Segunda Circular, sentido Norte-Sul

OPINIÃO05.07.202107:00

Cláusulas antirrivais são ‘apólices de seguro contra o medo’, dos clubes vendedores, que ‘abusam’ do elo mais fraco, o jogador

Oanunciado acordo entre o Benfica e João Mário trouxe à superfície a velha questão das cláusulas antirrivais, matéria sempre polémica no âmbito laboral. No fim do dia, os tribunais dirão de sua justiça e trarão uma clarificação sobre esta matéria, que há muito faz falta.
Sempre pensei que este tipo de restrições não eram mais do que apólices de seguro contra o medo, dos clubes vendedores, que contavam com a anuência do elo mais fraco, o jogador, ansioso por assinar contrato. Não parecem justas, nem do ponto do vista legal, prolongando o âmbito do contrato de trabalho para lá da sua vigência, muito menos do ponto de vista ético, procurando limitar a concorrência. Se o Benfica e João Mário seguirem em frente com a vontade de casamento, e o Sporting mantiver a intenção de contestar a união, far-se-á luz, na sentença de um juiz, sobre esta matéria controversa, o que pode e deve balizar este tipo de prática, no futuro.
Mas fará sentido o Benfica contratar João Mário? Claro que sim. Aos 28 anos, estamos perante um jogador que interpreta a posição oito como Jorge Jesus mais gosta, e que pode fazer um duplo pivot de excelente nível com Weigl, desde já aculturado às ideia do mister. João Mário dá fiabilidade à temporização, e fornece consistência à circulação de bola, sendo ainda eficaz nos lances de um-contra-um, tudo isto embrulhado numa grande disciplina tática. Escrevi vezes sem conta, ao longo da última época, que o Benfica cometera um erro crasso ao não contratar um jogador de alto nível para esta posição, entregue, à vez, à pouca mobilidade de Gabriel, à anarquia de Taarabt, ou à falta de rotinas de Pizzi.
Com a época a decidir-se, naquilo que mais importa ao Benfica, a partir do início de agosto, com a realização da terceira pré-eliminatória da Champions, o relógio corre contra os encarnados, que não podem perder tempo com telenovelas, como tem sido hábito de há vários anos a esta parte, sob pena de Jorge Jesus, já condicionado por lesões prolongadas e chegada tardia dos que estiveram no Euro e Copa América, não ter condições para apresentar um onze minimamente coerente e credível. Sabendo-se o que está em jogo, e que Domingos Soares Oliveira plasmou na ideia, ou Champions ou redução da massa salarial, a pergunta é, «estão à espera de quê»?


MAX VERSTAPPEN 

ÁS — Ainda não tinha idade para ter carta, e já conduzia bólides da Fórmula 1. O resto é a história  de uma vocação anunciada, que inevitavelmente tinha de dar frutos. Vitória após vitória, foi-se colocando na pole position para interromper o reinado do extraordinário Lewis Hamilton, e um dia destes senta-se mesmo no trono.

FRANCISCO TRINCÃO 

REI — Depois de uma época positiva, em que não sucumbiu ao peso da camisola do Barcelona, Trincão ruma, por empréstimo, a Wolverhampton, onde deverá encaixar como uma luva na equipa mais portuguesa da Premier League. Bruno Lage fica com três sprinters (Trincão, Pedro Neto e Adama Traoré) de grande luxo.

MATEU LAHOZ 

DUQUE — Tratado com mais brandura em Portugal do que lá fora, depois do penálti que inventou contra a turma das quinas no jogo do Euro com a França - e esse lance custou ao árbitro espanhol, que tinha dirigido a final da Champions, a continuação na prova - Lahoz sentiu o que falta por cá: a sensação causa- -consequência...