Quartos-de-final
Escrevi nesta coluna, na semana passada, que para um desafio de futebol ter qualidade são necessárias três boas equipas, não bastam duas. A arbitragem é elemento fundamental para que o espectáculo tenha um nível superior. Não podemos dizer que tenham existido muitos erros graves neste mundial, mas a fluidez do jogos não foi idêntica em todos eles. A intensidade foi limitada pela falta de experiência em alguns casos, mas também, e é importante dizê-lo, no abuso à simulação em outras situações. A quebra do ritmo de jogo é uma penalização muito grande para quem precisa de chegar ao golo. Compreendo que por vezes é necessário colocar gelo no jogo, todos fazemos isso, mas a experiência de quem dirige influencia o aumento ou redução desta prática.
A análise ao mundial, agora com os últimos 8 resistentes, portanto numa fase em que já se consegue perceber tendências, leva-me, cada vez mais, a defender um tempo útil de jogo pré-definido, com um aumento do número de substituições e a possibilidade do jogador substituído poder voltar a ser utilizado, bem como as suspensões temporárias. A vantagem tem que ser dada a quem é prejudicado e não a um futuro adversário.
Chegados aos quartos-de-final, e com o amargo de Portugal ter sido eliminado de forma injusta, algo que num jogo de futebol acontece com alguma frequência, verificamos que a opção para arbitrar estes jogos cabe a equipas de arbitragem da Europa e América do Sul, precisamente a origem das 8 selecções que vão defrontar-se. A elite, no que diz respeito aos intervenientes, está nestas áreas geográficas. Nos oitavos-de-final, só 2 selecções não tinham esta origem, México e Japão. Das restantes, dez eram europeias e quatro sul americanas. Agora, seis equipas são europeias e duas sul-americanas. Podemos ainda concluir que a maioria dos jogadores alinha em equipas europeias, onde o nível competitivo é bem mais elevado. A elite continua, para todos, a ser a Europa. Mesmo no que diz respeito aos árbitros.