Espanhol joga mais longe da baliza desde que o argentino pegou na equipa e já não aparece na área com tanta frequência. Desempenhava papel de finalizador com Vítor Bruno e níveis confiança têm caído a pique. Diferença abismal em termos de golos por jogo
Apesar de ter colocado fim à longa série sem golos no campeonato (seis jogos) na jornada anterior, em Arouca, através da conversão de um castigo máximo (o primeiro na carreira sénior), Samu tem estado uns furos abaixo do rendimento que já apresentou esta temporada, sobretudo quando a análise recai sobre o período com Vítor Bruno no banco portista.
Na verdade, desde que Martín Anselmi assumiu os destinos dos azuis e brancos, o internacional espanhol tem jogado muito mais longe da baliza adversária, fruto de um sistema que em nada beneficia as suas características, e os números não mentem.
Segundo dados recolhidos pelo Goalpoint, o jovem avançado regista ligeiramente menos remates por 90 minutos com o argentino (2,8 contra 3,0), dispara de bastante mais longe da baliza (16,4 metros contra 9,8) e tem uma taxa de conversão de tiros francamente pior (7% contra 33%).
As estatísticas apontam ainda menor volume de ações na área a cada 90 minutos (4,7 contra 5,9), e maior percentagem de bolas perdidas (36% contra 32%).
Além destes dados, que servem de apoio, mas não contam a história toda, é notória a perda de confiança do atacante de 20 anos nas últimas semanas, não só em frente à baliza, no momento de finalizar (algo que tem sido raro nas últimas partidas), como também nas restantes vertentes do jogo. Samu não tem sabido ligar-se da melhor forma com os colegas da linha ofensiva, mas a verdade é que estes também atravessam momentos de desinspiração que se prolongam há bastante tempo.
O espanhol fez uma exibição sóbria e segura. Os dragões encontraram, por fim, o patrão da defesa, lugar que estava vazio desde a saída de Pepe. O guarda-redes não ficou bem na fotografia no golo de Ricardo Horta, mas redimiu-se com excelente defesa que impediu o 2-0.
Muito sozinho na frente e com poucas oportunidades para fazer a diferença no coração da área, que é onde se sente mais confortável e onde já mostrou ter capacidades de matador como poucos no nosso campeonato, o espanhol tem perdido influência na equipa, ele que, ainda assim, continua a liderar a lista de artilheiros dos azuis e brancos por larga margem.
Soma 20 golos na temporada, mais oito do que o segundo melhor marcador... Galeno, que trocou os dragões pelos sauditas do Al Ahli no mercado de inverno a troco de 50 milhões de euros. A fechar o pódio, curiosamente, está outro jogador que já não veste de azul e branco: Nico González, agora no Manchester City, faturou por sete vezes.
É preciso recuar até ao quarto goleador da época dos portistas para encontrar um elemento do plantel atual. Pepê, que está lesionado e apenas deve regressar no clássico com o Benfica em abril, regista cinco tentos, mais um do que o quinto maior artilheiro, Iván Jaime, que também abandonou a Invicta em janeiro, para reforçar o Valência por empréstimo.
Brasileiro vai desfalcar os azuis e brancos por um mês. Aponta para o regresso aos relvados no clássico com o Benfica, no início de abril
Refira-se que Samu apontou 12 golos com Vítor Bruno na Liga (15 jogos) e apenas um com Anselmi, em seis desafios.