Luta de galos sem crista no Tour

Ciclismo Luta de galos sem crista no Tour

CICLISMO09.07.202323:14

A história do ciclismo tem sido feita de grandes batalhas que serviram de inspiração para as novas gerações. Numa etapa como a deste domingo na Volta à França, carregada de história e simbolismo, as expectativas saíram furadas, porque os homens não são máquinas e os galos do pelotão não têm crista - ou se quiserem, pernas, força e coragem - para desbravar as longas e tenebrosas subidas do Tour.

Anunciada como decisiva, a chegada a Puy de Dôme deixou a classificação mais ou menos na mesma, mantendo-se o duelo entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar, se bem que o ataque do esloveno, a 2,5 km da meta, não surpreendesse o dinamarquês, que, no final, e feita as contas, perdeu… oito segundos para o principal adversário.

«Tadej foi incrivelmente forte, mereceu os oito segundos. Estou satisfeito por ainda estar de ‘amarelo’», declarou Jonas Vingegaard à saída do pódio.

«Nós os dois andamos a um nível muito alto, mas posso fazer melhor e sei que este não foi, nem de perto, nem de longe, o meu melhor dia. O dia de descanso [segunda-feira] vai fazer-me muito bem», acrescentou o dinamarquês.

A pincipal figura da etapa foi o veterano Michael Woods (Israel-Premier Tech), o canadiano exibiu-se em grande nível nos troços mais difíceis, por cima do vulcão adormecido. Nos últimos quatro quilómetros, e em progressão contínua, Woods ganhou um minuto e meio a Matteo Jorgenson (Movistar), para vencer isolado.

«Entrei na fuga, como tem acontecido em muitas outras corridas e que acabam por não dar nada. Desta vez, senti-me muito bem, e, na subida, com Jorgenson à vista, a motivação foi ainda maior. Tanto eu como a equipa precisávamos desta vitória, numa corrida como o Tour e numa subida cheia de história», declarou Michael Woods.

«O calor e a dureza das subidas deixaram marcas em todos, o dia de descanso chega na hora certa. A partir do meio da etapa, tive a companhia do Ruben [Guerreiro] e do Rui Costa, chegámos juntos à meta. No caminho, deu para cumprimentar duas famílias de portugueses que estavam na berma da estrada. contou a A BOLA Nélson Oliveira, acrescentado que não conhecia a subida do Puy de Dôme: «Ficamos com uma valente dor de pernas, principalmente nos últimos quilómetros».

CLASSIFICAÇÕES

GERAL

1.º  Jona Vingegaard (Din/Jumbo)          38.37,46 h

2.ºTadej Pogcar (Din/Emirates)                a 17 s

3.º Jai Hindley (Aus/Bora)                        a 2,40 m

4.º Carlos Rodriguez (Esp/Ineos)             a 4,22 m

5.º Adam Yates (Gbr/Emirates)                a 4,39 m

6.º Simon Yates (Gbr/Jayco)                    a 4,44 m

7.º Thomas Pidcock (Gbr/Ineos)              a 5,26 m

8.º David Gaudu (Fra/Groupama)            a 6,01 m

9.º Sepp Kuss (Usa/Jumbo)                     a 6,45 m

10.º Romain Bardet (Fra/dsm-fIrmenich) a 6,58 m

33.º Ruben Guerreiro (Por/Movistar)       a 38,08 m

66.º Nelson Oliveira (Por/MOV)               a 1.10,09 h

73.º   Rui Costa (Por/Intermarché)          a 1.14,49 h

PONTOS

1.º Jasper Philipsen (Bel/Alpexcin)     259 Pontos

2.º  Bryan  Coquard (Fra/cofidis)        149

3.º Mads Pedersen(Din./Lidl)             143

MONTANHA

1.º Neilson Powless (Usa/EF Education) 46 Pontos

2.º Felix Gall (Aut/CItroen)                       28

3.º Tobias Johannessen (nor/Uno-x)       26

JUVENTUDE

1.º Tadej Pogaçar (Slo/UAD)

2.º Carlos Rodriguez (Esp/Ineos)

3.º tom Pidcock (Gbr/Ineos)

EQUIPAS

1.ª Bahrain-VIctorious             116.11,17 h

2.ª Ineos-Grenadiers               a 44 s

3.ª Jumbo-Visma                     a 2,07 m