Caso dos emails: Francisco J. Marques condenado a um ano e 10 meses de prisão com pena suspensa

Futebol Caso dos emails: Francisco J. Marques condenado a um ano e 10 meses de prisão com pena suspensa

FUTEBOL12.06.202315:55

O acórdão do caso dos emails do Benfica foi conhecido esta segunda-feira, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

Francisco J. Marques (diretor de comunicação do FC Porto), foi condenado a um ano e dez meses de prisão e Diogo Faria (diretor de conteúdos) a nove meses de prisão, ambos os casos com pena suspensa. Ambos estão condenados a pagar 10 mil euros, de forma conjunta, a Luís Filipe Vieira, que se constituiu como assistente no processo. Júlio Magalhães (ex-diretor do Porto Canal) foi absolvido - «Entende o tribunal que Júlio não tinha qualquer capacidade para impedir esta divulgação. Crime de acesso indevido não se verifica», referiu o juiz Nuno Costa.

O diretor de comunicação do FC Porto foi punido com 10 meses de prisão por violação de correspondência agravada ou telecomunicações, e mais um ano e dois meses por ofensa a pessoa coletiva; ficou com um cúmulo jurídico de um ano e 10 meses, com pena suspensa por igual período. O diretor de conteúdos foi condenado a nove meses, com pena suspensa durante um ano, por violação de correspondência ou telecomunicações.

O tribunal diz que os responsáveis de comunicação do FC Porto «truncaram, construíram narrativas com inverdades» e atingiram o bom nome do Benfica, segundo o acórdão que foi explicado pelo juiz:  «Em causa está o crime de violação de telecomunicações. E a conduta do arguido Francisco Marques ao divulgar os emails aqui em causa preenche este tipo de crime. O arguido fez aquilo a que se chama a manipulação da informação.»

Em março o juiz anunciava que tinham sido agravados os crimes de violação de correspondência e telecomunicações, principalmente no caso da Diogo Faria, o que levou a adiar a leitura do acórdão para maio, altura em que foi adiado mais uma vez.

O diretor de comunicação do FC Porto divulgou em 2017, em directo no Porto Canal, correspondência electrónica trocada entre dirigentes benfiquistas.

O Ministério Público pedia condenação de Francisco J. Marques , Diogo Faria e Júlio Magalhães.

Os advogados do Benfica, Rui Patrício e João Medeiros, foram os primeiros a reagir, com Medeiros a deixar uma decisão sobre um recurso para depois: «Foi reconhecido que houve manipulação de informação, houve mentira e um comportamento injustificado. A rivalidade é salutar, mas não pode ser a todo o custo.»

Nuno Brandão, advogado de Francisco J. Marques, anunciou recurso: «As acusações caíram na larga maioria, estavam empoladas. Foi reconhecida a veracidade dos conteúdos dos emails, que foram divulgados sem adulterações. Vamos recorrer, não concordamos, e também teremos certamente recurso do Ministério Público e do Benfica»

Sobre a indemnização a Luís Filipe Vieira]: «Veremos, vamos contestar. Não apresentou queixa e nem sequer é ofendido [é assistente no processo]. O juiz só considerou que é lesado, veremos.»

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