Benfica «Um Lewandowski menos refinado e melhor do que Gonçalo Ramos»

Arthur Cabral teve uma estreia discreta na vitória por 2-0 frente ao Estrela da Amadora, no Estádio da Luz, em jogo da 2.ª jornada da Liga, mas quando se adaptar à equipa vai ser uma referência do Benfica e do campeonato português. A previsão é de Vasco Faísca, treinador de 42 anos (passagens por Olhanense, SC Braga B, Alverca e, mais recentemente, Farense) que jogou 17 anos em Itália (intervalo de um ano na Grécia) e continua um estudioso da Serie A.

«Ofensivamente, Arthur Cabral é melhor que Gonçalo Ramos. Ele é mesmo um ponta de lança clássico e define muito bem na área. Gonçalo Ramos é melhor na parte defensiva, já que pressiona muito as defesas adversárias, mas Arthur tem muito golo. É um Lewandowski menos refinado», diz a A BOLA.

Além do conhecimento profundo do calcio, Vasco Faísca foi colega de Vincenzo Italiano no Padova, o mesmo que no comando técnico da Fiorentina potenciou ainda mais as características de Arthur Cabral. «Fiquei muito surpreendido por o Benfica conseguir roubá-lo a outros grandes clubes em Itália. Não é nada fácil marcar muitos golos numa equipa que não luta pelo título de campeão», realça.

«GOLOS VALEM OURO»

Acreditando que o avançado brasileiro tem capacidade para «clubes maiores que o Benfica» porque «os golos hoje valem ouro» e «não há muitos como ele», Vasco Faísca antecipa que o Benfica comece a «cruzar mais bolas para a área». «Roger Schmidt não vai mudar a forma de jogar, claro, mas tendo em conta o bom jogo aéreo de Cabral é natural que o treinador queira tirar mais partido disso.»

No plano defensivo admite, porém, mais dificuldades. «Ele é um pouco mais pesado que Gonçalo Ramos, não tem a mesma capacidade para pressionar e terá a tendência para se encostar mais um pouco, mas acredito que ele se adapte ou Schmidt encontre oura forma de manter a equipa com aquela alta pressão», analisa.

O avançado contratado aos viola por €20 milhões (mais €5 milhões em bónus) ainda precisa de melhorar no aspeto físico - «jogadores mais pesados como ele demoram um pouco mais a adaptar-se» - mas não tardará muito para mostrar ao que vem, diz o técnico que contribuiu para a subida do Farense à Liga: «Ele é muito bom entre a pequena área e a marca do penálti.

Pode não ser rápido nos primeiros metros em aceleração, mas na passada torna-se perigoso e por isso muito útil na exploração da profundidade.» Um «avançado completo» é o que os benfiquistas podem esperar. Será agora uma «questão de tempo» até os golos aparecerem.