Sporting Confiança de Varandas, título e ‘autocarro’ do Boavista: tudo o que disse Rui Borges
Sporting joga este domingo no Bessa em mais uma ‘final’ nesta reta final e decisiva do campeonato. O treinador dos leões está confiante
O Estádio do Bessa recebe este domingo o Boavista-Sporting, mais uma final na luta pelo título com o rival Benfica. Rui Borges falou sobre o jogo, sobre as decisões no campeonato mas também sobre o seu futuro, depois do presidente Frederico Varandas não ter respondido à pergunta se poderia garantir a continuidade do treinador na próxima época – fez declaração no final do jogo com o Rio Ave, da Taça de Portugal, que na terça-feira selou a presença leonina na final. Eis tudo o que disse o treinador do Sporting na conferência de imprensa de antevisão do encontro da jornada 31, que teve lugar na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete:
– Há previsão de 12/13 mil sportinguistas no Bessa no jogo deste domingo. Isso aumenta a responsabilidade?
– É já algo a que os adeptos nos habituaram desde que chegámos aqui: fazem-nos sempre sentir em casa fora de Alvalade. Agora o apoio cresce mais, é natural. Eles acreditam que podem ajudar mais um pouco e fico feliz quando estão connosco, é mais um fator motivacional. Agora, a pressão nesta casa é natural, porque é um clube que luta por tudo.
– O que espera do Boavista?
– É uma equipa que tenta ficar na Liga e vai dar a vida em casa. O Bessa cria bom ambiente, têm uma boa equipa… entraram 12 jogadores em janeiro. E vêm moralizados por uma vitória fora com o Farense e vão tentar ao máximo tirar pontos ao Sporting. Sabemos que vai ser muito competitivo, os pontos estão caros… Por isso temos de entrar fortes, queremos ganhar.
– Frederico Varandas falou na equipa, dos adeptos mas não referiu o seu nome… Depois falou consigo? E não lhe parece que o discurso do presidente pode ter sido um pouco precipitado?
– Foi um discurso motivacional, para o que o grupo tem sido capaz, até dentro do que tem sido o meu discurso também. A equipa tem sido incrível e não é fazer com isto papel de coitados… Foi um discurso que caiu bem a toda a gente. O presidente está todos os dias presente no treino, falamos muito do foco para o resto da época, como o Bernardo [Palmeiro, diretor geral do futebol] e o Flávio [Costa, diretor de scouting]. Estamos nas frentes todas, perdemos uma, a Taça da Liga, mas estamos na luta pelo campeonato, na final da Taça, Supertaça… Agora temos de ter capacidade para ganhá-las e é esse o nosso foco. O que interessa é a comunicação e diálogo diário e a confiança é total. A declaração do presidente foi muito boa, é merecido.
– Mas quando foi questionado diretamente sobre a continuidade do treinador na próxima época o presidente não respondeu.
– Não respondeu a outras perguntas também. A minha confiança com o presidente é a 1000 por cento. Ele teve coragem de ir buscar um treinador, pagar por ele… A maior confiança que ele me podia ter dado foi ir buscar-me ao Vitória.
– Está na luta pelo título e pela Taça de Portugal com um rival histórico, o Benfica. Se não conseguir esses objetivos tem condições para continuar no Sporting?
– Estou focadíssimo em ser campeão nacional, estamos aqui todos a trabalhar nesse sentido, o resto é ruído e sou muito focado. Por isso é que o meu caminho fala por mim, felizmente cheguei ao Sporting pelo nosso foco, que é ser campeão e ter capacidade para ganhar a Taça de Portugal.
– Ainda não perdeu na Liga, está na luta pelo campeonato e pela Taça e passou por muitas lesões… Ainda assim é alvo de algumas críticas: sente que não lhe tem sido dado o devido mérito?
– Sei onde estou, estou bem comigo próprio, com tudo o que alcancei e onde cheguei. Estou muito feliz no Sporting e muito focado no que poderemos fazer. O resto é ruído e passa-me completamente ao lado. Não há maior felicidade do que o nosso caminho e estarmos a treinar o Sporting.
O 'autocarro' do Boavista
– O treinador do Boavista falou em autocarro na defesa para parar Viktor Gyokeres…
– Ele é um animal competitivo e é imune a isso do autocarro, independentemente do adversário ou dos duelos diretos. Ele está focado no que tem de fazer pela equipa e faz muito e bem por ela. Esperamos um Boavista competitivo. Está em modo sobrevivência, vai fazer o máximo para nos tirar pontos… Temos apenas um jogo para analisar o novo treinador, mas estamos focados no que podemos fazer. Temos de ter capacidade para ultrapassar equipas em blocos baixos.
– Às vezes a equipa mostra intranquilidade a defender as vantagens e recua o bloco…
– Estamos pressionados desde nascença, sinto-me bem comigo mesmo, a equipa está muito positiva… Queremos estar nas finais, estamos na final da Taça de Portugal mas vamos ter de ter a capacidade de ser mais competentes do que o adversário direto, que neste caso é o Benfica. Resta-nos focar no que controlamos. Acima de tudo estamos lá e agora é cada um no seu papel e termos a capacidade de nos tornarmos melhores. Temos crescido, a energia da equipa é bem explícita, no campo e fora dele, vocês partilharam a malta aí na praia... É bem explícito o espírito. Vamos ser muito competitivos e tenho a certeza enorme de que eles vão ter a capacidade de acrescentar títulos. E o treinador não diz para baixar linhas mas logicamente que os jogadores não estão sempre a 100 por cento durante todo o jogo. Somos a equipa que mais pressiona no último terço e é natural que haja desgaste, que baixe mas não a pedido do treinador. Isso faz parte, do outro lado também está uma equipa e não vamos impedir sempre que cheguem à nossa baliza. Naquele segundo de tempo que demos ao Rio Ave deu golo e não podemos deixar que o adversário faça golo nesse segundo que tem. Jamais o treinador disse para andar em bloco baixo.
– O campeonato pode ser decido na diferença de golos… Isso entra nas suas contas?
– Não faço futurologia, é viver o presente. Se fizermos o nosso trabalho e formos competentes seremos campeões. Mas teremos de trabalhar para isso e não precisamos de olhar para os golos.
Amarelos, Morita e Pote
– Tendo em conta o dérbi, pode haver alguma gestão sobre os jogadores que podem ficar em risco com os cartões amarelos, como Diomande e Matheus Reis?
– Não estão aleijados, não tenho de fazer gestão alguma.
– Morita pode ser titular?
– Morita está para jogo.
– Pedro Gonçalves vai fazer mais do que os 45 minutos que fez no último jogo? Com o Benfica isso já vai acontecer?
– Já teve mais minutos. É um jogador em quem acredito, vai ser muito importante para a equipa, independentemente do tempo que jogar. Temos de perceber o dia a dia, a condição física, a confiança... Mais do que o tempo de jogo é a confiança, sentir a bola, não ter medo de tomar decisões com ou sem bola. Ele precisa disso. Mais do que pensar se vai jogar 90 minutos com o Benfica, preocupa-me o que ele pode dar amanhã. Eles são muito focados na equipa e é essa a resposta que temos dado e queremos continuar a dar.