mais uma vez, confirmado, com o golo que resultou na reviravolta. Um potente remate à entrada da área deu a vantagem ao Manchester United, a cerca de 20 minutos do fim.

Continuava o festival de desperdício do Liverpool. Darwin e Salah continuavam a não acertar com o alvo, Luis Díaz era o mais inconformado e esteve nos lances mais perigosos da sua equipa, na incessante busca pela igualdade, que chegou da forma mais caricata: um lance de descuido e má interpretação de Wan Bissaka resultou num penálti sobre Harvey Elliott, que Salah tratou de converter.

Ficou, assim, selado o resultado final. É um resultado lisonjeiro para o Manchester United, que tem de agradecer às individualidades pelos golos no segundo tempo. Bruno Fernandes e Kobbie Mainoo foram os melhores do United na segunda parte, sendo que não há ninguém a destacar no primeiro tempo sem ser a improvável dupla de centrais composta por Maguire e Kambwalla. A insistência na falta de eficácia do Liverpool não é acidental. A história do jogo ficou condicionada pela insistência falhada dos reds em frente à baliza. A equipa de Jurgen Klopp foi superior em todos os aspetos do jogo, excepto no campo do aproveitamento, aquele que é, no final de contas, o mais importante.

Bruno Fernandes (IMAGO)