Análise de Pedro Henriques à arbitragem do Estoril-Benfica
Jogo difícil de arbitrar com decisões maioritariamente boas
7' Golo legal do Benfica. Aursnes está em jogo (93 cm) aquando do passe de Kokçu. Pedro Álvaro é quem valida e põe em jogo o médio norueguês.
27' Pavlidis, ao projetar-se claramente para a frente sem que tenha sofrido qualquer infração por parte de João Carvalho, acaba por ser bem advertido por simulação.
35' Otamendi, que faz o golo, não está em fora de jogo. Além disso a mão na camisola de Pedro Álvaro não teve qualquer impacto ou consequência na ação do jogador canarinho, que não foi impedido ou perturbado de saltar e de disputar o lance e consequentemente de intercetar a bola. Decisão correta do árbitro de validar o golo que foi também confirmada pelo VAR.
45+1' Pediu-se penálti por braço na bola de Orellana, mas a bola desviada pelo seu colega Pedro Álvaro foi-lhe bater na anca, nunca tocou no braço/mão.
51' Florentino agarrou de forma muito evidente João Carvalho. Além de a ação ser antidesportiva teve como único objetivo parar a jogada sem qualquer intenção de jogar a bola, isto à saída do meio campo, uma falta tática que era merecedora de cartão amarelo.
62' Jandro Orellana faz um tackle deslizante com ambos os pés sempre ao nível do solo. Embora com alguma velocidade faltou a malícia e a impetuosidade e, sobretudo, a consequência para ser mais que amarelo. O VAR, por não se tratar de um lance claro e óbvio para vermelho, validou a decisão e não fez qualquer intervenção. Lance muito no limite e na fronteira entre a negligência e a força excessiva, mas que também dou como uma decisão correta.
64' Lance de penálti com dois momentos de análise. Primeiro há realmente infração, Otamendi estica o seu pé direito e acaba por tocar de forma clara e rasteirar o pé direito de Begraoui, derrubando-o, sendo que esse contacto foi no interior da área. O árbitro de imediato apitou e interrompeu o jogo, assinalando o respetivo pontapé de penálti. Decisão correta. Ora não há, como é sabido, lei da vantagem nos pontapés de penálti e as recomendações vão sempre no sentido de assinalar de imediato. Contudo sempre que um árbitro tiver a perceção de que nos dois ou três segundos imediatos a bola pode entrar na baliza, deve dar e fazer mentalmente um compasso de espera, abstraindo-se de apitar para ver se a bola entra mesmo na baliza. Se sim valida o golo, se tal não acontecer assinala o penálti. Ora neste caso em concreto, após apitar e interromper, a bola ainda foi tocada por um jogador encarnado e depois chutada para a baliza por um jogador do Estoril. Fica sempre a dúvida se o árbitro não apitasse de imediato se era isto que acontecia ou não. Resumindo e concluindo o ideal seria ter feito um compasso de espera, mas o ter apitado de imediato e assinalado o penálti está correto, não constitui um erro e está de acordo com as recomendações.
66' A defesa de Trubin foi legal, pois no momento do remate de Begraoui o guarda redes encarnado tinha o seu pé direito para a frente e o pé esquerdo atrás da linha de baliza (a lei permite o pé a tocar, alinhado ou atrás).
74' Florentino vê bem o cartão amarelo pois acabou por esticar o seu pé direito e de sola acertou e tocou de forma negligente na parte lateral do pé direito de Rafik Guitane.
86' Pedro Amaral estica o seu pé esquerdo e não toca no pé esquerdo de Belotti, acaba por assentar o pé no solo e ao lado do pé do avançado encarnado, que inclusivamente já estava em desequilíbrio, com a sua perna e pé direito em clara projeção para o solo. Decisão correta em não assinalar pontapé de penálti.