Sporting Confiança de Varandas, título e ‘autocarro’ do Boavista: tudo o que disse Rui Borges

NACIONAL26.04.202514:24

Sporting joga este domingo no Bessa em mais uma ‘final’ nesta reta final e decisiva do campeonato. O treinador dos leões está confiante

O Estádio do Bessa recebe este domingo o Boavista-Sporting, mais uma final na luta pelo título com o rival Benfica. Rui Borges falou sobre o jogo, sobre as decisões no campeonato mas também sobre o seu futuro, depois do presidente Frederico Varandas não ter respondido à pergunta se poderia garantir a continuidade do treinador na próxima época – fez declaração no final do jogo com o Rio Ave, da Taça de Portugal, que na terça-feira selou a presença leonina na final. Eis tudo o que disse o treinador do Sporting na conferência de imprensa de antevisão do encontro da jornada 31, que teve lugar na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete:

– Há previsão de 12/13 mil sportinguistas no Bessa no jogo deste domingo. Isso aumenta a responsabilidade?

– É já algo a que os adeptos nos habituaram desde que chegámos aqui: fazem-nos sempre sentir em casa fora de Alvalade. Agora o apoio cresce mais, é natural. Eles acreditam que podem ajudar mais um pouco e fico feliz quando estão connosco, é mais um fator motivacional. Agora, a pressão nesta casa é natural, porque é um clube que luta por tudo.

– O que espera do Boavista?

– É uma equipa que tenta ficar na Liga e vai dar a vida em casa. O Bessa cria bom ambiente, têm uma boa equipa… entraram 12 jogadores em janeiro. E vêm moralizados por uma vitória fora com o Farense e vão tentar ao máximo tirar pontos ao Sporting. Sabemos que vai ser muito competitivo, os pontos estão caros… Por isso temos de entrar fortes, queremos ganhar.

– Frederico Varandas falou na equipa, dos adeptos mas não referiu o seu nome… Depois falou consigo? E não lhe parece que o discurso do presidente pode ter sido um pouco precipitado?

– Foi um discurso motivacional, para o que o grupo tem sido capaz, até dentro do que tem sido o meu discurso também. A equipa tem sido incrível e não é fazer com isto papel de coitados… Foi um discurso que caiu bem a toda a gente. O presidente está todos os dias presente no treino, falamos muito do foco para o resto da época, como o Bernardo [Palmeiro, diretor geral do futebol] e o Flávio [Costa, diretor de scouting]. Estamos nas frentes todas, perdemos uma, a Taça da Liga, mas estamos na luta pelo campeonato, na final da Taça, Supertaça… Agora temos de ter capacidade para ganhá-las e é esse o nosso foco. O que interessa é a comunicação e diálogo diário e a confiança é total. A declaração do presidente foi muito boa, é merecido.

– Mas quando foi questionado diretamente sobre a continuidade do treinador na próxima época o presidente não respondeu.

– Não respondeu a outras perguntas também. A minha confiança com o presidente é a 1000 por cento. Ele teve coragem de ir buscar um treinador, pagar por ele… A maior confiança que ele me podia ter dado foi ir buscar-me ao Vitória.

– Está na luta pelo título e pela Taça de Portugal com um rival histórico, o Benfica. Se não conseguir esses objetivos tem condições para continuar no Sporting?

– Estou focadíssimo em ser campeão nacional, estamos aqui todos a trabalhar nesse sentido, o resto é ruído e sou muito focado. Por isso é que o meu caminho fala por mim, felizmente cheguei ao Sporting pelo nosso foco, que é ser campeão e ter capacidade para ganhar a Taça de Portugal.

– Ainda não perdeu na Liga, está na luta pelo campeonato e pela Taça e passou por muitas lesões… Ainda assim é alvo de algumas críticas: sente que não lhe tem sido dado o devido mérito?

– Sei onde estou, estou bem comigo próprio, com tudo o que alcancei e onde cheguei. Estou muito feliz no Sporting e muito focado no que poderemos fazer. O resto é ruído e passa-me completamente ao lado. Não há maior felicidade do que o nosso caminho e estarmos a treinar o Sporting.

O 'autocarro' do Boavista

– O treinador do Boavista falou em autocarro na defesa para parar Viktor Gyokeres

– Ele é um animal competitivo e é imune a isso do autocarro, independentemente do adversário ou dos duelos diretos. Ele está focado no que tem de fazer pela equipa e faz muito e bem por ela. Esperamos um Boavista competitivo. Está em modo sobrevivência, vai fazer o máximo para nos tirar pontos… Temos apenas um jogo para analisar o novo treinador, mas estamos focados no que podemos fazer. Temos de ter capacidade para ultrapassar equipas em blocos baixos.

– Às vezes a equipa mostra intranquilidade a defender as vantagens e recua o bloco…

– Estamos pressionados desde nascença, sinto-me bem comigo mesmo, a equipa está muito positiva… Queremos estar nas finais, estamos na final da Taça de Portugal mas vamos ter de ter a capacidade de ser mais competentes do que o adversário direto, que neste caso é o Benfica. Resta-nos focar no que controlamos. Acima de tudo estamos lá e agora é cada um no seu papel e termos a capacidade de nos tornarmos melhores. Temos crescido, a energia da equipa é bem explícita, no campo e fora dele, vocês partilharam a malta aí na praia... É bem explícito o espírito. Vamos ser muito competitivos e tenho a certeza enorme de que eles vão ter a capacidade de acrescentar títulos. E o treinador não diz para baixar linhas mas logicamente que os jogadores não estão sempre a 100 por cento durante todo o jogo. Somos a equipa que mais pressiona no último terço e é natural que haja desgaste, que baixe mas não a pedido do treinador. Isso faz parte, do outro lado também está uma equipa e não vamos impedir sempre que cheguem à nossa baliza. Naquele segundo de tempo que demos ao Rio Ave deu golo e não podemos deixar que o adversário faça golo nesse segundo que tem. Jamais o treinador disse para andar em bloco baixo.

– O campeonato pode ser decido na diferença de golos… Isso entra nas suas contas?

– Não faço futurologia, é viver o presente. Se fizermos o nosso trabalho e formos competentes seremos campeões. Mas teremos de trabalhar para isso e não precisamos de olhar para os golos.

Amarelos, Morita e Pote

– Tendo em conta o dérbi, pode haver alguma gestão sobre os jogadores que podem ficar em risco com os cartões amarelos, como Diomande e Matheus Reis?

– Não estão aleijados, não tenho de fazer gestão alguma.

Morita pode ser titular?

Morita está para jogo.

Pedro Gonçalves vai fazer mais do que os 45 minutos que fez no último jogo? Com o Benfica isso já vai acontecer?

– Já teve mais minutos. É um jogador em quem acredito, vai ser muito importante para a equipa, independentemente do tempo que jogar. Temos de perceber o dia a dia, a condição física, a confiança... Mais do que o tempo de jogo é a confiança, sentir a bola, não ter medo de tomar decisões com ou sem bola. Ele precisa disso. Mais do que pensar se vai jogar 90 minutos com o Benfica, preocupa-me o que ele pode dar amanhã. Eles são muito focados na equipa e é essa a resposta que temos dado e queremos continuar a dar.

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