Evenepoel e Van Aert regressam na Volta à Suíça

Ciclismo Evenepoel e Van Aert regressam na Volta à Suíça

CICLISMO09.06.202309:47

A Volta à Suíça, juntamente com o Dauphiné Libéré, são consideradas as provas mais importantes e que servem de preparação para a Volta à França. A primeira edição da Volta à Suíça foi realizada em 1933, conseguindo evoluir em tempo, duração a patrocínios, tem a duração de oito dias que incluem etapas de montanha e pelo menos um contrarrelógio individual. Vários vencedores da Volta à Suíça, também venceram a Volta à França, incluindo Eddy Merckx e Jan Ullrich, desde 2005 que a corrida faz parte do calendário World Tour.

O primeiro vencedor foi o austríaco Max Bulla, seguido do suíço Albert Buchi e do francês Gaspard Rinaldi. O ciclista com mais vitórias é o italiano Pasquale Fornara com quatro em 1952, 1954, 1957 e 1958, seguido com três triunfos pelos suíços Hugo Koblet em 1950, 1953 e 1955 e Ferdinand Kubler em 1942, 1948 e 1951, a que se junta o português Rui Costa em 2012, 2013 e 2014, que foi o único que ganhou a corrida de forma consecutiva.

Por países, a Suíça regista 23 vitórias, seguida da Itália com 19, Bélgica com 6, Alemanha com 4, Espanha, Estados Unidos e Portugal com 3 vitórias.

Devido aos grandes nomes na época, como Bernard Hinault e Eddy Mercx, o austríaco Max Bulla quase que passa despercebido quando se faz a antevisão das principais corridas e fica sub exposto perante as figuras que brilhavam nas grandes competições na época. Bulla é um dos pioneiros do ciclismo austríaco, tendo conseguido abrir caminho para as gerações posteriores. George Tostchnig, Bernhard Eisel, Félix Grobschartner, Gregor Muhlberger e Felix Gall, todos eles se encontram em dívida para com Bulla, que ainda é o único austríaco que envergou a camisola amarela na Volta à França.

Depois de Max Bulla surgiram Ludwig Geyer, Gaspard Rinaldi, Henri Garnier e Karl Litschi. Foram, no entanto, nomes quase desconhecidos na Volta à Suíça. Durante a II Guerra Mundial, a corrida por etapas foi realizada apenas duas vezes, mas regressou à normalidade depois da guerra.

A Volta à Suíça rapidamente se tornou o campo de batalha dos maiores nomes do ciclismo. Em 1946 e 1947, a vitória pertenceu a Gino Bartali, e nos anos seguintes, outros dois campeões dominaram a competição, numa época de ouro para o ciclismo suíço, graças a Ferdi Kubler e Hugo Koblet. 

Foi logo após a II Guerra Mundial que os favoritos da casa, Ferdi Kubler, campeão do mundo em 1951 e vencedor da Volta à França em 1950, e Hugo Koblet, vencedor da Volta à Itália em 1950 e da Volta à França em 1951 começaram a brilhar. Com Kubler e Koblet como porta-estandarte do ciclismo suíço, a corrida ganhou popularidade muito rapidamente, não se podendo esquecer Fritz Schar vencedor de várias etapas na Volta à França e vice-campeão do mundo de estrada, Carlo Clerici, vencedor da Volta à Itália em 1954 e Rolf Graf, que foram responsáveis pelo sucesso do ciclismo helvético.

Kubler e Koblet compartilharam o recorde de vitórias nas gerais, mas sempre existia um nome acima deles, Pasquale Fornara, que os superou na década de 1950. O italiano venceu a Volta à Suíça por quatro vezes entre 1952 e 1958 e ainda é o recordista da competição. Depois dos anos de Kubler, Koblet e Fornara, outros campeões também conseguiram brilhar nas estradas da Suíça: Franco Bitossi, José Manuel Fuente, Giuseppe Saronni, Sean Kelly, Andrew Hampsten, Pavel Tonkov, Alex Zulle, Jan Ullrich, Fabian Cancellara, Rui Costa por três vezes, Miguel Angel López e Egan Bernal, sem esquecer a vasta legião belga com o inevitável Eddy Merckx, seguido de Henri Garnier, Georges Pintens, Roger de Vlaeminck, Michel Pollentier, Paul Wellens, Wilfried Wesemael e Luc Roosen. Os Países Baixos apenas tiveram um vencedor, Henni Kuiper, que foi primeiro em 1976, enquanto outros ciclistas conquistaram lugares no pódio, como Joop Zoetemelk, Peter Winnen, Steven Kruijswijk, Bauke Mollema e Tom Dumoulin.

Em 2006 a vitória pertenceu ao alemão Jan Ullrich, que em virtude de ter sido suspenso por dois anos devido a implicação na Operação Puerto, perdeu ainda o terceiro lugar em 2005. 

A Lance Armstrong foi-lhe retirada a vitória conseguida em 2001 e o segundo lugar em 2010, devido a ter sido sancionado por dopagem em 22 de outubro de 2012. A edição de 2001 e 2006 não têm vencedor, o mesmo aconteceu com a Volta à França que não tem vencedor entre 1999 e 2005, por desclassificação de Lance Armstrong. Situação contrária verificou-se em 2006, quando Floyd Landis foi desclassificado por doping, sendo Óscar Pereiro considerado vencedor e em 2010, quando Alberto Contador foi desclassificado por doping e foi atribuído o primeiro lugar a Andy Schleck.

A Volta à Suíça deste ano que se vai correr de 11 a 18 de junho com 8 etapas. Apresenta um percurso marcado pela montanha com três etapas de grande importância, a 3.ª entre Tafers e Villars-Sur-Ollon com 143,8 km e final em altitude (1.ª cat.), com a meta no final de um subida com 11 km e rampas superiores a 10%., a 4.ª Monthey - Leukerbad com 152,5 km tem passagem por Crans Montana, por uma vertente diferente da Volta à Itália deste ano, com os últimos 30 km particularmente difíceis, e a 5.ª Fiesch - La Punt com 211 km, com duas contagens de categoria especial (Furkapass e Albulapass) e uma de 1.ª cat. (Oberalpass), a que se juntam  dois contrarrelógios, um no primeiro dia com 12,7 km com percurso plano e outro na última etapa com a distância de 25,7 km para especialistas possantes.

Confirmados os regressos à competição de Remco Evenepoel (Soudal) e Wout Van Aert (Jumbo-Visma), o primeiro depois de ter abandonado a Volta à Itália no dia 16 de maio com covid-19, vai encontrar um percurso à sua medida, o segundo que não corre desde 9 de abril quando foi terceiro no Paris - Roubaix e vai tentar discutir os contrarrelógios e algumas etapas ao sprint. 

O grupo de prováveis candidatos inclui os nomes de Remco Evenepoel, Juan Ayuso, Jay Vine, Gina Mader, Neilson Powless, Wilco Kelderman, Pello Bilbao, Ben Tullett, Cian Uijdebroeks, Felix Gall e de Rui Costa também a pensar na Volta à França.

Ruben Guerreiro (Movistar) vai estrear-se na Volta à Suíça e Rui Costa (Intermarché) vai para a 11.ª participação, sendo uma das principais figuras depois de ter vencido a geral por três vezes e conquistado cinco etapas, numa prova em que Acácio da Silva brilhou com o segundo lugar em 1984 e a 3.ª posição em 1988, a que juntou uma etapa em 1985, sem esquecer Joaquim Agostinho, vencedor de duas etapas em 1972, ano em que terminou em 5.º lugar na geral. Rui Costa vai alinhar com o dorsal 92 e Ruben Guerreiro com o dorsal 112, sendo 28.º português a correr a Volta à Suíça, o primeiro foi Teófilo Lopes que se estreou em 1935 (24.º), seguindo-se 1936 (27.º) e 1937 onde desistiu.

Etapas       

Dia 11/06 1.ª Etapa Einsiedeln - Einsiedeln (CRI) - 12,7 km

Dia 12/06 2.ª Etapa Beromunster - Nottwil - 173,7 km

Dia 13/06 3.ª Etapa Tafers - Villars-Sur-Ollon - 143,8 km

Dia 13/06 4.ª Etapa Monthey - Leukerbad - 152,5 km

Dia 15/06 5.ª Etapa Fiesch - La Punt - 211 km

Dia 16/06 6.ª Etapa La Punt – Oberwil-Lieli - 215,3 km

Dia 17/06 7.ª Etapa Tubach - Weinfelden - 183,5 km

Dia 18/06 8.ª Etapa St. Gallen – Abtwil (CRI) - 25,7 km

                            Total - 1.118,2 km

Equipas - 23

AG2R-Citroen (Fra)                       

Alpecin-Fenix (Bel)              

Arkéa-Samsic (Fra)                        

Astana Qazaqstan (Kaz)

Barhain-Victorious (Brn)              

Bora-Hansgrohe (Ale)         

Cofidis (Fra)                                   

EF Education-EasyPost (Usa)       

Groupama-FDJ (Fra)                     

Ineos-Grenadiers (Gbr)                

Intermarché-Circus-Wanty (Bel)

Jayco-Alula (Aus)

Jumbo-Visma (Hol)                       

Movistar (Esp)                      

Soudal-Quick Step (Bel)      

Team DSM (Ned)                           

Trek-Segafredo (Usa)                    

UAE-Team Emirates (Uae)

Israel -Premier Tech (Isr)              

Lotto-Dstny (Bel)

TotalEnergies (Fra)

Q36,5 Pro Cycling (Sui)

Tudor Pro Cycling (Sui)