Três vitórias na Champions

OPINIÃO13.09.202206:30

Sporting, FC Porto e Benfica, vamos a isso! Quanto mais puder amealhar-se maior será o benefício luso no ‘ranking’ da UEFA

D IA de Liga dos Campeões, com jogos da segunda jornada da fase de grupos, de extrema importância para o futuro dos clubes lusos, todos  eles com  as suas legítimas ambições em passarem aos oitavos de final ainda intactas, depois de duas vitórias imaculadas e de uma derrota que custou a digerir por reconhecidamente ingrata aos olhos de quem ainda é capaz de olhar para este fascinante jogo com a isenção que é precisa.
Esta tarde, o Sporting recebe o Tottenham, com sentido de responsabilidade, mas sem medos, embora com especial vigilância a Harry Kane.  O período de recuperação da confiança debilitada depois de dois desaires seguidos foi ultrapassado e o  espantoso desempenho na Alemanha, impondo-se  ao vencedor da Liga Europa com uma vitória histórica, é o melhor exemplo.  
À noite, o FC Porto recebe os belgas do Club Brugge que há uma semana bateram o Leverkusen. Tarefa árdua para os portistas, com certeza, mais uma, diria, que eles já se habituaram a enfrentar e, na maior parte  dos casos, com assinalável sucesso durante o consulado de Sérgio Conceição,  como os percursos na Champions testemunham. Portanto, favoritismo contido para leão e dragão, sendo certo que quanto mais puder amealhar-se maior será o benefício luso no ranking da UEFA.
Amanhã, em Turim, o Benfica vai jogar na casa da Juventus  uma espécie de primeira mão pela conquista do segundo lugar, porque  o primeiro faz parte de outra discussão e foi  antecipadamente atribuído ao PSG. Uma incógnita, a resposta que a águia poderá dar. Consideram  os adeptos dos emblemas rivais, e boa franja no espaço do comentário, que, embora estando tudo a correr às mil maravilhas a Roger Schmidt, a verdade é que ainda não se lhe deparou um oponente de grande envergadura. Ele aí está, enfim, com idênticas pretensões de apuramento. É  o reencontro de dois campeões europeus. Que melhor oportunidade poderia reclamar-se para dissipar todas as dúvidas aos que exigem ver para crer!...
Em conclusão, nesta jornada europeia, penso não correr risco exagerado se apostar em três vitórias para as equipas portuguesas. Vamos a isso!


GABRIEL SILVA

FELIZMENTE, o fair play não é uma treta, como alguém disse um dia. Demonstrou-o, com elevação, o jogador Gabriel Silva, do Santa Clara, durante o jogo com o Vitória de Guimarães, realizado no Estádio D. Afonso Henriques, na noite da última sexta-feira e referente à 6.ª jornada da Liga.
Venceu a equipa minhota (1-0), com golo de Anderson, o que mais enobrece a atitude de Gabriel Silva, avançado brasileiro ao serviço do emblema açoriano, por empréstimo do Palmeiras, de apenas 20 anos e nascido em Ribeirão Preto.
Ao nono minuto, quando conduzia um ataque pelo corredor direito, um cruzamento por  si executado  levou a bola a acertar com força na cara do defesa vitoriano André Amado, o qual caiu de imediato perante a violência do impacto. O jogador do  Santa Clara manteve  o controlo do lance e, apesar de em posição favorável para tentar uma jogada de golo para a sua equipa, prontamente, colocou a bola fora, de modo a permitir rápida assistência ao adversário, mas também companheiro de profissão. Bela atitude que o estádio soube retribuir com aplausos de sincera gratidão.
 Num país tão dado a palmadinhas nas costas, para o presidente da Liga  tratou-se de um «magnífico gesto de fair play» e… pronto. Sem sequer citar o nome do autor do gesto, como se tratasse de uma situação corriqueira nos campos portugueses.


TRONCO NU

S OBRE o caso de um jovem a quem obrigaram a ficar em tronco nu para poder assistir ao  jogo Famalicão-Benfica. Local: Estádio Municipal 22 de Junho, dia 10 de setembro de 2022. Temperatura amena:
1.º ato - Notícias  nas redes sociais dão conta de um jovem com a camisola do Benfica vestida ter ficado em tronco nu para poder assistir ao jogo.
2.º ato - Benfica fala em episódio grotesco, lamentando que adeptos seus e com camisolas do clube vestidas, incluindo crianças, tenham sido obrigados a despi-las para poderem assistir ao jogo.
3.º ato - O presidente da Liga escreve: «Se queremos que o futebol seja uma festa para as famílias, temos de refletir quanto ao significado de uma criança ser obrigada a despir a camisola do seu clube pelo simples facto de estar numa bancada onde a maioria dos adeptos torce por outro clube. Não é este o futebol que queremos.»
4.º ato - O secretário de Estado, João Paulo Correia, foi claro na sua mensagem: «Esta criança foi vítima  de intolerância implacável num estádio de futebol por parte de representantes do promotor do jogo. Foi ainda submetida à indignidade de ficar semidespida para que pudesse continuar a assistir ao jogo. Este incidente impõe o maior protesto. As entidades envolvidas têm de prestar esclarecimentos pelo sucedido.»
5.º ato - Em comunicado: «A Liga Portugal decidiu convocar para a próxima quinta-feira uma reunião com os diretores de segurança das sociedades desportivas, visando a sensibilização destes para a importância de tomadas de medidas que potenciem o regresso dos nossos adeptos  aos estádios.»
Ou seja, ao quinto ato ficamos a saber que a Liga vai sensibilizar, não vai ordenar. Esperemos, sentados.