Um jogo que vale mais que três pontos
Muito em jogo para SC Braga e Benfica, na ‘Pedreira’; mas os da Luz têm mais em cima da mesa: estabilidade interna é bem precioso...
SC BRAGA (que hoje tem teste à porta de casa, em Famalicão) e Benfica disputam no próximo domingo uma partida de transcendente importância para as contas da Liga dos Campeões. E essas contas podem envolver dezenas de milhões de euros e não só. No caso dos encarnados, que vivem momentos de uma instabilidade social sem precedentes no longo consulado de Luís Filipe Vieira, outro resultado que não seja o triunfo na Pedreira fará com que novamente se elevem as vozes (e as buzinas) da discórdia, que, por mais que sejam oficialmente desvalorizadas, causam incómodo e podem potenciar uma vaga de contestação, logo que os adeptos regressem à Luz.
Conhecendo-se Carlos Carvalhal e Jorge Jesus, é fácil vaticinar um jogo sem meias tintas, virado para a frente, uns e outros sabedores da valia do adversário e do que os 90 minutos representam.
Nos confrontos esta época disputados, envolvendo os quatro da frente, a verdade é que o Benfica não conseguiu ganhar nenhum: derrota com FC Porto na Supertaça e empate na Liga; derrota com o Sporting na Liga; e derrotas com o SC Braga na Taça da Liga e na Liga. Já os minhotos, além das vitórias sobre os encarnados, têm duas derrotas, ambas para a Liga em casa de FC Porto e Sporting, e dois empates e uma vitória frente aos dragões.
Se estes dados não quiserem dizer mais, dizem pelo menos que a equipa de Carvalhal tem estofo para enfrentar seja quem for olhos nos olhos, o que vai requerer muito do Benfica.
E que Benfica irá a Braga? É indesmentível que Jorge Jesus conseguiu estabilizar (finalmente) o processo defensivo da equipa. Lucas Veríssimo deu profundidade e altura, Weigl tem a fiabilidade de um motor alemão topo de gama e a disponibilidade física de Taarabt tem disfarçado insuficiências de cultura tática evidentes. Na frente, Seferovic está com veia goleadora e a ligação com Waldschmidt é cada vez melhor. Numa das alas Rafa é presença certa, mas na outra subsistem dúvidas entre Pizzi, Cervi, Everton e Pedrinho.
A esta síntese, deve acrescentar-se uma reserva: nos jogos importantes, é da tradição que Jorge Jesus introduza alguma originalidade tática, que no caso em apreciação poderá passar, eventualmente, por uma defesa com três centrais, regressando Vertonghen ao onze.
Tiago Tomás
Aos 18 anos, está a tornar-se num jogador apetecível, capaz de dar mobilidade à frente de ataque, cooperar no trabalho defensivo e, ainda, faturar. E é neste aspeto que deve colocar todas as fichas e treinar, treinar, treinar a finalização porque, percebe-se, ainda há mais instinto matador dentro dele.
Petit
Coloca as suas equipas a funcionar um pouco à imagem daquilo que foi como jogador, sempre com um enorme rigor tático, aliado a uma entrega total. E consegue tirar um pouco mais dos futebolistas que ajuda a crescer. Magnífico, o trabalho que está a desenvolver no Jamor. A pedir voos mais altos.
António Oliveira
PARA mim será sempre o filho do Toni (recordo a alegria do pai, no balneário do Benfica, no dia em que nasceu). Mas este António Oliveira, que palmilhou o mundo, do Tractor ao Kazma, encontrou o reconhecimento no Brasileirão, onde vai comandar o Athletico Paranaense. Que a sorte o acompanhe...