0 - 5Final
84'
Andreas Schjelderup
72'
Arthur Cabral
67'
Prestianni
26'
João Rego
16'
Joao Pedro Campos (OG)
Schjelderup foi dos mais movimentados em campo no Tirsense-Benfica da 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, disputada em Barcelos. FOTO GRAFISLAB
Schjelderup foi dos mais movimentados em campo no Tirsense-Benfica da 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, disputada em Barcelos. FOTO GRAFISLAB

Tirsense-Benfica, 0-5 Águia foi de passeio a Barcelos, comeu cinco jesuítas e comprou bilhete para o Jamor (crónica)

FUTEBOL09.04.202523:10

Desfecho sem surpresa na noite que marcou a história do Tirsense e mostrou muitas caras novas no Benfica. A final da Taça é uma certeza para os encarnados e pode haver dérbi...

A história do jogo era previsível. É certo que entre os desportos coletivos só o futebol permite, de quando em vez, um verdadeiro agigantamento de Davides contra Golias, mas é isso — de quando em vez. E era muito complicado prever esse cenário para este Tirsense-Benfica.

Ora, se a história era previsível, ficou praticamente desvendada logo aos 16 minutos, com a infelicidade do autogolo de João Pedro. A partir daí seria questão de saber que volume atingiria a vitória encarnada. Foi aos cinco golos sem resposta, pelo que meio Estádio Nacional fica desde já reservado para 25 de maio. Os stakeholders do futebol (com exceção, eventualmente, das forças de segurança) estarão desde já a esfregar as mãos de contentes com a perspetiva de um dérbi na final da Taça, mas a outra meia-final pia mais fino. É certo que o Sporting já leva vantagem para a visita ao Rio Ave e quer muito reservar a outra metade do Jamor, mas é sempre possível colocar a hipótese de uma reviravolta, ao contrário do que sucede com esta parte da meia-final.

Para a história desta noite de quarta-feira, além dos golos, ficam a festa nas bancadas, a romaria de adeptos jesuítas entre Santo Tirso e casa emprestada de Barcelos e o tremendo feito do Tirsense, primeira equipa do quarto escalão do futebol nacional a atingir esta fase da Taça de Portugal. Com um adicional: enquanto teve pernas e pulmão, a equipa da casa já perdia, é certo, mas só depois do estoiro físico a goleada começou a desenhar-se.

O Benfica entrou cheio de caras novas no onze e por isso, naturalmente, não se lhe viram grandes rotinas e entrosamento. Os novos, porém, vinham sedentos de mostrar serviço e o líder da Primeira Liga impôs ritmo forte, sob a batuta, na esquerda, de Dahl e Schjelderup, dois dos sobreviventes das habituais escolhas de Bruno Lage. Logo após o quarto de hora, com alguma naturalidade (e azar supremo do capitão tirsense), o médio norueguês serviu o lateral sueco na área, este cruzou e João Pedro enganou o guarda-redes Tiago Gonçalves com a tentativa de corte. Dez minutos mais tarde Schjelderup rompeu a linha defensiva de cinco dos donos da casa e serviu João Rego para a estreia do médio a marcar pela equipa principal do Benfica.

Na segunda parte o Tirsense deixou os três centrais e passou a alinhar em 4x2x3x1, o que lhe permitiu pressionar um pouco mais à frente e dar a ideia de que poderia regressar ao jogo com um golo. Nunca se sabe, lá está: é futebol e existem bolas paradas, contra-ataques... Mas o fôlego, já o escrevemos, só durou 15/20 minutos.

Aos 65 minutos Bruno Lage refrescou e sacudiu a equipa com as entradas de Prestianni, Arthur Cabral e Tiago Gouveia (regresso ao cabo de sete meses de lesão, depois de já ter atuado pela equipa B). O prodígio argentino não demorou mais de dois minutos a mostrar a sua classe e marcou o golo mais bonito da noite.

O Benfica jogava então, na prática, em 4x2x4, sendo que os extremos confluíam amiúde para o meio (o que já sucedia desde a primeira parte) e davam espaço aos laterais para se projetarem junto à linha. Cinco minutos depois do 3-0 Tiago Gouveia, que entrou para lateral-direito, rompeu por ali fora e serviu Arthur Cabral para o regresso aos golos. E assim se completou, em sete minutos, o pleno de influência dos três jogadores recém-entrados. Mas ainda havia mais Prestianni: aos 84 minutos fez gato-sapato da estafada defesa jesuíta e ofereceu o 5-0 a Schjelderup, numa espécie de justiça poética para os dois melhores jogadores da noite.

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