À atenção do Sporting: Sturm Graz, uma cópia quase perfeita do Salzburgo
Sturm Graz (Foto: Imago)

À atenção do Sporting: Sturm Graz, uma cópia quase perfeita do Salzburgo

FUTEBOL20.09.202312:00

Primeiro adversário dos leões na Liga Europa tem crescido nos últimos anos no contexto austríaco

O Sturm Graz é o primeiro adversário do Sporting na Liga Europa. Se a eliminação pelo LASK Linz em 2020 deve servir de aviso para Rúben Amorim e companhia, há outro alerta importante a ter em conta: além de ser a segunda melhor equipa da Bundesliga austríaca, é uma cópia quase perfeita da grande dominadora, a do Red Bull Salzburgo, que na Champions defronta outra equipa portuguesa, o Benfica.

O decalque começa no modelo de jogo. É um conjunto muito agressivo no ritmo que impõe, focado essencialmente em duas ideias: pressionar e contrapressionar. Os laterais apresentam-se sempre muito ofensivos e correm todo o flanco. O meio-campo forma-se num losango, com um médio ‘destruidor’ (Jon Gorenc Stankovic) e os outros três, mesmo os de características ofensivas, são muito bons a recuperar a posse e igualmente dinâmicos a cobrir os espaços. Também os avançados rápidos têm muito mais perfil de extremos do que unidades de corredor interior, embora o jovem de 20 anos Szymon Wlodarczyk, que recentemente se juntou ao grupo, seja muito mais posicional e esteja a cumprir quando é chamado (4 golos em sete partidas). Nos esquemas de bolas paradas ofensivas, é visível também um cuidado especial, com vários golos marcados em pontapés de canto. No entanto, a cópia não se fica por aqui.

«São uma cópia do Salzburgo em praticamente tudo. Começam com a pressão alta, e na última época ainda foram mais agressivos do que o campeão, e continuam no sistema tático, uma vez que o grande rival também defende em losango, mas não é só. Ambos procuram no mercado jogadores com o mesmo perfil: jovens, talentosos, rápidos e com grande nível físico. Curiosamente, quatro dos melhores jogadores do Sturm neste momento, David Schnegg, Alexander Prass, David Affengruber e Jusuf Gazibegovic, não vingaram em Salzburgo [passaram pelas camadas jovens e pelo Liefering, o clube-satélite, mas não chegaram ao conjunto principal]», explica Simon Urhofer, jornalista do maior portal desportivo austríaco, o Laola1.

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O crescimento do clube da Estíria nos últimos anos tem um responsável principal: Andreas Schicker. Depois de ter trabalhado no clube como scout, é o diretor desportivo há três anos. As transferências feitas têm sido bem-sucedidas e a escolha de Christian Ilzer, que curiosamente não tinha resultado no Áustria Viena, para o cargo de treinador principal é sua. O perfil do técnico encaixou na perfeição no modelo pretendido. 

Urhofer descreve-o para A BOLA: «É tão talentoso como Adi Hütter, Oliver Glasner ou Ralph Hasenhüttl. Ilzer tem um entendimento tático profundo do jogo e está comprometido em apresentar um futebol de pressing intenso. Nunca iremos ver um jogo em que o Sturm irá defender durante os 90 minutos, não é o seu ADN. Estou um pouco surpreendido por ainda estar no clube, mas penso no próximo verão dará o salto para um clube maior.»

Sarkaria faz a festa com os adeptos depois de marcar ao Salzburgo (Foto: Sturm Graz)

O jornalista sublinha, no entanto, alguns traços de personalidade que ainda tem de resolver. «É alguém muito emocional e tem alguns acessos de fúria. Isto leva a que por vezes diga algo estúpido como no passado sábado, depois de ter sido assinalado um penálti polémico para o Salzburgo [empate a 2-2] por um árbitro vienense. Disse qualquer coisa como ‘os árbitros da capital tentam sempre sabotar os jogos do Sturm’. Isto não é obviamente verdade, já que o nível dos juízes é baixo, mas baixo para todas as equipas.»

Pontos fortes e pontos fracos

Como pontos fortes, o Sturm tem o pressing e a mentalidade. Os seus jogadores nunca desistem e podem mesmo criar o caos no adversário com um futebol de alta intensidade e energia. As bolas paradas ofensivas são igualmente muito perigosas.

A inflexibilidade tática quando defrontam equipas com extremos fortes – um dos problemas do losango – é talvez a sua maior fragilidade.